Capítulo 4 Senhorita Amanda Auroaço

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 O amanhecer foi claro, naquele dia e o sol teve sua luz refletiva nos picos gelados das Montanhas Creta

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 O amanhecer foi claro, naquele dia e o sol teve sua luz refletiva nos picos gelados das Montanhas Creta. Em seus aposentos, Senhorita Amanda Auroaço, filha do Barão Manoel Auroaço, se preparava para sair em sua missão.

 O vestido verde, com gola amarela florida, já estava ajustado em seu corpo. O espartilho apertou seus seios volumosos, mas ela já estava acostumada a respirar naquela condição. Sua dama de companhia, a donzela Rachel Coruja, lhe trouxe seu sapato de couro branco com sola de madeira. Quando imaginou, o quão tediosa poderia ser, a viagem para a capital do Império de Galatór, Senhorita Amanda se jogou de costas sobre sua cama macia de pena de flamingo, retraindo o lençol verde escuro. Seu quarto tinha sido tomado pela luz quente do sol, a janela tinha quatro metros quadrados, com cortinas brancas que poderiam criar dobras no chão, mas que naquele momento, estavam sendo agitadas para o alto, pois o vento era forte. As paredes foram pintadas de cinza claro, sua cor favorita e exibiam quadros de cenas de glórias antigas. Sua cama de madeira Krikar, ficava no centro, sobre um tapete vinho com desenhos de leões brancos, com a cabeceira virada para a porta, lado oposto a janela.

 Deitada, ela se espreguiçou até ouvir seus ossos estalarem, enquanto a dama de companhia Raquel, tentava lhe encaixar os calçados brancos.

— Só um minuto, minha Senhora. — Pediu a donzela, enquanto segurava o inquieto pé esquerdo de Amanda. — Assim não conseguirei aprontá-la antes da comitiva sair.

— Que partam sem mim. — Respondeu a jovem senhora, virou o corpo de lado e passou a mão no lençol verde escuro que cobria sua cama. — Você não enjoa de tanto verde?

— Mas verde é uma das cores de sua família, Senhorita. — Disse Raquel, em um tom de comemoração sutil, quando finalmente conseguiu encaixar um dos sapatos brancos.

— Isso não me impede, de sentir dor de cabeça todas as manhãs. — Ela deitou-se de bruços. — É tanto verde que... Arghn!

 Sua dama de companhia conseguiu encaixar o segundo.

— Sabe, corujinha, — A Senhorita se virou e disse a jovem ajoelhada a sua frente. Se ergueu e se sentou na quina da cama. — A capital não é uma grande cidade. Pode ser até uma das mais populosas... Se fosse Tur-Gládium... A sim! Isso sim é uma cidade. Você foi a Tur-Gládium comigo, não foi?

— Não, minha Senhora. — A dama de companhia se levantou, deu um discreto sorriso e ajeitou seu vestido marrom com gola de renda laranja. — Quando a Senhora foi, eu estava com A Coceira do Macaco. Não se lembra?

— Ah, sim! Me lembro. — Bufou Amanda, atirando-se sobre a cama de braços abertos. — Meu pai me fez ir, com aquela cara de rato tediosa da Sabrina.

— Sim. — Riu a donzela. Caminhou até um baú branco, com contornos amarelos, que estava no canto da parede, do lado esquerdo da janela, abaixo de um quadro do tataravô da Senhorita Auroaço: O Barão Carlos Auroaço, de cabelos grisalho e costeletas, envolto em chamas, de armadura verde e com sua espada branca apontada para um céu trovejante.

As Espadas de Monte Negro - Ruína e GlóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora