Capítulo 195

36 0 0
                                    

Acordamos os dois ao mesmo tempo na manhã seguinte ao nosso noivado.

- Bom dia minha noiva, dormiu bem?

- Bom dia meu noivo, dormi maravilhosamente como um anjo.

- Como um anjo até porque você dormiu com um anjo.

- Tem razão Rodrigo Simas, nosso Terceiro Elemento é um anjinho lindo e fofo.

- Por hora vou deixar passar essa senhorita Juliana Paiva, mas me aguarde.

- Oh! Que medo.

- Bem é hora de levantarmos, Dona Ana já deve estar tomando o café.

- Vamos sim porque tenho algumas coisas a fazer.

E assim nós dois descemos para a sala onde Ana já estava tomando seu café.

- Bom dia mãe.

- Bom dia Ana.

- Bom dia meus queridos, dormiram bem?

- Muito bem Ana, obrigada.

- Dormi bem sim mãe, até porque tive a companhia de um anjo lindo.

- Juliana, que declaração de amor o seu noivo está fazendo.

- Rodrigo sabe como ser um cavalheiro, você o educou muito bem para isso Ana.

- Também Dona Ana, mas estava me referindo ao nosso Terceiro Elemento que é o anjo maior nas nossas vidas nesse momento não é mesmo amor.

- É sim amor, é sim.

- Empatamos Senhorita Paiva, Rodrigo me disse essa ao pé do meu ouvido.

E assim naquele clima de provocações e comentários sobre nosso noivado inusitado terminamos nosso café e Rodrigo me levou para casa.

- Bom dia mãe.

- Bom dia filha, ué, o seu noivo não subiu?

- Não mãe, ele tinha algumas coisas para resolver.

- Certo, agora além de pai de família ele está noivo e tem de pensar no futuro não é mesmo.

- É verdade mãe.

- Mãe vocês sabiam da festa de ontem?

- Rodrigo nos convidou em nome da Ana filha, mas disse que era uma surpresa do Bruno pra Ya e que agora como somos uma família só...

- Então vocês não sabiam que a surpresa era pra mim?

- Não filha nós não sabíamos, por quê?

- Vocês saíram sem se despedir de mim, estranhei.

- Filha, você não sabia, mas nos veríamos poucos minutos depois.

- Nós nunca saímos sem nos despedirmos uns dos outros mãe.

- Juliana não acredito que você está chateada porque não demos tchau pra você ontem quando saímos?

- Não é isso mãe, é que...

- Juliana não é porque somos seus pais que temos de dar conta a você de todos os nossos passos.

- Mãe, eu...

- Filha, cada um de nós tem a sua vida, não podemos ser dependentes da presença um do outro.

A reposta da minha mãe me levou diretamente à conversa que Rodrigo e eu havíamos tido no caminho para a festa.

- Mãe eu sufoco vocês?

- Juliana quem está colocando essas ideias na sua cabeça?

- Ninguém mãe, mas me diz eu sufoco vocês?

- Não filha, você não nos sufoca, talvez a sua carência nos deixe um tantinho culpados por não estar com você em todos os momentos.

- Carência?

- Carência sim, você é muito amada por todos nós, mas parece que não é o suficiente.

- Mãe, então eu não sou um peso pra vocês?

- Juliana de onde você tirou isso?

- Sei lá, talvez eu seja mimada, possessiva...

- Já disse você é carente e sendo mãe você vai aprender a lidar melhor com isso.

- Como assim?

- Você vai ter de aprender a dividir afeto, vai perceber que alguém vai depender de você por muito tempo, mas não a vida inteira.

- Entendi Dona Cris, desculpa essa sua filha boba?

- Desculpo sim minha querida e saiba que tanto eu como seu pai te amamos muito, você é o melhor presente que a vida nos deu, mas sabemos também que devemos deixar você caminhar com suas próprias pernas.

- Mãe, quando eu crescer quero ser uma mãe igual a você.

- Você será Juliana, você será.

Rodrigo tinha razão eu precisava ter essa conversa com minha mãe para resolver algumas coisas. A gravidez de Juliana devia estar provocando muitas mudanças nela, de onde ela tirou essa carência toda, mas acho que nossa conversa pôs fim a toda angústia que eu vi nos olhos dela. Juliana estava muito estranha ultimamente. 

(Re) Encontros e Descobertas Vol. 2Where stories live. Discover now