Vinho

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CAPÍTULO NARRADO EM 3º PESSOA

Nick... Eu posso lhe fazer uma pergunta?

Faça.

Onde aprendeu a bater daquele jeito?

Nem queira saber. (Sua voz se tornou fria como gelo e aquilo atingira Malena de forma estranha, ela própria admitira.)

Ãh... Agora fiquei curiosa... (Soltou a frase inocentemente enquanto acelerava mais, ela notará que seu primo estava mais frio do que quando se foi, mais certeiro e só queria uma mínima brecha para saber o que havia ocorrido com ele, estava receosa, mas não desperdiçaria a oportunidade de, talvez, ajudá-lo, ela devia isso a ele, não? Ele a defendeu... Mal sabia ela que o que ele havia feito era por puro prazer, com a desculpa de defesa. Olhe só como andar com a priminha lhe rendeu bons frutos, ele se satisfez sem arrumar briga com um bêbado qualquer e ainda se saiu como o bonzinho)

Não quero falar sobre, o que aconteceu em Londres, ficou em Londres. Vida nova. (Ele soava cada vez mais rude e frio, devia ser um assunto doloroso, imaginou ela)

Desculpa. (Murmurou se remexendo no banco incomodada com o tom)

(Ele apenas ignorou o pedido da menina olhando pela janela, com tanto que ela não o matasse com sua velocidade, ele não se importava com o resto)

(Olhando pela janela ele refletia sobre seu dia, sorriu ao lembrar de como a mulher ao seu lado era linda, ele não tinha interesse nela, mas também não era cego. Apesar do corpo fora de forma, a mulher exibia uma beleza incrível, obviamente, ele já vira outras mulheres mais bonitas e, até mesmo já transará, porém, era incontestável aquela beleza genuína e totalmente natural. Mas o que ele estava pensando? Mesmo ele não ligando para isso, ela era sua prima e não podia simplesmente usá-la como sempre fez com as outras. Ele teria que manter distancia destes pensamentos perversos, pelo menos no que diz respeito a ela.)
(Tentando pensar em outra coisa, logo ele se pegou frisando em sua mente as palavras do idiota em que baterá minutos antes "Quero  essa sua boquinha experiente me chupando de novo" uma certa ância invade seu corpo só de imagina-lá com aquele otário, até ele achava que ela era de mais para alguém como aquele... Percebendo seus pensamentos Nick chacoalha a cabeça, iria pirar deste jeito)

O que foi? (Pergunta com certa preocupação na voz, ver Nick chacoalhando a cabeça como um cachorro tentando espantar algo a deixou apreensiva, o homem esbelto ao seu lado arregala levemente os olhos logo voltando a sua expressão imparcial, fazendo um sinal negativo com a cabeça, insinuando um "nada" mudo.)

Ok... (Ela estava perdida em seus pensamentos, dirigindo com velocidade grande, ao chegar perto da área urbana, ela diminui a velocidade para 40 km/h, não estava afim de levar uma multa, isso com certeza faria com que seus pais ficassem furiosos e ela provavelmente ganharia pontos na carteira, coisa que evita ao máximo. Trocando a marcha ela se pegou voltando no tempo, lembrando de como entrou nessa vida, piscando várias vezes ela espanta as lembranças e tenta se concentrar na estrada a sua frente, de rabo de olho ela enxerga um Nick ligeiramente avermelhado, ele estava de maxilar trincado, seus pensamentos são interrompidos por uma música irritante que saia de seu celular, ela tinha que trocar esse toque urgentemente)

Nick, atende pra mim? (Ela pede sem desviar a atenção da estrada, na verdade, era só um pretexto para ouvir a voz do homem)

-Alô?
-Oi, Tia.
-Já estamos chegando.
-Tchau.

(O homem desliga o celular ainda sério, Malena estranha sua seriedade e imagina que arrumou problemas, antes fossem esses os problemas...)

(Chegando em casa ela entra na garagem suspirando fundo, finalmente lembrando que a vadia de sua prima estaria lá, ah que ódio ela guardava daquela garota)

Nick, pode ir na frente...

Tem algo de errado? (Pergunta desconfiado do repentino mal humor da garota)

Apenas uma vadia. (Ela diz com ódio puro na voz e em seus olhos brilhavam uma ira até então desconhecida para Nick)

Que vadia? (Pergunta um tanto irônico já imaginando quem seria, desde os 14 Malena nutria um ódio profundo de Ana, aparentemente, sem motivos, ao pensar nisso flashbacks de horas antes voltam a sua mente "nada que faço é sem motivos" a voz da mulher ecoa em sua mente e uma curiosidade lhe atinge como flecha, no entanto, opta por ficar calado)

(Percebendo a demora para Nick sair do carro, Malena decide sair sem socar nada para conter o ódio letal contido dentro de si)

(Ela amarra o saltos corretamente nos pés sobrepostos sobre o mesmo e pega a bolsa saindo gloriosamente de seu carro, os parentes todos já os aguardavam na porta da garagem, ao sair do carro Nick é atacado por uma mãe morta de saudades, a mulher caminha decidida até as pessoas que lhe interessavam e as abraçou, começando por Josep, irmão de Ana, um anjo, Ana estava ao seu lado sorrindo irônica, ela passa esbarrando na garota causadora de sua maior desgraça, indo diretamente para os braços dos tios distantes, pais da vadia e de Josep, ela abraça carinhosamente Merly e João, seus padrinhos, retribuem com a mesma intensidade, eram muito ligados. Ela espera pacientemente a Tia Rose matar as saudades do filho e a abraça soltando algumas risadas das palavras sussurradas por sua Tia em seu ouvido e sussurrando em resposta um "te amo, Tia maluca" recebendo de volta alguns cutucões que a fazem gargalhar escandalosamente atraindo os olhares para si, não que se importasse, ela decide entrar, mas sem deixar de esbarrar com força na vadia quase a derrubando)

(A mulher caminha lindamente sobre seus saltos com, mais ou menos, 13 cm, ao parar na cozinha ela desiste de tomar apenas água e recolhe em suas mãos uma taça indo para a adega da cozinha, estava cheia devido a janta que a mãe e as tias prepararam para recepcionar Nick, ela se agacha sentindo o vestido subir ressaltando suas grossas coxas brancas, sem se importar, afinal, era a única na cozinha, certo? Errado. A mulher escolhe um vinho qualquer e se levanta empinando o bumbum com glamour, uma música qualquer ecoava em sua mente distraída, ela serve um pouco do vinho na taça e ouve o raspar de vidros, soltando a garrafa no balcão ela se vira com o coração acelerado, vendo atrás de si Nick, com uma taça em mãos)

Posso? (O homem pergunta com um sorriso [de molhar calcinhas inocentes]  para a garota que assente desnorteada) então, um brinde?

Por que? (Malena solta a primeira pergunta que lhe vem à mente logo se arrependendo pela péssima escolha)

Ah, pela vida? (Ele diz duvidoso, esperando que a mulher desse uma risada e ele conseguisse lhe arrancar o que tanto lhe deixava curioso, em vão, a mulher ergue a taça e o tilintar é ouvido por toda a cozinha.
O vinho balançava no copo enquanto Malena levava apressadamente a boca, tomou um grande gole do líquido, com um sorriso retira a taça dos lábios, a mulher esfrega os lábios espalhando a cor vermelho sangue pelos mesmo, não se segurando e passando a língua em circunferência ao local, ah se ela soubesse o quanto aquele mínimo ato provocou o homem a sua frente, na taça, a marca de seu gloss incolor, agora manchado pelo vinho, mantia-se marcado. O homem, sem se conter, dá um passo à frente, totalmente hipnotizado, mas sua consciência logo lhe volta a mente e ele toma outro grande gole de seu vinho, acabando com o que tinha em sua taça, ele anda mais para frente e se curva sobre os olhos atentos de Malena, esticando seu braço por cima de seus ombros e pegando a garrafa, serviu-se e deu passos para trás vendo Malena soltar o ar contido, totalmente arrepiada, sorriu internamente ao ver o efeito sobre sua "querida" Mal.)

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