❥ chapter 15

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n/a: reta final... ): 

Umas cinco e meia, mais ou menos, Louis e eu terminávamos de nos arrumar para a cerimônia tentando fazer o mínimo de bagunça possível em nosso quarto de hotel. Ele, que estava parado em frente ao espelho há muito tempo, encontrava-se claramente nervoso e desconfiado de seu visual não terminado, fazendo mil tipos de penteados em seu cabelo sem chegar a nenhum que realmente o agradasse. Através do espelho do banheiro, eu o observava silenciosamente enquanto terminava de domar meus cachos e ajustar a gravata amarrada em meu pescoço, vez ou outra rindo de suas caretas descontentes. Prestes a desistir diante de mais um penteado insatisfatório, ele tacou o pente na cama, o que me fez rir mais uma vez e abandonar meus próprios cuidados para ajudá-lo, visto que ele estava quase chorando de desespero.

"Nada?" Perguntei o óbvio e ele apenas meneou a cabeça em negação, formando um bico em seus lábios. Ajoelhei-me em sua frente e o encarei por alguns instantes, apoiando as mãos em suas coxas para que pudesse pensar em como ajudá-lo e logo tive uma boa ideia, portanto arrisquei colocá-la em prática. Enfiei os dedos entre os seus fios macios e fiz alguns retoques com a escova e um pouco de gel, formando um belo topete que me deixou até orgulhoso. "Lindo." Sorri e ele corou um pouco, levantando-se para ver o resultado no espelho.

"Ah, muito obrigado, amor. Você me salvou disso! Nunca fui bom em penteados, de qualquer forma." Ele disse gratificado, me puxando para um abraço gostoso que, em outras circunstâncias, eu nunca teria soltado.

"Precisa de ajuda em mais alguma coisa? Só vou calçar meus sapatos, acho que já estamos prontos para ir." Afirmei e ele negou, correndo para calçar os seus sapatos também. Mordi os lábios ao reparar a forma em que a calça social justa salientava suas coxas, mas me contive e segui meu caminho de volta ao banheiro, dando, em termos técnicos, os reparos finais.

Dez minutos depois, pegamos o elevador até o estacionamento e Louis se concentrou em ler o endereço inscrito no convite, preocupado sobre eu não saber o caminho ou algo do tipo. Ele estava ao todo nervoso, para falar a verdade: suas mãos pequenas estavam trêmulas e vez ou outra eu o flagrava respirando fundo, quase como se quisesse conter seu desespero. Sorri diante de seu estado, que, aos meus olhos, era adorável, e o puxei para perto para tentar deixá-lo mais calmo, algo que pareceu ter funcionado momentaneamente.

Em relação ao local da cerimônia, eu tinha conhecimento do percurso, pois já tinha a frequentado duas ou três vezes em casamentos anteriores, então isso não me preocupava muito. Fomos conversando coisas aleatórias para nos distrair e não foi difícil notar que o nervosismo de Louis estava voltando conforme nos aproximávamos — a constante lembrança de que ele conheceria meus pais devia estar o assombrando.

"Não morda as unhas, babe." Pedi ao vê-lo prestes a roê-las e ele me olhou um tanto confuso, o que me fez abrir um sorriso de lado. "Gosto delas me arranhando enquanto a gente trepa." Admiti e ele enrubesceu, mordendo o lábio inferior. Depois dessa minha confissão, ele nunca mais roeu as unhas.

"Harry! Esquecemos de pegar o presente!" Louis praticamente gritou em meio ao silêncio e sibilamos um palavrão na mesma hora, rindo em seguida da nossa conexão. Fiz o retorno e fomos o mais rápido que conseguimos para o hotel, mas não estávamos tão desesperados quanto deveríamos, afinal de uma forma ou outra chegaríamos atrasados na igreja.

Algo que nos poupou consideráveis minutos foi a compreensão da recepcionista quando Lou decidiu ligar para o hotel e explicar a história, pedindo perguntando educadamente se ela poderia ir até o nosso quarto, pegar o presente em cima da cama e nos esperar na recepção. Ela não viu problemas ao fazê-lo e, ao chegarmos lá, meu garoto tomou a liberdade de pegá-lo, me dando uma vista privilegiada de sua bunda quando ele correu até o hotel. Quando retomou ao carro, ele praticamente colocou a bunda na minha cara conforme se atrapalhava em guardar o presente em segurança no banco de trás, mas isso jamais me incomodaria.

South Carolina • l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora