Capítulo IX

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Ele sorriu observando seu rosto, seus cabelos e tudo sobre ela, como sempre fazia.

— Você quer conversar? Uma conversa normal, digo. Daquelas que só palavras saem das nossas bocas — perguntou ainda sorrindo de leve.

— Hum — ela disse, sem conseguir pensar direito com aquele corpo enorme e másculo colado ao seu.

Sentia-o por todo o seu corpo.

E, mais precisamente, sentia uma parte específica dele pressionada contra uma parte também específica do seu corpo.

O mínimo movimento não intencional - ou sim - de ambos, fazia com que aquilo roçasse com mais força contra ela.

E ela não sabia o que pensar sobre aquilo.

Aquilo, a situação, não "aquilo" a coisa dele. Vocês entenderam.

— Vou entender isso como um não — dissera ele.

Ela apenas piscava, o olhando, desejando por mais daquilo, mais dele, mas sem saber como dizer isso em voz alta.

Ele a fitou por alguns segundos, percorrendo os fios vermelhos com os olhos, depois com as mãos.

— Você é tão linda — murmurou, impressionado. Sofia não acreditava nisso, mas achou melhor não discutir sobre isso naquela hora e não sentia-se disposta para uma discussão sobre a sua beleza - ou, nesse caso, na opinião dela, a falta dela. — Por que prende os cabelos assim?

— É mais prático — respondeu, com a respiração já normalizada.

— E não pesa? — ele perguntou. Ela confirmou com a cabeça, ainda sentindo o toque dele nos seus fios. — Então não deveria prendê-los. Deveria ser crime prender um cabelo tão lindo assim.

Ela corou, mais do que já estava. Ficou calada, apenas piscando e o encarando.

Ele brincou mais um pouco com o seu cabelo e depois olhou-a nos olhos, voltando a abraçá-la.

— De que horas devo buscá-la? — perguntou.

Sofia sentiu-se confusa por um momento, depois lembrou-se do encontro que teriam à noite.

— Não sei — disse. Não queria confessar que nunca saíra em um encontro e não sabia à que horas geralmente isso era feito. Preferiu ficar calada e esperar que ele sugerisse o horário. O que ele fez depois de pensar um pouco.

— Tenho que passar em um lugar para pegar algo, antes de pegar você — ele disse. — Às sete está bom para você?

Ela concordou com a cabeça, rapidamente.

— Bom. Às sete, então — ele sorriu, beijando sua bochecha, como se não conseguisse resistir ao impulso de beijá-la. — Tenho uma surpresa para você.

— Uma surpresa? Para mim? — ela se surpreendeu.

— Sim.

— O que é? — perguntou antes que pudesse se conter. Ele riu.

— Se eu contasse não seria mais uma surpresa, não? — riu da expressão contrariada dela, selando seus lábios rapidamente. — Mas garanto que você vai gostar — disse com um sorriso malicioso.

MINHA METADE - SÉRIE RECOMEÇOS | LIVRO I  Onde histórias criam vida. Descubra agora