Depois de nossos intensos atos de amor na noite passada, Matsumoto e eu acabamos por dormir juntos em sua casa.
Já era de manhã quando acordei , desadormeci de meu sono primeiro como de costume, ainda estava sonolenta e com algumas partes do corpo doloridas e pequenas marcas também –“Maldito, terei que arranjar um jeito de esconder essas marcas” –falei comigo mesma, levantei da cama e fui em direção ao banheiro, lavei meu rosto. Tinha o leve pressentimento de que estava esquecendo de fazer alguma coisa aquela manhã, já iria fazer um mês desde que passei a morar com os integrantes da banda e era normal eu saber de quase todos seus compromissos marcados, procurei meu celular para ver a hora e a data, assustei-me ao ver que era dia 06 sexta-feira 8:30 da manhã, vi também que tinha várias mensagens de Kouyou e Akira perguntando se já tínhamos acordado e se estávamos a caminho do estúdio, larguei o celular em cima da cama e rapidamente me arrumei e fui acordar Matsumoto.
-Matsumoto acorde! –dizia enquanto arrumava meu cabelo.
-Já estou indo... só mais alguns minutos... –ele voltava a dormir e se cobrir com o lençol.
-É sério Matsumoto acorde!! –ficava puxando seu lençol mas ele não queria acordar, já estava ficando impaciente quando peguei o travesseiro ao seu lado e bati com ele 3 vezes em sua barriga.
-ACORDA SEU IDIOTA!! –Matsumoto se levantou no mesmo momento em que dei a ultima batida com o travesseiro em sua barriga.
-Você está doida?! Por que fez isso?!
-Levante agora, você está atrasado para a sessão de fotos! Os outros já estão no estúdio esperando você! –puxava-lhe pelo braço para sair da cama.
Matsumoto se levantava e ia em direção ao banheiro enquanto eu aproveitava para ligar pro motorista. Peguei o celular de Matsumoto e liguei para o numero do motorista da banda.
-Alô, Kamui-San!? O senhor poderia vir buscar Takanori-San em sua casa por favor? Ele acabou dormindo demais e por isso irá se atrasar um pouco para a sessão de fotos.
-Claro senhorita Mary, irei avisar aos demais da banda e estarei indo buscá-los agora mesmo.
-Obrigada. –finalizei a chamada e sentei sobre a cama a espera de que Matsumoto terminasse de se arrumar e que o motorista chegasse. Matsumoto vestiu peças de roupas simples para não demorar muito, após 20 minutos o motorista chega entramos no carro e vamos em direção ao estúdio. Ao chegar no estúdio Yuu e Akira estavam em pé de braços cruzados cada um olhando sérios para nossas figuras que adentravam o estúdio as pressas, dava para ver de longe que eles estavam irritados, assim que chegamos ao encontro deles começaram os interrogatórios.
-Pois bem Mary Gareth Suzie e Matsumoto Takanori podemos saber o por que dos dois chegarem atrasados?! –Yuu continuava nos olhando sério com aqueles seus olhos que tinha uma cor negra profunda, eram lindos mas davam um pouco de medo quando ele estava irritado.
-Por que você esta encarando a mim também?! A culpa foi dele! –apontava para Matsumoto que estava sorrindo para mim.
-Tem certeza que a culpa foi só minha?! –pisei em seu pé antes que dissesse mais alguma coisa que não devia, os outros já estavam se olhando tirando conclusões.
-Claro que foi, você dormiu demais! –Yutaka nos interrompe levando Matsumoto e os outros para trocarem de roupa assim iniciando as fotos, eu apenas observava eles fazendo as posses para tirarem as fotos. Em um certo momento me levanto para beber um pouco de água e sem querer esbarro na bolsa de Kouyou fazendo com que derrubasse alguns de seus pertences, entre eles estava um pequeno caderno de um tom purpúreo intensivo que me chamou a atenção, guardei rapidamente os outros itens e na vez de guardar o pequeno caderno fiquei o segurando por alguns instantes, sabia que queria o olhar mas não podia simplesmente fazer tal ato, porém a curiosidade falou mais alto e acabei olhando seu conteúdo, dentro dele tinha poesias, letras de músicas, umas bonitas e românticas já outras um tanto meio tristes, dentre delas teve um que me fez olha-la, onde estava escrito o seguinte:
“Existe o eu que te amou
Existe o eu que te encarou
Existe o eu que te queria
Existe o eu que te perdeu
Existe o você que me amou
Existe o você que me encarou
Existe o você que me destruiu
Existe o você que me despedaçou
Existe o você que me matou (Existe o você que me matou, você...)”
Song: Nakigahara
“O você que me matou” ... continuei sentada sobre minhas pernas e fiquei lendo aquela frase em meu pensamento até em que certo momento tudo começou a escurecer a minha volta, ficando frio a cada segundo que se passava, meu coração doía, parecia estar sendo esfaqueada por alguém, colocava minhas mãos sobre meu peito e por um momento elas pareciam estar manchadas de meu sangue e que ia escorrendo lentamente sobre meu braço ate cair pequenas gotas no chão, olhava a frente e via a silhueta de uma mulher soltando o cabo da faca, sabia quem era.
Ah... é você novamente... por que continuas a me machucar toda vez que me lembro daquele dia sendo que já lhe pedi desculpas?!... –lhe perguntava no tom calmo e triste de sempre quando me relembrava daquele dia. -Você ainda não me perdoou não é?... –neste exato momento ouvia o barulho vindo da maçaneta da porta fazendo-me voltar a realidade, alguém estava entrando, guardei o caderno dentro da mochila e levantei como se nada tivesse acontecido. Era Kouyou, ele olhava pra mim desconfiado.
-O que está fazendo? –indagava olhando para mim franzindo uma das sobrancelhas como se eu tivesse feito algo de errado.
-Nada... e você?
-Vim beber um pouco de água já que aqui não tem sake. –o ruivo se sentava sobre o sofá bebendo sua água.
-Você bebe demais Kouyou. –me dirigia ao sofá e sentava ao seu lado.
-Não tenho culpa se beber é bom.
-Realmente deve ser bom, mas não tanto assim. –olhava para o ruivo alto enquanto mexia em seu cabelo.
-Sim é bom, por acaso você nunca bebeu Mary?
-Já sim, mas não sou muito dessas coisas de ficar bebendo ou fumando, só em algumas ocasiões especiais mesmo.
-Entendo...
O silêncio se fez presente na sala aquele momento, ficamos calados por alguns minutos ate o momento em que não comecei a me sentir muito bem, não depois do que aconteceu antes de Kouyou entrar naquela sala.
-Hum... Kouyou?!
-O que foi?
-Poderia avisar a Matsumoto e aos outros que irei mais cedo para o apartamento?... Não estou me sentindo muito bem...
-Tudo bem, mas não seria melhor que eu lhe leve ate lá?
-Não não, está tudo bem, pode ficar com os outros e terminar com as fotos. –dava um sorriso meio forçado tentado mostrar que estava tudo bem, que ele não precisava se preocupar.
-Ok então... irei dizer a eles, vamos, eu lhe acompanho ate a saída. –fomos juntos ate a saída e me despedia de Kouyou pegando o trajeto indo em direção ao apartamento.
Chegando ao apartamento entrei e fui para meu quarto, joguei minha bolsa em qualquer canto e me deitei sobre a cama e fiquei olhando para o teto enquanto lembrava do que aconteceu aquele dia, meu passado nunca foi um dos melhores mas teve alguns momentos bons nele, virei meu corpo sobre a cama e vi um pequeno porta retrato com a foto de meus pais que estava sobre a banquinha ao lado da cama, sentei na cama e o peguei. Olhava a foto que só me fazia lembrar daquele triste e maldito dia, deitava novamente sobre a cama abraçando o porta retrato, sim... do dia em que matei meus pais...
-“Mãe... Pai... me desculpem...”.
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Sweet Dream
FanfictionSinopse: Nunca acreditei nessas histórias de "amor verdadeiro", de que "o nosso amor seria para sempre", apenas achava que se ficasse ao lado dos meus amigos tudo estaria bem... mas um dia minha opinião sobre tudo isso mudou quando conheci aquele ho...