(Re) Encontros e Descobertas Vol. 2

Capítulo 152

Desde o meu encontro com Gilmar eu estava uma pilha (Juliano, como é que você tinha se metido nessa enrascada cara). E o pior de tudo é que não havia saída possível, teria de fazer aquele depoimento. Liguei para o Roni, precisava do meu amigo nessa hora.

- Fala cara, você parecia tão angustiado no telefone.

- E estou, você não imagina o que aconteceu.

- O que aconteceu?

- Eu fui falar com o Gilmar.

- Sobre o processo, e o que ele te disse?

- Ele topa tirar o processo contra mim.

- Que bom, então aproveita agora e aprende a lição cara.

- Você não entendeu.

- Como assim?

- O Gilmar topa tirar o processo contra mim, mas impôs uma condição.

- Condição, que condição?

- Ele quer que eu desminta tudo que eu disse da Juliana no programa.

- E você resolve isso mandando uma nota pra mídia ou dando um telefonema e pronto.

- Quem dera fosse isso.

- O que ele quer afinal?

- Ele quer que eu vá ao programa ao vivo e desminta tudo que eu falei, em frente às câmeras.

- Puts, cara você tá ferrado.

- Agora me diz como eu saio dessa?

- Bom Juliano, quando você fez a besteira, você assumiu todos os riscos.

- Cara, naquele momento eu não pensei em nada, só sentia raiva da Ju e do que ela estava dizendo.

- É cara, não invejo estar na tua pele, vem uma tempestade e tanto por aí.

- É verdade e eu tô desesperado.

- Você não pode se negar em fazer isso?

- Não, se eu me negar a coisa vai ferver pra mim, a emissora já disse que eu não posso arrumar mais confusão, me passaram um sermão daqueles por causa do meu telefonema para o programa, meu trabalho tá por um fio.

- É então parece que você vai ter que dar o tal depoimento.

- E eu não sei o que fazer.

- Peraí, JuDrigo foi convidado a participar do programa. E você? Já fizeram contato?

- Nem precisa, papai Gilmar já cuidou direitinho dessa parte.

- Caramba, esse cara te detesta.

- É verdade, ele me confessou que nunca foi com a minha cara, que sempre me achou um aproveitador da fama da Juliana e que o Simas tem a bênção dele. E o pior é que é verdade, ele sempre fez questão de demonstrar que não me engolia.

- Sabe aquela máxima: Toda bela tem um pai que é uma fera, e a bela em questão tem um pai que é uma fera e te odeia.

- Estou me sentindo muito melhor, obrigado.

- Desculpa cara, brincadeirinha pra descontrair.

- Cara, tô entre a cruz e a espada.

- A Ju sabe disso?

- Não, ela não sabe de nada, talvez saiba do processo, mas isso não.

- Você acha que ela poderia, sei lá convencer ele...

- Nem pensar, se eu envolver a Ju nessa, aí é que ele me detona de vez.

- É cara sinto muito, mas você vai ter que passar por essa.

- Agora me diz isso não é motivo mais que suficiente pra eu estar desesperado?

- Juliano, não vou falar aqui o que você já tá cansado de ouvir, até por que nesse momento não é isso que alguém na sua situação queira escutar. Só vou te dizer uma coisa vai lá, enfrenta as feras que com o amigo aqui você sempre vai poder contar. Nesse momento o telefone toca.

- Alô, é o Juliano sim.

- Meu nome é Alexandre, sou produtor do Programa Falando Francamente e nós estamos ligando para você para agendarmos um depoimento seu que foi sugerido como pauta por um telespectador.

- Certo tá marcado, no dia e hora combinados eu estarei lá.

- Quem era?

- Um produtor do programa Falando Francamente.

- Puts, o cara é rápido hein.

- Verdade e com isso está marcado o dia do meu sacrifício.

- Boa sorte cara, você vai precisar e pode contar comigo.

- Se eu tivesse ouvido seus conselhos não estaria nessa.

- Pois é, mas a gente só aprende com os próprios erros.