Capitulo 9 - O intocável

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Visão do Sydem

Havia terminado minha seção de treinamento com nota quase máxima, aquela maldita máquina não me deu dez só porquê torturei os brinquedinhos dela, havia sido estimulante, eu diria até divertido, consegui botar em prática o que eu sabia de melhor, matar.
Havia entrado naquela sala e a mesma me colocou em uma espécie de acadêmia de musculação, pesos começaram a voar por todo lado, bati nos soldados usando os pesos, bati nos pesos usando os soldados, foi uma festa, até que a máquina decidiu que já tinha dado a hora e desativou a zona de treino, sai com nota 9 por excesso de tortura e brutalidade.

A zona de treino voltou a escurecer e quando clarerou a porta estava aberta, não precisei de um segundo pedido, passei a mão em meu moletom azul tirando a poeira do mesmo e sai andando, eu esperava mais daquele treino, sai hoje de manhã cedo para aquecer meu corpo e relembrar tudo que eu tinha lido no manual deixado por meus pais achando que o desafio seria grande, estava até com medo de usar meu moletom e manchar ele, mas o mesmo azul e limpo chegou e saiu pois aqueles inúteis nem conseguiram me tocar. Segui andando pela zona de treino no rumo do refeitório com a mente completamente desfocada do mundo, só pensando em como fugir daquele lugar, cheguei instantes após no refeitório e me sentei em uma das cadeiras do fundo.

-No que posso lhe ajudar senhor? - Falou um garçom vindo com uma caderneta nas mãos em meu rumo.

-Quero um suco de uva e uns sanduíches se não for pedir muito - Falei de forma mais educada possível.

-Não é pedir muito não senhor, em breve trago seu pedido - O mesmo falou e se retirou da minha frente com um aceno de cabeça.

Enquanto o mesmo se retirava do refeitório fiquei a olhar o local com mais atenção, a cor das paredes, a disposição das mesas, o tamanho exagerado do local, aquilo parecia mais um refeitório feito para um exército ou para um time que queria estar a metros de distância um do outro do que para uma equipe que deveria ser mantida unida, mas sinceramente aquilo me agradava afinal de contas eu não precisaria ficar perto dos outros e aquilo era de bastante utilidade. A presença dos outros naquele local ainda era desagradável para mim, não via necessidade de mais alguém ali do que eu próprio, além do mais eles são um bando de inúteis que não sabem nem controlar seu emocional ou físico, só iriam atrapalhar a missão e a mim, tomei um susto quando o garçom voltou com uma bandeja mediana contendo meu pedido e colocou a mesma na mesa diante de mim.

-Aqui senhor, espero que esteja do seu agrado - Ele falou e fez uma reverência já se retirando do local - Se precisar de mais alguma coisa basta gritar por mim, meu nome é Diego.

Peguei o primeiro sanduíche e dei uma mordida grande e em seguida comecei a mastigar, não sei se era por causa da fome, mas aquilo estava delicioso, duas fatias de pão de forma macias com três camadas sendo uma de alface, uma de queijo e uma de presunto todas bem fartas. Não me dei conta do quanto havia comido ate que três dos sanduíches já haviam desaparecido da bandeja, tomei dois grandes goles do meu suco e em seguida voltei a comer.

Cerca de 10 sanduíches e 500 ml de suco se foram até que eu ficasse satisfeito, deixei a mesa e sai andando do refeitório, mas antes segui passando ao lado da porta onde achei que seria a entrada para a cozinha.

- Diego, já terminei - Falei assim que bati na porta e já ia me retirar dali mas antes senti que devia acrescentar algo - O lanche estava delicioso, muito obrigado.

Assim que disse isso virei de costas e segui para a saída do local, pensei em dar uma volta pelo local para conhecer ele melhor afinal de contas não estava nenhum pouco afim de retornar para minha cabine, segui andando por diversos corredores, algumas das portas estavam trancadas e só abriam com códigos de acesso, outras mais complicadas só com a palma das mãos dos usuários e as mais simples com o passar de um cartão, outras entretanto eram abertas com insígnias indicando o que tinham dentro, acho que andei por quase todo o CT (centro de treinamento) em busca de um ponto de fuga mas não encontrei nada, cheguei a uma porta com uma insignia verde de árvores, deveria ser algo feito pra agradar o menino planta da equipe, achei que seria um bom lugar para repousar um pouco enquanto pensava sobre tudo o que havia visto no caminho, ao adentrar no local tive a resposta que tanto buscava, o local era imenso, tinha um riacho de uns 2.5 metros de largura cuja profundidade eu ainda não sabia e nem estava afim de testar, várias árvores estavam dispostas pelo local, algumas eu reconhecia como frutíferas e outras apenas ornamentais, flores de diversas cores espalhadas calculadamente pelo chão para criar uma paisagem realmente linda mas que permitisse a fácil locomoção pelo local, mas nada disso havia realmente me interessado, o que realmente havia ganhado minha atenção era o teto que estava a mais de 30 metros do solo, era completamente envidraçado para permitir a entrada da luz do dia, a questão se havia teto com luz significa que havia algo do lado de fora e era aquilo que ganhava todo meu foco, a questão agora era, como alcançar a porra daquele teto?

Elemental - Caminho para a luzOnde histórias criam vida. Descubra agora