Tradução do título do capítulo: Nada é de graça
- Hora de acordar, bela adormecida. - A voz alta e grossa invadiu minha cabeça, fazendo com que eu acordasse assustado. Me sento rapidamente da cama, e coloco a mão em meu peito sentindo meu coração acelerado pelo susto. Ergo o rosto e vejo um guarda parado na entrada da cela que estava aberta. - Vamos detento preguiçoso, levante a bunda daí. Não ouviu a sirene ou apenas ignorou e voltou a dormir? - Começou a bater o cassetete contra a grade da cela fazendo um barulho irritante.
Apresso-me para me levantar, descendo as escadas com pressa. Faço reverencia para o mesmo, mas não antes de olhar seu nome que estava bordado em sua farda.
Gong Jichul
- Me desculpe, senhor Jichul. - Falo baixo.
- Não se esqueça de que aqui não é a droga de um hotel, detento. - Assinto com a cabeça em entendimento e então ele saiu em seguida.
Ao ter certeza de que ele finalmente havia ido embora, me sento na cama vazia debaixo do beliche e passo as mãos em meu rosto, sentindo meus olhos inchados. Minha noite não havia passado de lágrimas silenciosas e curtos cochilos... Estava destruído. Não queria ao menos me olhar no espelho, provavelmente estaria deplorável.
A mesa em que eu havia me sentado estava praticamente vazia, no entanto, a falta de companhia não me incomodava. O único ponto negativo era que, estando sozinho, eu estava ainda mais visível; e por mais que eu tentasse fazer com que minha presença fosse discreta, aquele uniforme laranja chamativo não me ajudava em nada.
Sinto alguns olhares queimarem em mim, porém, eu não ousaria em tirar meus olhos da bandeja da minha frente e procurar quem me encarava. Já estava cerca de cinco minutos revirando a comida com os hashi's de madeira, criando coragem para começar a comer naquela bandeja com 4 repartições.
Kimchi, arroz, uma sopa estranhamente marrom, e um pedaço de massa a qual não conseguia identificar.
Ouço o ronco de meu estômago reclamando pela fome e faço uma careta. Vejo Jeon sentado em uma mesa cheia no canto, comendo sem receio algum o café da manhã. Como ele, e todos os outros detentos, estavam conseguindo comer aquilo?
- Não é tão ruim quando se experimenta. - Levanto meu olhar, fitando o rapaz que estava em pé a minha frente, no outro lado da mesa. Minha expressão de surpresa fora inevitável. Como eu não o vi chegar? Há quanto tempo ele estava ali? - Não precisa se preocupar, eu já trabalhei na cozinha, a comida não vai te dar uma intoxicação alimentar... Mas, não me pergunte porque a sopa de pasta de soja é marrom e não amarela... Nem eu sei explicar. - Disse em um tom brincalhão e eu forcei um sorriso que provavelmente saíra mais como uma expressão nervosa.
Ele era alto, magro, cabelos castanhos claros, olhos da mesma cor. Ele não parecia ameaçador, pelo menos, não fisicamente. Na verdade, ele era bonito. Muito bonito. Rio pelo nariz, voltando a atenção para a comida, tentando disfarçar a tensão.
- Posso me sentar aqui, novato? - Perguntou simpático, apontando para o lugar na minha frente. Eu apenas assinto.
- Sabe o que é isso? - Questiono apontando para a massa, afim de quebrar aquele silêncio.
- Hm... Arrisco a dizer que seja bolinho de feijão frito. - Supôs analisando a comida que também estava na sua bandeja. Com o hashi, ele levou um pedaço da massa até a boca e mastigou devagar. - É. Eu estava certo. Isso é bolinho de feijão frito. - Falou após engolir, satisfeito por ter acertado.
- É bolinho de feijão frito, mas não é redondo e nem frito. - Reclamo baixo, rindo baixo.
- Vá se acostumando. Não vai ser a primeira nem a última vez que os grandes chefes culinários daqui vão te deixar intrigado com alguma refeição. - Disse risonho. - Ah, eu já ia me esquecendo. Me chamo Kim Seokjin. - Falou fazendo reverencia apenas com a cabeça.
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Cela 132 | jjk+pjm
Novela Juvenil(Em andamento) Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade. O ser humano não é perfeito e nunca será, pois, é de sua natureza errar. Mas, até onde erros podem ser tolerados e perdoados? Jungkook era apenas mais um adolescente rebelde e m...