Capítulo 15

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O Heitor e a Amélia dançavam pelo salão, na primeira das muitas danças que teriam como casados.

Do outro lado, o Thomás observava os dois com um sorriso aberto e lágrimas nos olhos, assim como eu.

As alianças que nós um dia sonhamos usar eram agora dos nossos filhos, o Thomás as havia dado ao Heitor e dito para ele entregar a garota certa. Nem ele, nem eu poderíamos estar mais felizes com isso.

Ele veio para perto de mim e me convidou a ir para a área externa do hotel, onde tínhamos uma linda vista de Londres.

-Eu acho que vi o seu pai derramar uma lágrima. A Amélia amoleceu mesmo o coração dele...

Eu ri.

-Pelo visto, netos tem mesmo muita influência, a sua mãe não gritou ou ameaçou ter um infarto em nenhum momento também.

-Ah, ela ameaçou assim que soube que a Amélia não ia mudar de sobrenome. - ele contou - Mas quando o Heitor disse que se ela não se acalmasse, ELE ia trocar o dele, ela não teve escolha.

Gargalhei.

-Contenha-se, Alice, uma Bragança deve saber se portar em uma cerimônia. - brincou

Ergui uma sobrancelha.

-Achei que tivéssemos combinado deixar pra trás nossos sobrenomes no dia em que eu voltei para cá com você. - disse

-Não sei, Alice Nunes me parece um nome incrível.

Olhei pra ele sem entender.

-Eu sei que estou trinta anos atrasado, mas... - ele se ajoelhou e pegou uma caixinha com o par de alianças mais lindo que eu já vira - Alice Bragança, você quer se casar comigo?

Levei as mãos a boca, sem acreditar e balancei a cabeça afirmativamente.

Ele me abraçou forte e me girou. Quando estava prestes a colocar a aliança em meu dedo, no entanto, eu disse:

-Eu não vou mudar meu sobrenome, Thomás... - o meu sorriso era travesso, não poderia perder aquela provocação.

Ele deu de ombros.

-Posso aceitar a sugestão do Heitor e mudar o meu se você quiser... Pra ser sincero, eu só quero poder chamar você de uma coisa: minha esposa.

Eu o beijei.

O Thomás tinha razão em uma coisa quando foi atrás de mim na Itália: precisávamos deixar os meninos de trinta anos atrás no lugar deles e viver o presente.

O Heitor e a Amélia vieram correndo após a dança, os olhos cheios de expectativas.

-Ela aceitou? - o Heitor perguntou

-Ela não resistiria ao meu charme. - o Thomás respondeu dando de ombros

Dei um tapa em seu braço.

-Não seja besta, todo mundo sabe que é você que não sabe viver sem mim.

-A humildade das meninas Bragança é incrível, senhoras e senhores. - a Meli fez graça

-Tudo bem, Amélia, ela tem razão. Eu já experimentei a vida sem a Alice e posso dizer que fica muito melhor com ela.

-Vocês são tão lindos! Eu nem acredito que o nosso plano de juntar os dois deu certo, amor.

-Acho que a gente só deu um empurrãozinho no destino, Meli.

Eu olhei nos olhos do Thomás, extremamente grata ao empurrãozinho e a Amélia nos puxou para um abraço coletivo.

-O vovô vai morrer quando souber disso. - anunciou

-Digo o mesmo para a minha vó.

Gargalhamos com a ideia.

-Eles vão dar um jeito de sobreviver, talvez devêssemos juntar os dois também. Já provamos que os Nunes e os Bragança são ótimos juntos! - o Thomás sugeriu

A Meli e o Heitor se entreolharam e saíram correndo pra botar alguma espécie de plano maluco em prática.

O Thomás me puxou e me balançou no ritmo da música.

-Como está se sentindo?

Pensei por alguns segundos e respondi com sinceridade.

-Como se tudo estivesse no seu devido lugar.

Ele me beijou, eu esperava nunca me acostumar com a série de arrepios que percorriam meu corpo quando ele fazia isso.

Respira, Alice, é só o amor da sua vida e a felicidade que ele traz... 

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⏰ Last updated: Aug 15, 2018 ⏰

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Por Nossos FilhosWhere stories live. Discover now