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OLIVER BENNETT

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OLIVER BENNETT

Desde muito pequeno percebi que nós somos os responsáveis pelo nosso destino. A vida não te dá à opção de ser fraco. Não. Ela te derruba no chão tantas vezes, que ser forte não se torna uma opção, mas sim uma questão de sobrevivência. Sentar e chorar por coisas que você não pode mudar é perda de tempo. As coisas acontecem como tem que acontecer e na maioria das vezes são nossas escolhas que dirão quem realmente somos e o que iremos colher.

Nascido em uma família que carrega no sangue um amor incondicional pela adrenalina, cresci assistindo as consequências pelas escolhas que meu pai realizou por essa paixão incomum e vi sua queda quando minha mãe nos abandonou e nunca mais olhou para trás. Meu pai sendo um homem de bom coração, nunca se recuperou completamente do abandono, mas com dois filhos pequenos ele não tinha outra opção a não ser se reerguer.

Essa paixão incomum pela adrenalina, que pertence aos Bennett em várias de nossas gerações, foi responsável pela morte de vários homens da minha família e certamente será o responsável por muitos outros, mas como todos dizem e eu assino embaixo: Que se exploda tudo, se eu estiver dentro de um carro, estarei feliz!

Aprender a dirigir é uma das primeiras coisas que os homens da minha família aprendem nesta vida e conforme crescemos aprendemos tudo ao respeito dos carros, sabendo o que devemos e não devemos fazer com nossas máquinas. Nossa tendência é sempre melhorar e são raros os que não se tornavam os melhores no volante e os donos das corridas ilegais que participassem. Pergunte para quem for, se entramos em uma corrida é para vencer.

Entretanto o poder que isso traz pode cegar um pouco e muitas burrices são realizadas com sucesso. Acho que isso é algo para que se possa valorizar todas as conquistas que conseguimos e prestar atenção no que realmente importa. Mas muitos não percebem isso e acabam morrendo precocemente, cegos pelo brilho do poder.

Andando ao redor do bairro pobre e esquecido pela sociedade, lugar ao qual vivi os primeiros anos da minha vida com muito sacrifício e tive a dor de ver minha mãe ir embora, sem nunca olhar para trás, abandonando todos nós pelas escolhas erradas de meu pai. Não posso evitar pensar sobre isso, o inicio complicado de minha vida.

Ninguém nasce sabendo. Isso é um fato incontestável e os negócios da rua podem ser perigosos quando realizados sem uma malícia necessária e antes de pegarmos ela e ver como tudo funciona, nos somos ferrados por nossa ganancia e inocência. O poder é conquistado rápido, mas manter ele é complicado e até ter a malícia necessária entramos em uma estrada longa de vários altos e baixos. Mas quando as conquistamos ninguém pode nos atingir e somos implacáveis em nossos contra ataques.

Bondade? É algo raro de se encontrar neste mundo e deixo isso exclusivamente para os ricos que nunca tiveram que passar pela tão temida fome, que faz até o mais santo dos santos se entregarem ao pecado sem pensar duas vezes.

Encaro ao redor encontrando luzes iluminando certos pontos, não fazendo muito para clarear a escuridão da noite. O frio estava forte para essa época do ano e as ruas estavam úmidas, com cheiro de urina forte e sem ninguém circulando ao redor. Isso demostrava que os toques de recolher ainda existiam e que os poucos moradores eram sábios e o respeitavam, trancando-se em suas casas com portas de papel e tentando enganar a si mesmos que estão seguros, quando todos sabem que isso não pode ser encontrado neste lugar.

(Degustação)Amor em Alta Velocidade - Irmãos Bennett | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora