Capítulo 22 - Expulsa de casa

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-O QUE DISSE? - Exclamou.

-Eu estou gravida - Repito quase num sussurro.

-QUANDO VAI CRIAR JUÍZO E DEIXAR DE SER IRRESPONSÁVEL? - Perguntou ainda num tom alto, confesso que aquilo me doeu. 

-Mãe fale mais baixo por favor - Peço tentando manter a calma.

-NÃO! NÃO ME CHAMA DE MÃE - Diz e suspira - Olha - Começa num tom mais baixo - Você só tem 17 anos, não chegou aos 18, por tanto é considerada menor de idade, ainda esta no ensino médio. Acha que tem idade para estar gravida? - Pergunta, a esse momento já não conseguia evitar as lagrimas - Acha que é responsável? Mal cuida de si mesma, como ira cuidar desta criança? Tomar a decisão de não abortar, não te faz responsável, nem apaga o erro de ter engravidado menor de idade. Olha tudo o que já aprontou, isso não é ser responsável, acha que responsabilidade se compra? Uma pessoa não muda do dia para o outro, não cria juízo de um dia para o outro - Diz começando a alterar sua voz novamente - Quer meu apoio? Pois aqui eu deixo bem claro: Não tem o meu apoio! - Coloco a mão na minha boca, como tentativa para abafar o choro, mas é em vão - E espero que esse moleque lhe ajude, pois aqui em casa você não fica. Pode ir pegar as SUAS coisas - Disse dando enfase na palavra "suas" - Tem até amanhã para se retirar com suas coisas daqui de casa, e repito, somente suas coisas, nenhum móvel, nada, somente suas coisas. - Diz seca e se retira, pega sua carteira e sai de casa. 

             Subo correndo até o meu quarto e me tranco lá, me sento no chão encostada na parede, abraço meus joelhos apoio minha cabeça sobre os mesmos e começo a chorar.

              Começo a pôr para fora tudo o que estou sentindo, toda dor acumulada, a dor de não ter o apoio da mulher que me colocou no mundo, a dor de perder o Lucas e não ter um sinal de vida dele, a culpa por ter sido irresponsável, tudo o que fiz e que sinto através de lágrimas.  Mas sabe? Não é o suficiente, ainda dói, parece que é em vão, dói tanto, a agonía de estar sentido essa dor e não estar livre dela, eu preciso fazer mais, preciso de mais, preciso me livrar da dor, preciso sentir alívio, nem que seja por uns míseros segundos.

               Então eu engatinho até a mesinha de meu quarto, abro a gaveta e pego dentro de uma maletinha minha uma lâmina qur havia comprado ha um tempinho para fazer um trabalho, mas acabei nem precisando dela. A-pego, e nun simples gesto eu corto o meu braço, sinto o sangue saindo junto com minhas lágrimas e o alívio surgindo. Então faço mais uns cortes e paro. Guardo a lâmina e continuo sentada, encosto a minha cabeça na parede e permito que toda dor e culpa saía por cada gosta de sangue que saía do meu braço. As lágrimas somem, me dando um certo alívio, respiro fundo e deixo o ar sair pela boca, sentindo um pouco de "paz", mesmo ela sendo passageira.

[...]

              Acordo com uma forte dor de cabeça e na coluna, sem contar meu braço que ainda estava um pouco dolorido, pois foi a primeira vez que me cortei. Vejo que havia dormido no chão, sentada como havia ficado após me ferir com a lâmina. Me levanto com cuidado, sinto a dor e o peso cair todo sobre mim, coloco a mão na cabeça e murmuro um "aí" .

               Vou até o banheiro, abro a torneira da pia e lavo meu rosto. Me olho no espelho e suspiro.

-Mais um dia - Sussurro para mim mesma.

                Tiro a minha roupa e vou para debaixo do chuveiro, ligo o mesmo e permito de a água caia sobre mim, deixando escapar todo o peso.

               Passo um tempo lá, mais que o normal, quando dou conta termino o meu banho. Me enrolo na toalha e saio de lá. Me arrumo e pego uma mala minha em cima do guarda roupa, coloco-a sobre a cama e a encaro por uns segundos.

-Lá vamos nós! - Pego as minhas roupas, objetos, produtos de beleza e começo a guardar na mesma.

              Tratei de pegar somente os necessários, pois era "bastante" coisa e eu não iria conseguir levar tudo numa mala bastante pequena, mas voltaria aqui mais tarde para pegar o resto que deixei.

              Com as malas prontas, saio do quarto, tranco-o e entrego a chave para minha mãe.

-Aqui esta, já irei sair de sua casa. - Digo e vou na cozinha, abro a geladeira, pego a água coloco em um copo e bebo.

               Lavo o copo e guardo no armário. Pego minha mala e saio da casa, vou até a calçada e coloco minha mala na mesma, pego meu celular e ligo para Josh.

"Aló, Josh? Preciso de sua ajuda"

"Aló, Maya o que houve?" - Perguntou preocupado.

"Fui expulsa de casa, preciso de um lugar para ficar e que venha me buscar" - Digo e o mesmo parece se assustar.

"Certo, onde você esta?"

"Na minha rua, na frente de casa, na calçada" - Respondo.

"Certo, permaneca aí, não saia do local. Irei busca-la." - Disse e desligou a chamada. Me sento na calçada ao lado de minha mala,.guardo o celular e fico esperando-o.

The Triangle is Back - Fanfic GMWOnde histórias criam vida. Descubra agora