CAPÍTULO SEIS
Antes de ir para casa, Amanda encontrou alguns amigos em um barzinho próximo a orla da praia. Antes de se entreter com a turma, enviou uma mensagem para o celular da jornalista.
Ao chegar a sua casa, enquanto tomava um banho morno, Eva ouviu o celular vibrando sobre a cama. Sentiu um calafrio gostoso percorrer seu corpo ao pensar na possibilidade de ser Amanda, tendo em vista que desde que se divorciou, Eva recebia pouquíssimas mensagens, a maioria era dos filhos ou da empresa.
Desligou o chuveiro e envolveu-se na toalha macia, esticando-se para alcançar o celular que estava no criado-mudo da cama. Ficou eufórica ao deparar-se com o número da produtora no aplicativo de mensagens.
Travou a tela do celular e vestiu uma roupa confortável. Passaria o resto da noite assistindo televisão. Mais tarde, entraria em contato com o salão de beleza para agendar um horário para o dia seguinte.
Estava sentada em sua cama, passeando pelos canais de televisão, quando a porta do quarto se entreabriu e surgiu a silhueta do seu filho caçula. Ele ajeitou os óculos de grau e encarou a mãe por alguns segundos, que exibiu um sorriso reconfortante, fazendo com que o adolescente fosse até a mulher.
— Mãe, eu posso dormir na casa do Pedro hoje? — o rapaz pediu timidamente enquanto a mulher beijava-lhe a bochecha com ternura.
— Claro que sim, Eduardo — concordou com um aceno. — Vai ter coragem de me deixar sozinha com o seu irmão? Aliás, seu irmão está com a namorada. Vai me deixar sozinha? — ela brincou, fazendo com que o garoto gargalhasse.
Eduardo era muito semelhante a Márcio. Até mesmo as expressões faciais. Tinha o costume de franzir o nariz quando encarava as pessoas por baixo das lentes dos óculos.
— Por que a senhora não vai dar uma volta com a Maria Teresa?
Eva inspirou profundamente. Desde o divórcio, saía esporadicamente de casa. Fazia isso sempre na companhia dos filhos, mais especificamente na companhia de Eduardo, já que João Paulo sempre estava com a namorada.
— Maria está viajando a trabalho — ela respondeu recordando-se da amiga.
— Vai dar uma volta sozinha — ele insistiu encarando a mãe com seriedade. — É sério, mãe! — ela negou com a cabeça. — Você precisa sair conhecer pessoas novas... Arrumar alguém...
Naquele momento, Eva fitou o garoto com extrema admiração.
— Meu filho, eu já estou velha para ficar de namoricos — falou aos risos, sentindo as bochechas formigarem.
O garoto revirou os olhos, parecia impaciente.
— Mãe, por favor... — ele falou hesitante. — Você é tão... Bonita. Seria desperdício ficar dentro de casa em uma sexta-feira — Eduardo insistiu. — Já vai fazer seis meses que você o papai se separaram. Está na hora de você seguir em frente!
Um silêncio abraçou a atmosfera do ambiente. Eduardo encarava a mãe com seriedade. Soube das traições do pai e não achava justo que sua mãe sofresse por deslizes dele.
— Acho que está na hora de você ir, Eduardo... — a jornalista falou arqueando as sobrancelhas, tentando desvencilhar-se daquele assunto tão delicado.
O menino suspirou e levantou-se da cama, desanimado. Caminhou devagar até a porta e saiu silencioso, sem despedir-se da mãe.
Quando ouviu a porta se fechar, Eva libertou um suspiro aliviado e encarou seu semblante no espelho. De fato, considerava-se uma bela mulher, mas não se sentia bela o suficiente para se envolver com outras pessoas.
Apesar dos cuidados que possuía com suas curvas generosas, a gravidez dos filhos havia lhe rendido pequenas imperfeições. Imperfeições essas, que lhe geravam certa insegurança em estar com outra pessoa que não fosse Márcio, depois de tanto tempo.
Tentou procurar algo decente para assistir na TV, porém os dizeres do filho não lhe saiam da mente.
Movida por uma pequena coragem, enviou uma mensagem para Amanda.
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Uma Chance Para Amar (COMPLETO)
Chick-LitApós um divórcio, a jornalista Eva tenta encontrar apoio nos filhos e na dedicação quase exclusiva de seu trabalho, descartando a possibilidade de engatar qualquer relacionamento que fosse. Porém ela não imaginava que o destino lhe pregasse uma peça...