Capítulo 7

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-MÃÃE! - acordei com o grito da Amélia, não fazia ideia de como ela tinha entrado, mas ela tinha

Virei para o lado e o vi dormindo tranquilamente. Droga! A Amélia não podia nem sonhar que o Thomás estava aqui.

Eu o acordei e sussurrei:

-É a Amélia, você precisa dar um jeito de se esconder!

-O quê? - ele perguntou ainda sem entender

Naquele segundo eu agradeci muito a mania da Amélia de torrar o meu dinheiro em hotéis de luxo, ela levaria um tempinho pra atravessar a sala.

Sem pensar muito, derrubei o Thomás da cama.

-Se esconde aí embaixo! - avisei

-Não dá!

Olhei pra cama e percebi que realmente não tinha como.

-O guarda roupa. - anunciei - Se esconde lá.

-Droga, Alice! Eu não sou seu amante pra me esconder no guarda roupa.

-Vai logo!

Ele obedeceu e assim que fechou a porta, a Amélia abriu a porta do quarto.

-E então, dorminhoca, esqueceu que tinha compromisso?

-Me perdoa, filha, eu estava cansada, acabei perdendo a hora. E como você entrou aqui?

-Eu pedi um cartão lá embaixo, sou sua filha.

Que idiotas!

-Tudo bem, boneca, eu vou tomar um banho e me arrumar, a gente toma café da manhã na rua, pode ser?

-Tudo bem! Posso escolher sua roupa? - perguntou indo perigosamente em direção ao guarda roupa.

-Minhas roupas estão na mala. - disse ansiosa - Pode escolher!

Ela me olhou sem entender a ansiedade, mas foi em direção a mala.

-Quer que eu coloque suas roupas no guarda roupa?

A Amélia NUNCA fora de organizar nada, mas HOJE ela queria... Ah, menininha...

-Não se preocupe, você sabe que eu gosto de fazer as coisas do meu jeito. - não era mentira

Ela revirou os olhos, aprendera comigo aquela mania.

-O jeito Alice de arrumar as coisas, ne?

Revirei os olhos, não me contive.

-Exatamente! Escolhe logo minha roupa. - pedi indo em direção ao banheiro.

-Pode deixar! Por falar em roupa, você estava maravilhosa ontem, mãe. O pai do Heitor não tirava os olhos de você...

O que se responde agora?

-Ah, que nada, filha.

-Eu só estou dizendo, vocês dois estão solteiros... Por que não?

Eu tinha muitas razões que explicariam por que não, mas apenas silenciei.

-Seria uma história engraçada, imagina! Você e o Thomás, eu e o Heitor.

E pensar que ele estava ouvindo aquilo e iria usar contra mim depois...

-Não viaja, Meli. - pedi

-O que tem? O papai já se foi há um tempo, mãe, você pode e deve recomeçar a sua vida, parar de viajar e encarar a realidade.

Oi? A minha filha estava me analisando mesmo?

-Meli... - comecei

-Ahhhhhhh

Droga, ela tinha aberto a droga da porta?

Saí do banheiro, a toalha enrolada no cabelo e o roupão, pensando no que eu diria. Mas não vi o Thomás.

-Essa blusa é linda, mãe!

Ah, era a blusa! Respirei aliviada.

-Pode ficar pra você.

- Sério?

-Claro!

Era uma blusa realmente bonita, mas ela serviu pra quase me fazer infartar, então tudo bem.

-Ja escolheu minha roupa?

-Ja! - avisou e me mostrou uma calça jeans e uma blusa que eu comprara no México.

Não demorei a terminar de me arrumar, não poderia dar a ela a oportunidade de abrir o guarda roupa.

Quando estávamos saindo, eu fingi ter esquecido o celular e voltei para o quarto.

Abri a porta do guarda roupa e avisei:

-Bata a porta quando sair.

Ele, com um sorriso irônico respondeu:

-Parece que a sua filha acha que formamos um bom casal.

Não tive dúvidas, bati a porta na cara dele e saí, com um sorrisinho, considerando, por um segundo, a ideia. 

Por Nossos FilhosWhere stories live. Discover now