Passou-se uma semana desde o acidente da praia, Zoye estava completamente recuperada do susto e farta-se de pedir para ir à praia, se bem que não era pelo sol nem pela areia que ela queria ir, ela desejava ir à praia, para lhe agradecer, para agradecer a Harry. No entanto, este desapareceu, não só da praia, também já não vai às aulas.
Mas isso não é da minha conta, ele tem a sua vida, ele faz o que quiser, eu nem se quer o conheço porque é que estou aqui a falar dele? Meu Deus pareço uma stalker!
Continuando... Nunca mais me esqueço das expressões do meu irmão e da minha mãe quando chegaram ao hospital, ouve algumas discussões e lágrimas pelo meio e como é óbvio eu sinto-me abaixo do chão, por ter deixado a minha irmã naquele estado. Eu tinha de ser responsável, e não fui.
Estou agora a caminho da escola, é segunda-feira, e tenho matemática logo de manhã.
Reviro os olhos quando vejo Louis ao pé do portão a comer a gaja da turma, não me surpreende, mas têm lugares mais próprios para o fazerem não?
Paro o meu andamento quando o meu olhar para no rapaz de caracóis encostado às grades com um cigarro na sua boca. Nunca pensei que voltaria a ver este rapaz, depois de uma semana desaparecido, mas parece que saiu da toca...
Quando me apercebo da minha figura estática a olhar para Harry, continuo a andar tentando parecer despercebida, mas alguém decide interromper o meu raciocínio agarrando-me no braço.
- Posso falar contigo? - a rouquidão da sua voz manda arrepios por todo o meu corpo. Harry. O que raio quereria ele falar comigo?
- Hum... Sim. Claro. O que queres? - eu perguntei um pouco constrangida.
- Bem... Isto é estranho... Mas eu queria-te pedir um favor... - um favor??? Mas que merda??
- Ya na boa! - eu digo tentando suar descontraída, mas parecendo um swager do anos 80.
- É que... Tu és boa a matemática certo?
- Sim, eu adoro matemática, mas porque? - acho que já sei onde ele quer chegar...
- Achas que me podias dar umas explicações? - ele pergunta coçando a parte de trás do seu pescoço. Ok, isso não Harry, isso não, uma mulher às vezes não se controla!!
- Bem... Tu precisas mesmo muito?
- Se não precisasse não te perguntava. - ele tem razão... Estúpida Heather! Estúpida!
- Bom ok, pode ser hoje à tarde, quando sairmos das aulas? Podes almoçar em minha casa.
- Perfeito! - no momento em que ele acaba de dizer isto toca, e eu não sei o que fazer, vou com ele, ooooooou...
Ele decide dar o primeiro passo e começa andar fazendo sinal com a cabeça para o acompanhar. Fomos andando os dois para a sala lado a lado, e quando lá chegamos, a sala está tal e qual a semana passada! Uma bagunça! Eu avanço e sento-me na primeira mesa, tirando da mochila o meu telemóvel, os meus fones e um livro que tenho andado a ler recentemente, 'Teorema Kartherine', John Green.
- Este lugar está ocupado? - Harry pergunta e eu fico mais que surpreendida, o que se passa com ele hoje? A semana passada tratava-me mal e quase não me falava! A semana de folga deve lhe ter feito bem...
- Não, não está, podes sentar. - digo sorrindo um pouco pela sua simpatia repentina.
- Então, o que estás a ler? - ok, algo está muito mal...
- O Teorema Katherine, do John Green, tu sabes, aquele que escreveu a Culpa É Das Estrelas...
- Nunca ouvi falar... - a minha boca abre de espanto, como assim ele não conhece John Green? O escritor mais famoso de 2014??
- É um grande escritor, um dos seus livros até já tem um filme. Mas devias ler este aqui, fala sobre um jovem prodígio que já namorou com 19 raparigas chamadas Katherine, nunca quebrando a tradição, então ele sai de casa com o amigo para conseguir elaborar um teorema sobre ao amor, para que o consiga perceber, é um livro espetacular, e tem imensa matemática e factos interessantes e engraçados... - explico tentando trazê-lo ao meu interesse.
- E ele sempre descobre essa fórmula? A do amor?
- É um teorema, e não sei, ainda não acabei o livro.
- Hum... Muito bem, quando o acabares achas que mo podes emprestar? Adoraria lê-lo...
- Claro! E aposto que vais adorar! - eu estou a gostar desta amizade, ele até parece ser um rapaz fixe,esquisito, mas fixe.
- Posso? - ele pergunta apontando para um dos meus fones.
- Sim, toma. - eu entreguei-lhe o fone direito esperando que não tenha cera...
- Hum... Gostas de Ed Sheeran?
- É só um dos meus ídolos... - ironizo - E tu? Tens algum gosto especial que queiras partilhar aqui com a sócia? - O QUE RAIO SE PASSA COMIGO?? Que confianças são estas??
- Eu adoro música, eu costumava cantar para as... Quer dizer, hum, para os meus pais, eles diziam que eu cantava bem, se bem que nunca achei isso, mas respondendo à tua pergunta, sim, também gosto de Ed Sheeran, Arctic Monkeys, All Time Low, The Fray... Eu gosto de variar. - ele responde, mas eu fiquei a pensar naquela excitação no início da frase.
Tenho de ir ligar à minha mãe, pedir para ela fazer almoço para mais um.
- Desculpa Harry, mas eu tenho de ir ligar à minha mãe, tu sabes, para ela fazer almoço para mais um.
- Sim, claro!
Sai da sala e liguei à minha mãe.
*- Sim querida, o que se passa?
- Olá mãe, achas que podia levar um amigo meu a almoçar aí a casa hoje?
-Um amigo hum?
- Sim mãe! Não comeces com ideias! Ele pediu-me por explicações de matemática, eu apenas aceitei e ele vai lá esta tarde!
- Mas eu não disse nada filha! Tu é que tiras-te as conclusões!
- Ok, não interessa! Tens almoço para mais um?
- Claro querida! Qualquer coisa para o meu genro!
- MÃE!!!
- Ok ok já parei! Sim eu arranjo comida ao rapaz, não te preocupes com isso.
- Ok obrigada mãe até logo. - estava prestes a desligar quando:
- Diz ao rapazinho que a sogra manda beijinhos!!!*
Bufo e desligo o telemóvel sem lhe responder. A minha mãe não existe a sério...
Volto a entrar na sala e Harry ainda se encontra com um dos meus fones no ouvido. Sento-me ao seu lado e coloco o outro fone, abrindo de novo o meu livro começando a ler.
- E então? Posso ir almoçar? Ouve, se não poder é na boa a sério, eu como um hambúrguer no café ou as- - interrompo.
- A minha mãe deixou, ah! E quando lá fores, a minha mãe é capaz de te chamar genro ou assim... - eu digo um pouco a medo e ele ri- se. Aí eu apercebo-me da situação. Adivinhem só? Comecei a rir também! A minha mãe não existe mesmo!
- Foi a tua mãe que ficou com essa ideia ou tu disseste-lhe? - Oh meu deus! O que raio se passa com ele?? E comigo? Nós estamos a agir como se nos conhecesse-mos à anos!
- Foi a minha mãe, ela tem esta mania de que qualquer pessoa do sexo oposto com que eu e os meus irmãos nos demos é logo nosso namorado...
- Acho que já gosto da tua mãe então...
- É, ela é fixe. - eu digo e viro a minha cara reparando que a sua se encontra a milímetros da minha e o seu olhar estava conectado com o meu. - importas-te que te pergunte uma coisa?
- Não. - ele diz não quebrando o contacto, ainda com a voz do Ed a ecoar nas nossas cabeças.
- Porque que é que desapareces-te esta semana? - ele vira o rosto e parece desconfortável com o assunto.
- Eu... Hum, eu estive doente, foi por isso que desapareci, sim, foi isso, estive doente.
- No verão? - questiono não muito convencida.
- Foi varicela! - ele diz rapidamente como se lhe tivesse dado um click no cérebro. - eu fui visitar um primo meu e ele tinha, eu apanhei dele.
- Não precisas de me dar justificações, eu só perguntei por curiosidade...
- É na boa...
Eu e Harry passamos o resto da manhã a falar, os dois, sobre coisas aleatórias, apesar deste novo Harry me surpreender, eu gosto. Gosto desta amizade.
Neste momento estamos ambos a ir para minha casa para eu lhe dar as explicações. Isso não será a pior! O pior será enfrentar a minha mãe! Estou a imagina-la já a planear o casamento e tudo!
Quando chegamos perto da porta de minha casa tiro as chaves e abro a porta.
- Podes entrar, está à vontade. MAAAAE!!! CHEGUEEEEI!!! - grito de maneira a ela me ouvir em qualquer parte da casa.- Desculpa, é a força do hábito, espero que não tenhas ficado surdo.
- Já estou habituado.
- Mana mana mana!! - Zoye grita descendo as escadas a correr! Vamos á praia? Vamos vamos vamos???
- Hoje não dá cachopa, já viste quem aqui está? - digo apontando para Harry.
- HARRY!! - ela grita, não. Berra! E salta-lhe para o colo de alguma maneira que eu não consegui perceber.
- Olá pequena, então como tens passado? Sem afogamentos espero. - todos nós rimos.
- Sim, e tu? Não foste à praia esta semana.
- Estive doente.
- Ok, mas tu és o namorado da minha irmã? A mamã disse que sim! - eu e Harry rimo-nós e eu decido responder a esta.
- Não Zoye, eu e o Harry somos só amigos, a mamã enganou-se.
- hum hum, diz que sim! - a minha mãe entra na sala. - Prazer conhecer-te... Harry? - ele assente e a minha mãe da-lhe dois beijos na face. - Bom saber que a minha filha tem "amigos" - ela diz fazendo aspas com os dedos.
- Não sou assim tão anti-social mãe. Eu e o Harry vamos lá acima pousar as mochilas. - digo trazendo o Harry pelo cotovelo deixando-o largar a minha irmã.
- A tua mãe é simpática. - ele diz assim que fecho a porta. - bonito quarto! Divides com a tua irmã?
- Sim, desde que o meu pai morreu que, bom não temos muito dinheiro para todos terem o seu próprio quarto. Além disso nenhuma de nós ressona por isso... - tento aliviar o ambiente e ele dá um pequeno riso fazendo-me sorrir. - Sabes, não és assim tão mau Harry, a minha primeira impressão de ti, estava errada.
- Então e qual era a tua primeira impressão de mim?
- Não sei... Achava-te um pouco distante, anti-social, desprezível, andavas sempre com aquela cara como se toda a gente te deve e ninguém te paga, eras frio e-- - fui interrompida.
- Ok ok podes parar, bastava dizeres que não era boa. - ele ri-se ligeiramente é as minhas bochechas ardem, coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha e repondo:
- Desculpa.
- Não faz mal, eu também achava isso de mim. Mas tu também és diferente. Eu gosto disso, tu és fixe, descontraída, apenas começamos com o pé errado. Estás disposta a começar de novo?
- Sim, claro!
- Então... Amigos? - ele estende a sua mão para eu apertar e eu não êxito nessa ação.
- Amigos.
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Eu já nem me vou desculpar, vou resumir isto em pontos:
. PARABÉNS LOU TÁS VELHO COMPANHEIRO!!
. Espero que tenham tido um bom natal com os que amam!
. Um brinde a 2015 e que seja um ano com muitas surpresas (boas)!
. Votem e comentem.
. Ámen.
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Life-Saver
FanfictionTodo o ser humano tem traumas. Traumas para a vida toda. Alguns mais fortes que outros. Mas todos afetam a pessoa de uma forma dolorosa. Heather tem um trauma que não a deixa dormir ou sequer viver, mas ao mesmo tempo tem um grande mistério a desc...