O dia amanheceu e com ele a surpresa de estar mais uma vez atrasado. Naquelas últimas três semanas já havia se tornado um mal hábito, mas Draco não conseguia evitar. A falta constante de Hermione, por mais que fosse somente durante o período do sono, já o deixava exausto. Se a marcasse seria tão mais fácil, mas mal tinham três semanas de namoro. Ele prezava pela sua saúde física, mas seu emocional estava tão abalado quanto o dela: nunca tinha imaginado um dia se apegar tão fortemente a alguém, muito menos em tão pouco tempo.
Ele podia já ser apaixonado por ela desde sempre, mas no caso ele se referia a mal começar a namorar e já ansiar pelo verdadeiro compromisso, marcá-la como sua – o equivalente ao casamento humano – em menos de um mês. Ele também teria de começar a pensar em como faria isso quando a hora chegasse. Odiava que tivesse tanta pressão sob sua imagem. Aqueles boatos realmente não eram nada interessantes quando se realmente tinha de fazer alguma coisa. E certamente não seria ele quem pediria conselhos ao pai e aos amigos. Com certeza eles não entenderiam o seu lado.
Se corresse conseguiria pegar os últimos dez minutos do café da manhã. Sabia que ela não estaria lá, mas a última coisa que gostaria era desmaiar por fome e exaustão. Percebia-se que ele não pensava direito, já que seu dormitório era quase ao lado das cozinhas fazia com que ele não precisasse correr para o café. Após arrumado, Draco passou às pressas pelo salão, tendo sua atenção presa ao tapete central por alguns segundos.
-Se é o meu sangue que está procurando, não se preocupe. Trocaram o tapete a alguns dias.
Um forte arrepio subiu pela espinha do garoto. Quando olhou para a direção da voz, percebeu que o quadro que vira ontem a noite era enfeitiçado. Se aquele era, certamente os outros também. Aquele obviamente era Samuel Fitzgerald, já que falava sobre o seu sangue no carpete.
-Como? – Draco não sabia como se portar com essa novidade.
-Se está aqui provavelmente sabe quem nós somos e o que você é, não se faça de desentendido – seu humor era completamente ácido, provavelmente pelo ocorrido 275 anos antes – Não precisa ficar encarando o chão como se fosse algo de anormal.
Samuel de fato tinha os fortes traços que eram encontrados em toda a linhagem Malfoy mais atual. Seus cabelos eram loiros quase brancos – mas isso certamente se dava pelo gene veela, visto que os de Draco se encontravam na mesma situação – os olhos de um azul acinzentado bem chamativo. Sua boca rosada com os lábios levemente cheios escondiam um sorriso que antes era estonteante, apenas demonstrando impaciência e escarnio atualmente. Sua pele alva também era derivada do gene, porém o queixo firme e o nariz aristocrático certamente era algo que tinha em comum com Septimus, além da cor dos cabelos. Ficou surpreso por Samuel não fazer a menor ideia do que havia ocorrido, ninguém o havia avisado quando reabriram o dormitório?
-Sammy, não fale assim. – Uma outra voz se fez presente, na parede oposta à de Fitzgerald – Ele também é um de nós. Um sonserino, como você. Por favor, não ligue para o Sammy. Ele é assim desde, bem, desde o incidente com sua companheira.
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Veela, Draco?
FanficDurante o último verão Draco descobriu o seu verdadeiro eu interior: um Veela puro. Tem total conhecimento de sua companheira, porém existem dificuldades que impedem seu relacionamento. Problemas de sangue? Quem dera fosse. O garoto precisa aprender...