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O sol está nascendo, o que significa que Michelly está indo dormir e Catarina está vindo me soltar. É estranho ver a luz depois de tanto tempo, estou desacostumada, o minusculo buraco na janela consegue deixar que passe mais luz do que aparenta.

O dia amanheceu muito quente. Estou sentindo como se estivesse em contado com o fogo. Isso está me torturando de mais, pelo jeito o inferno tem mais coisas do que se poderia imaginar.

Me levanto do lugar onde estava sentada e reparo que o lugar de modo ficou mais limpo que o resto do chão, está com menos poeira. Esse lugar não é limpo a muito tempo. Michelly também não entra aqui a muito tempo, esse é o inferno dela, o lugar perfeito para ser bem vingado por alguém.

Ouço o barulho de chaves, Catarina chegou bem na hora, já tenho algumas ideias, hora de começar.

—Estou com algumas roupas para você se vestir durante o dia — ela me diz da forma mais feliz possível. O que também me deixa muito feliz —, espero que elas sirvam.

—Estão ótimas. Você conhece essa casa inteira?

—Quase toda, existem lugares que não tenho a permissão de entrar.

—Mas sabe onde estão Eduarda e Charlotte?

—Sim.

—Ótimo. E os objetos de tortura de M?

—Também sei onde estão.

—Perfeito. Me leva até lá?

—Claro que não! — A voz de Catarina muda totalmente, não sei o que aconteceu, mas de uma coisa tenho certeza, isso não é bom.

Olho em volta e vejo a porta do quarto aberta. Corro para lá e percebo que Catarina não tenta me impedir e não sai de seu lugar. Olho para trás e ela simplesmente não está mais lá.

Meu coração começa a se acelerar com medo. Nada está fazendo sentindo, nunca fez desde que cheguei aqui, mas agora parece que o inferno está maior.

—O inferno não tem limites.

Olho em volta procurando a pessoa que falou isso, ou as pessoas, a voz eram estranha, dava a impressão de que existia varias pessoas falando a mesma coisa. E por algum motivo, minha voz parecia ser uma delas.

Olho para trás, Catarina já não está mais no quarto. Olho para frente e lá está Eduarda, me encarando de um modo estranho, não chega a ser assustador, mas de um modo até atraente.

Começo a correr não tenho ideia para onde, sigo em frente no corredor, Eduarda não se mexe e aos poucos vai ficando cada vez mais longe de mim, o corredor por outro lado, quanto mais eu corro mais longe eu aparento estar do fim.

Olho para os lados e vejo uma porta. Paro por alguns segundos para respirar, meus pulmões estão fora de controle, queimando em brasa. Caminho em direção a porta e aquela impressão de quando mais eu ando mais as coisas ficam longe de mim.

—O Inferno não tem limites.

Escuto essa frase novamente, olha para trás e vejo todas as mulheres da casa, inclusive eu.

—O inferno não tem limites! O inferno não tem limites! O INFERNO NÃO TEM LIMITES!

Essa é a única frase que ficou gravada em minha cabeça, a única coisa que eu conseguia ouvir ou talvez até dizer, era a única coisa que eu era capaz de ouvir até um apito de dar dores de cabeça começar a apitar e minha visão ficar escura.


Capitulo revisado

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