Capítulo 8 Mente clara para o dever

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 O sol nasceu em um céu claro e ao som das trombetas. O vento estava fresco, a população eufórica e os sorrisos felizes estampavam os rostos dos mais novos aos mais velhos. A alegria abaixo das nuvens, não refletia o que continha no coração do Cavaleiro. Os entornos da via principal estavam tomados por uma massa de gente nos três níveis da cidade.

 No Alto Degrau, Amanda Auroaço estava junto de sua dama de companhia, Raquel Coruja, debaixo de uma marquise de madeira com forro de pano vermelho. A Senhorita de Castaço trajava um vestido cinza claro, com gola amarela e mangas brancas. Sua serva, usava um vestido branco, com gola azul, do mesmo modelo de sua Senhora, e com uma capa marrom. Na frente delas estava uma fileira de nobres e donzelas muito bem vestidos, ressaltando das cores verde e amarelo, para homenagear a família imperial. A cortes aguardavam a saída do Príncipe e de sua comitiva, chegara o dia em que ele partiria para o oeste.

 Sor Baltazar Alvarenga estava alguns metros atrás de sua Senhora, sempre com os olhos atentos. Escondido à sombra da entrada de um beco, com sua armadura negra com relevo da cabeça de uma pantera no peitoral. Seu elmo de viseira pontuda estava preso ao cinto de couro e a mão direita sobre o cabo da espada.

 Quando os portões dos jardins foram abertos, a nobreza de Egape agitou as mãos para o alto, dando salvas de palmas e gritando bênçãos a plenos pulmões.

 Leo Brasão estava à frente, montado em um corcel branco de crina loura e focinho cinza. As rédeas eram de um tom vermelho sangue e sobre o lombo do animal estava uma capa verde com um leão vermelho. O Príncipe trajava uma armadura dourada, que refletia a luz do sol, dando-lhe uma aparência quase-que divina. O elmo em sua cabeça, trazia uma crina branca de cavalo, que caia para trás, sobre a capa verde clara. Com a viseira levantada, ele disparava seu olhar para a multidão que o saudava. Centenas de flores, de todos os tons, eram arremessadas sobre a via e esmagadas pelas ferraduras de ouro do cavalo do futuro Soberano.

 Atrás dele, estava sua comitiva composta de cinco Cavaleiros. Baltazar não pode reconhecê-los, pois todos estavam de elmos e suas viseiras abaixadas. Mas seus cavalos vinham debaixo de longos mantos, que traziam os símbolos de ilustres famílias e denunciavam quem eram. Da esquerda para a direita: Sor Hipólito, de armadura vermelha e capa preta. Seu elmo era quadrado no topo, com apenas uma fresta na frente dos olhos. No manto de sua montaria vinha um corvo de asas abertas sobre um fundo vermelho.

 Sor Étel, com sua armadura prateada e mangas de tecido roxo, seu capacete exibia uma longa pena turquesa. Seu cavalo exibia uma pirâmide roxa sobre um campo prata. No meio havia alguém que era difícil saber, pois se tratava de um Brasão. Certamente era algum dos inúmeros Dom. Estava com um elmo que não parecia fazer parte da armadura, era pontudo e prateado, com a viseira na forma de um V, que aparentava ter sido adaptada. No topo havia um chumaço de crina vermelha na horizontal. Sua vestimenta era uma cota de malha dourada sob uma capa verde. Ao lado dele, Sor Sebastian Lassar, talvez a armadura mais elegante, depois da do Príncipe, branca de ombreiras ovais. Seu elmo com abertura na forma de um T. Sua capa azul escura se levantou para trás, quando o vento bateu um pouco mais forte, chamando a atenção para ele, por alguns segundos.

 Por último, estava Sor Silva, com uma armadura de placas de aço prateado e capa rocha. Seu elmo era trabalhado em relevo, como a cabeça de um leão. Sua viseira era o focinho da fera. Vindo logo atrás, uma tropa de cem homens da guarda Imperial. Vestindo elegantemente, túnicas brancas e capas vermelhas, com o elmos dourados que ostentavam uma crina preta que caia sobre o ombro direito.

 O Cavaleiros acenavam mais discretamente para a aglomeração, deveriam manter o decoro, pois estavam ali a mando de seus Senhores e tudo o que fizessem iria refletir nestes.

As Espadas de Monte Negro - Ruína e GlóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora