Chapter 1- Nightmare

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-Não! Não, por favor não faças isso! Eu preciso de ti! Nós todos precisamos de ti!

- Desculpa filha, não consigo aguentar mais isto. É demasiado para mim! 

- Não pai! Tu consegues superar isto! Eu sei que tu és capaz! – disse já desfeita em lágrimas.

- Desculpa meu anjo! – ouço um disparo e o homem à minha frente cai de imediato no chão sujando toda a minha roupa com o seu sangue. Aquela imagem ficou presa na minha cabeça enquanto tentava conter as lágrimas. Estava perplexa com as mãos à frente da boca a olhar para a figura deitada à minha frente.

Aproximo-me do meu pai e devagar agarro na arma com as mãos a tremer, olho para ela durante longos segundos e devagar aproximo-a da minha cabeça. Pronta para acabar com a minha própria vida, ajusto o meu dedo no gatilho. Fecho os olhos com força para conter as lágrimas e empurro um pouco o gatilho sem fazer força suficiente para acionar a arma.

- Pára! – Abro os olhos mas continuo com o objeto mortal encostado à minha cabeça.

- Não precisas de fazer isso! Pára! – ouço a voz masculina atrás de mim dizer.

- Quem és tu? Sai daqui! – disse fechando os olhos de novo, não me interessando por quem quer que fosse que ali estivesse.

- Não te vou deixar fazer isso! - ouço um disparo de uma arma, mas infelizmente não é a minha. O rapaz havia disparado contra a minha arma, fazendo-a deslizar à minha frente.

- Que estás a fazer?! – Estava a falar sozinha. Quando pela primeira vez me virei para trás vi que quem quer que me tenha salvo da morte certa, havia desaparecido.

***

Dei um pequeno grito e sento-me na minha cama com a minha respiração ofegante e o meu coração a mil.

- O que se passa mana? Outra vez com pesadelos? – a minha irmã levantou-se da sua cama e veio ter comigo.

- Não são pesadelos Zoye, são memórias.

- Pois, pois, já disseste, mas tens a certeza que são só memórias que te deixam nesse estado? – ela pergunta.

- Sim! Tenho! Deixa-me em paz! – não, não eram só memórias, mas  minha irmã é muito pequena para perceber tudo isto! Não dá mesmo para lhe explicar e a minha maneira de resolver o problema é gritando com ela.

Saí do quarto, desci as escadas em direção à cozinha e cumprimentei a minha mãe.

- Bom dia mãe. – disse secamente sem disposição para grandes conversas.

- Bom dia filha, dormiste bem?

- Sim. – disse quase a sussurrar enquanto começava a preparar os meus cereais matinais.

- Tens a certeza? Não parece.

- Eu estou bem mãe! Para de fazer perguntas! – deitei o leite para a taça desajeitadamente e direcionei-me à despensa para ir buscar os cereais.

- Pronto filha, desculpa! Não te queria chatear! 

- Tudo, bem... 

- Não te esqueças que tens escola amanhã! 

- Não!! Mãe! Por favor não me obrigues a ir!! É verão! Era suposto eu amanhã estar na praia, a relaxar e a ler um bom livro!

No inicio do ano prometi à minha mãe que iria para as aulas de verão se chumbasse o ano. No inicio estava tudo a correr lindamente! Mas depois ouve aquele problema pelo meio. Aquele problema de que eu me quero esquecer para sempre!! Resumindo: chumbei o ano e agora a minha mãe vai-me obrigar a ir para as aulas de verão!

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