(Não) leve as coisas sempre tão a sério

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"Chega um momento na vida em que você começa a perceber como o tempo tem passado rápido nos últimos anos e em como tudo tem mudado. Você não é mais o mesmo, e cada dia que passa, está lidando com coisas cada vez mais difíceis. Em algum ponto da sua triste vida, você percebe que não pode mais brincar ou se distrair com alguma situação simples do seu cotidiano.

Tudo se torna triste, vazio e chato, fica difícil sorrir. Você repete para si mesmo que não é mais nenhuma criança, pois é, agora você está crescendo, tem que ser algo na vida, tem que ser alguém maduro, tem que fazer tudo que exigem de você, não importa o quão mal isso possa te deixar. Quem liga? É a sua obrigação. A brincadeira acabou, mas a vida acaba de começar. "

– Manual de como se suicidar*19.08.16

*28.08.16

Senti uma luz muito nojenta no meu rostinho lindo e pensei como que o sol podia tá pegando em mim se nós nem tínhamos janela na sala do meio, que era onde eu havia dormido junto com Hoseok, Taehyung e Jungkook. Juro que eu planejei a morte de Jungkook detalhadamente quando abri o olho e vi aquele ridículo com a lanterna do celular no meu rosto. Moleque atrevido.

– Qual é o seu problema!? – Eu vou dar um esporro nesse menino. (Pelo meu amor próprio, é esporro no sentido de bronca, galera, não vão pesquisar isso na internet, ou vão, seus atrevidos.)

– Já é mais de sete da manhã, seus pais já acordaram e eu tô com fome, mas não posso ir comer sem você, levanta logo. – Jeon Jungkook deveria ficar lindo com uma espada atravessando a cabeça dele.

– Vai pro inferno! Nem todo mundo aqui passou a noite dormindo feito pedra, seu maldito!

– Tá, tá, tanto faz. – Ele deu de ombros. – Só levanta logo e vamos comer algo.

– Jungkook, eu vou até a cozinha, vou pegar um pão e enfiar no teu rabo, eu juro, do fundo meu coração. – Sorri gentilmente, porque sou um amor de pessoa.

– Ah, eu não gosto de pão, vocês têm outra coisa pra comer que não seja isso? – Mas que cara de pau!

– Eu tenho minha mão na sua cara, você quer? – Me sentei e soquei seu braço só pra ele parar de ser tão Zé Ruela.

– Ah, Hoseok acordou também. – Jungkook gesticulou um bom dia, sendo correspondido pelo meu irmão. – Como eu digo a ele que quero comer, hyung?

– Assim, ó. – Movi minhas mãos e o Jeon repetiu meus movimentos. Hoseok observou confuso no início, mas depois começou a rir junto comigo.

– Você me fez dizer outra coisa, não foi, seu miserável? – E você ainda pergunta, filho da mãe? – Vou aprender libras com o Taehyung agora. E falando nisso, acordem ele logo.

– Eu sou o quê? Seu serviçal? – Encarei ele, mostrando o quanto sua audácia me deixa indignado.

– Tá bom, eu faço isso. – Ele se inclinou por cima de mim.

– Não, Jungkook, deixa ele dormir. – Segurei seu braço. – Ele não conseguiu dormir direito durante a noite.

– Por quê? Aconteceu alguma coisa? – Ele me olhou de forma confusa.

– Não é da sua conta. – Falei, enquanto gesticulava e comecei a rir junto com Hoseok novamente.

– Vocês adoram fazer isso. – Jungkook suspirou. – Agora já podemos ir comer.

– Tomara que você morra engasgado. – Disse, enquanto me levantava e aproximava sua cadeira de rodas.

Ajudei Jungkook a levantar e sentar na cadeira, enquanto Hoseok recolhia os colchões de nós três e ia guarda-los. Depois ele retornou e observou Taehyung dormir por alguns minutos, puxou o coberto do Kim para que o cobrisse melhor. Ai, eu mereço começar meu dia com esse ataque de fofura mesmo, me matem.

Manual de como (não) se suicidarOnde histórias criam vida. Descubra agora