Elemental - Caminho para a luz

Capítulo 7 - Talvez um lar temporário

Visão do Guilherme

Aquilo havia sido demais pra mim, toda aquela história sobre um planeta morto, jóias, tudo. Tá que eu havia recebido diversas descargas elétricas e estava vivo e do nada ganhei um cordão, dizer isto a alguém por si só já me levaria para um hospício, mas aquilo já era outro nível, já era algo grandioso demais para ser uma mentira e surreal demais para ser verdade, logo eu? Uma espécie de escolhido? Não, isto não é nada possível, só queria voltar pra casa e chingar meus empregados, fazer as pazes com meu pai, rever meus amigos, ter uma rotina normal, mas ali estava eu seguindo um médico desconhecido, por alguns corredores fazer "check-ups"

-Seu idiota me escute, faço check-ups a cada 3 meses, estou em perfeita saúde, não preciso disso - Já falei com raiva pois já havia insistido de diversas formas para que ele me escutasse, mas já havia perdido a paciência - Me deixe sair daqui, não me leve pra fazer a merda de um check-up

-Da para calar essa sua maldita boca muleque? Este não é um check-up comum - Ele falou após parar diante de uma porta e em seguida abriu a mesma - Entre nessa merda ou eu te farei entrar na marra

Bufei de ódio diante dele e entrei de cabeça erquida na sala, a sala era completamente branca, parecia uma sala comum de hospital a única diferença visível eram os instrumentos médicos que deviam estar tecnologicamente pelo menos uma década a frente dos que normalmente se encontram em hospitais, entrei e me sentei na cama que estava no meio da sala.

-Olha, pelo menos sabe pensar sobre o que deve fazer né - Ele me falou com sarcasmo na voz - Agora tire a camisa e se deite

Odiei a forma como ele falou comigo, me tratando como se fosse inferior a ele, quem ele pensa que é para falar assim comigo. Retirei minha camisa e em seguida me deitei na cama furioso, não sei se era minha imaginação ou se eu realmente havia ativado meu poder inconscientemente, mas sei que estava ouvindo estalidos como se meu corpo estivesse emitindo eletricidade pura.

-Bom, vamos colocar isso aqui

Ele disse enquanto se aproximava de mim com algumas ventosas nas mãos, ver aquela atitude ridícula só aumentou minha raiva, quando o mesmo encostou a ventosa no meu peito esquerdo uma descarga mediana escapou instintivamente de meu corpo logo atingindo o médico e o fazendo recuar enquanto sacudia sua mão.

-Vejo que quer da forma mais difícil muleque - Ele olhou em meus olhos e a única coisa que vi depois dos olhos dele foi um punho extremamente grande e pesado atingindo meu queixo e me levando em milésimos de segundos a ficar inconsciente.

Acordei com uma dor lacinante no maxilar, aquele brutamontes vai se arrepender de ter tocado em mim, olhei ao redor e vi que a sala estava vazia, ventosas estavam grudadas em meu peito e testa e logo arranquei as mesmas e me sentei, enquanto olhava ao redor me assustei ao ver a porta se abrindo, já achei que seria aquele idiota de novo, mas pela roupa notei que não era afinal de contas essa pessoa não estava vestida como médica.

-Bom, vejo que acordou - Ela falou de modo gentil - Me chamo Andressa, peço mil perdões pela atitude do Marcelo, ele sempre foi muito impulsivo

-Impulsivo? Aquele idiota me deu um baita murro

-Bom, ele será devidamente punido por tal ato - Ela falou com um sorriso no rosto - Peço que vista sua camisa e me acompanhe, você esteve inconsciente por meia hora, o Steve lhe aguarda na zona de treino