Capítulo 5

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* Anaelle Esme

Acordei sentindo os lábios de Armand no nódulo da minha orelha, controlei um suspiro.

Não me mexi, estava nervosa, lembrei de quando nos beijamos no jardim do Visconde. Um calor subiu pelo meu corpo.

Armand me apertou mais contra ele e passou levemente sua mão em meu seio, automaticamente lembrei da sensação de seus beijos naquele lugar. Um arrepio percorreu todo meu corpo, quando eu estava me rendendo aos seus braços, ele se afastou, mantendo só seu braço na minha cintura.

Eu me fiquei inquieta, fechei os olhos e me forçei a dormir. Ele me deixava extremamente imprudente, era estranho dormir com ele. Na verdade, eu achava estranho porque nunca dormir com nenhum homem.

Me senti segura, protegida. Irônico, ele era meu sequestrador e eu me sentia bem com ele perto de mim.

Acordei com os primeiros raios do dia transpassando a cortina branca do quarto de Armand.

Ele ainda estava ao meu lado em sono profundo, afastei seu braço com delicadeza e peguei uma toalha limpa na sua cômoda.

Evitando ao máximo de fazer barulho entrei no quarto de banho. O quarto de Armand era grande o suficiente para ter um quarto de banho luxuoso.

Tirei a camisola e entrei na banheira que já estava preparada, mergulhei uma vez e passei o sabonete em meu corpo, ele tinha cheiro de baunilha, passei um creme em meus cabelos e mergulhei novamente na banheira.

Tinha uns três baldes de água ao lado da banheira para renovar a água. Abri a tampa da banheira deixando a água descer pelo ralo, depois fechei e com dificuldade despejei os baldes com água nova lá dentro.

- Pra ele não reclamar. - murmurei pegando a toalha e envolvendo ela em meu corpo.

Ele ainda dormia na cama, andei nas pontas do pé até a porta, girei a maçaneta, mas ela estava trancada.

Revirei os olhos e segui em direção ao armário de roupas dele, apanhei uma camisa branca, de mangas compridas e largas. Vesti assim que terminei de me enxugar, enrolei a toalha em meus cabelos e levantei a gola da camisa social de Armand no meu pescoço.

A camisa era grande, cobria parte das minhas coxas, eu não usava nada por baixo, nenhuma anágua ou chamises.

Soltei meus cabelos da toalha e passei um óleo com aroma de morango que encontrei na prateleira do banheiro.

Eu não costumava ficar com meus cabelos soltos ou descobertos, usava véu, mas desde que fui sequestrada, tenho que me contentar com um coque mal feito mesmo.

- Você está usando minha camisa? - perguntou a voz sonolenta e cantarolada de Armand.

Virei-me flagrando um sorriso torto que foi rapidamente substituída por uma falsa carranca.

Cruzei os braços. - O senhor fechou a porta e escondeu a chave. O que eu poderia fazer?

- Vestir um casaco, ao invés de uma camisa branca quase transparente. - levantou da cama em um salto esticando os braços.

Não pude deixar de fitar seus músculos, os botões da camisa que ele dormiu estava abertos, mostravam o abdômen bem desenhado por causa dos músculos.

- Vai me deixar sair? - perguntei exasperada.

- Primeiro... - levantou o indicador e ergueu o queixo. -  vou tomar um banho. Depois... quem sabe.

- Senhor Neville. - adverti com a voz entonada.

Ele ignorou, pegando no armário uma camisa igual a que estava usando, e um calção largo de cor marrom.

O Mistério do Senhor Armand Onde histórias criam vida. Descubra agora