Tradução do título do capítulo: Vaso chinês- Atenção, agora, todos os detentos em confinamento em suas respectivas celas. - A voz do diretor do presídio soou nas caixas de som que ficavam no teto do local.
Eu estava apoiado nas grades da cela, prestando a atenção no movimento agitado do lado de fora. Haviam dezenas de guardas andando apressados e correndo de um lado para o outro. Pelo que havia entendido, alguém havia tentado fugir e agora estavam atrás dele. Todo aquele tumulto estava me deixando com dores de cabeça incômodas. E para piorar, o tal "Jungkook" estava sentado no chão, encostado no beliche, jogando uma pequena bola vermelha que quicava contra a parede e voltava para sua mão, e aquele barulho não ajudava nem um pouco para que a dor passasse.
Quando ele a lançou novamente, tento a segurar - para dar um sumiço nela -, porém, ele foi mais rápido e a pegou antes que eu executasse meu plano.
- Dá pra parar com isso? - Pergunto impaciente, quase emburrado, por não ter conseguido pegar aquela maldita bola.
- Me deixe tranquilo, novato. - Falou suspirando fundo, sem me olhar e voltou a jogar a bola. - Você deve ser bonzinho comigo.
- É este o favor? Devo ser bonzinho com você? - Uso meu sarcasmo, arrancando um sorriso de seu rosto. Era a primeira vez que estávamos nos falando depois de nossa conversa no refeitório há uma semana. Antes de hoje nossa convivência não se passava de silêncio e poucas trocas de olhares.
- Não. - Negou dando uma risada nasal. - Deve ser bonzinho comigo porque provavelmente gosta de ter seus dentes inteiros na boca. - Cerro meus olhos e cruzo meus braços. Se eu não estivesse tão irritado, com certeza teria me encolhido e ficado quieto depois desta "ameaça". - E sobre o favor... Eu ainda vou te cobrar, não se preocupe.
- E o que você quer? - Arqueio a sobrancelha.
- Não vou estragar sua surpresa. - Voltou a jogar a bola. - Por que está tão curioso? Está ansioso, é?
- Quero saber quando vai me cobrar esse maldito favor, Jungkook. - Ele colocou a mão no queixo, como se estivesse pensando.
- Hoje. - Cantarolou calmo, arrancando uma expressão de surpresa de meu rosto. - Ou amanhã. Talvez mês que vem ou daqui um ano... - Reviro os olhos, percebendo que mais uma vez ele estava caçoando com a minha cara. - Estou esperando a hora e o momento mais conveniente, Jimin.
- Espera, como sabe meu nome? - Indago.
- E isso importa? - Perguntou me olhando de soslaio. - Assim como não quero saber como você descobriu o meu, não precisa saber como eu sei o seu, Jimin.
- Você provavelmente é mais jovem do que eu, portanto, não fale comigo tão informalmente. - Digo firme.
Ele gargalhou, negando com a cabeça.
- Não seja tão ingênuo, Park... Está esperando que eu te chame de "Hyung"? Acha mesmo que alguém aqui usa honoríficos*? - Falou sarcástico.
- Não te dei intimidade para falar assim comigo.
- Você está muito atrevido hoje, "Park". - Falou sério, se levantando e guardando a bola na gaveta do pequeno armário. - Não se esqueça de que, se não fosse por mim, você teria virado a putinha do Gong naquele banheiro.
- Eu não precisava de sua ajuda.
- Tem certeza? - Arqueou a sobrancelha. - Pois pelo o que eu me lembro daquela noite no banheiro, você estava tremendo e quase chorando feito um bebê assustado. - Disse aproximando-se de mim. - Acho melhor ser menos orgulhoso e não arriscar mais a sua sorte tentando me enfrentar assim... porque eu não costumo guardar desaforos, ainda mais, vindos de alguém feito você. - Segurou meu queixo, fitando-me com certo desprezo.
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Cela 132 | jjk+pjm
Novela Juvenil(Em andamento) Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade. O ser humano não é perfeito e nunca será, pois, é de sua natureza errar. Mas, até onde erros podem ser tolerados e perdoados? Jungkook era apenas mais um adolescente rebelde e m...