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Começo a abrir os olhos e tudo o que vejo é uma luz branca sobre mim, os sons que ouço são passos apressados e vozes fazendo pedidos ou ordens.

—O paciente está acordando, rápido! — é a frase mais clara que consigo ouvir antes de apagar novamente.

~~~

Acordo sentindo minha respiração perfeita, mas também sinto alguma coisa em meu corpo e ouço uma espécie de bip que acompanha as batidas de meu coração.

—Olá — ouço a voz vindo do lugar oposto no qual estou.

—Onde estou e o que aconteceu comigo?

—Vamos do inicio então. Bom, a policia recebeu uma ligação anônima que dizia estar ouvindo uma frase sendo grita repetitivamente, essa frase era "o inferno não tem limites". Ao chegar no local, ele viram o que parecia ser um certo ritual satânico com um corpo sendo utilizado com oferenda,  seu corpo, dentro de um quarto vermelho e com vários objetos de tortura e comidas podres. Eles te levaram direto para a UTI, onde você finalmente acordou, depois de quase quatro meses.

—Não consigo me lembrar de nada.

—Imaginei. Por isso, ficará em repouso por hoje e ficará mais alguns dias tendo consultas com uma de nossas melhores psiquiatras, antes de ir para casa.

~~~

Acordo de madrugada sentindo como se minha bexiga fosse estourar a qualquer minuto.

Me levanto e vou direto ao banheiro, assim que abro a porta fico frente a frente com a pessoa que eu mais temo, Michelly estava me encarando. Começo a gritar de desespero e acabo caindo ao chão.

Médicos chegam ao quarto e eu tento relatar o ocorrido, mas eles não acreditam em mim. Me dão um injeção que me faz apagar novamente.  

~~~

—Bom dia — escuto o medico dizer assim que acordo —, você tem visitas?

—Visitas? — olho para ele vejo dois bebes em seu colo.

—Sim, esses são seus filhos.

—Filhos? Não, deve ser um engano, não tenho filhos. Nunca nem estive grávida.

—Suas lembranças estão piores do que imaginávamos, eles nasceram no dia que você veio para cá. Estava em um péssimo estado e eles estavam correndo riscos, fizemos a cesárea para salvarmos as três vidas.

Entrei em desespero quando ele me entregou os bebes, um menino e uma menina, eles eram iguais a Mikael e Michelly.

NÃO, NÃO,NÃO NÃO, Não pode ser, eles não são meus filhos, eles não são as pessoas que me atormentaram por não sei quanto tempo.

Estava tentando convencer a mim mesma sobre isso, tentativa falha.

—Meus bebes — digo sorrindo e automaticamente.

~~~

Meses se passaram, eu ainda não conseguia ver meus filhos sem ver as lembranças do lugar onde estivesse supostamente presa, não estava conseguindo comer, e o pior de tudo é que eu nunca fui quem pensava realmente ser. Não sou mais uma mulher, não sou mais a Jeniffer. Agora meu nome por algum motivo é Maycon, e todos ao meu redor me chamam de M.

Capitulo revisado


Bom meus amores, finalmente conclui realmente essa historia, espero que tenham gostado, comentem e o que acharam e compartilhe com os amigos. E não deixem de ler as outras obras (Dalila, por exemplo), beijos <3

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