A sweet dancer

Uma chance

Point of view Dinah

Na tela da tv a minha frente, um jogo chato de futebol durava tempo demais e meu pai no sofá oposto do meu comemorava e xingava a cada lance de bola. Era sábado eu estava sem nada para fazer. Minha mãe saiu para fazer compras e eu não quis acompanha-lá. Errou meu. Agora eu estou num completo tédio, quando poderia estar comprando um par de luvas novas ou um sapato novo.

Estava procurando coisas para fazer e que ocupasse minha mente, para eu não pensar naquela pessoa que minha mente insistia em me fazer lembrar. Toda hora Flashes do nosso beijo de ontem passavam na minha cabeça. Eu tentava não lembrar mais era impossível. Se antes deu não ter a beijado eu já pensava nela, imagine depois ter provado da sua boca. É que boca.

Ontem depois que fomos praticamente expulsas do banheiro a base de berros, eu não falei mais com ela. Ela até tentou conversar comigo, mas eu não queria papo. Apenas disse que nos falassemos qualquer hora pela academia e voltei para onde minhas amigas estavam. Lauren questionou o motivo da minha demora no banheiro e eu disse que foi por conta da fila enorme. Não era totalmente uma mentira, eu apenas ocultei partes da minha demora. Depois de um tempo conversando eu fiu para casa. Assim que cheguei tomei um banho e dormi. Como hoje era sábado e eu não tinha treino, estava sem nada produtivo para fazer. Eu poderia ligar para Lauren e ir na casa dela, mas respeitei seu momento com a noiva dela. Hoje era aniversário de namoro das duas. Não faria o menor sentido eu estar lá.

Bufei pela milésima vez, levantei do sofá e fui para a cozinha atrás de algo para comer. Antes de eu sair na sala meu pai me pediu para pegar outra cerveja para ele na geladeira. Depois de comer meu sanduíche de queijo branco e pães integral, com um copo de vitamina, voltei para sala com a cerveja do meu pai. Estava prestes a me sentar no sofá novamente quando a campainha toca.

Point of view Normani

-Normani?- ela me olhou surpresa assim que abriu a grande porta de madeira branca.

-Oi!- esbocei meu melhor sorriso.- Nós podemos conversar? Se você não estiver fazendo nada é claro!

-Quem é, Dinah?- uma voz grossa perguntou na sala.

-Uma amiga, pai!- ela respondeu fechando a porta e saindo para fora.- O que você quer?

-Podemos ir tomar um sorvete? Eu achei uma sorveteria aqui no final da sua rua. Podemos ir caminhando, se você quiser!- sugeri mordendo o lábio exitante.

-Hoje parece ser seu dia de sorte. Estava morrendo de tédio sem nada para fazer.- ela disse descendo os poucos degraus da entrada. Logo a segui.- Porque veio até a minha casa novamente?- seu tão não rude, estava mais para curioso.

-Eu queria te ver e bater um papo. Não posso?- ela riu e me encarou.

-Talvez!- deu de ombros.- Só não ultrapasse os limites e não esqueça que você tem namorada.

-Eu já disse que ela não é minha namorada!- voltou a caminhar e soltou uma risada de deboche.- É sério. E agora nós não temos nem um tipo de ligação. Ela terminou comigo porque segundo ela eu não queria nada sério e ela não queria se machucar. E que encontrou alguém melhor que eu, então não tinha nada que a prendesse a mim. Isso tudo por mensagem.- soltei uma risada sem humor, e Dinah parou derrepente para me encarar.

- Como uma pessoa termina com a outra por telefone!? Isso é no mínimo covarde!- ela disse e voltou a me encarar.

-E idiota também!- eu completei e ela concordou.- Como uma pessoa pode terminar algo que nunca existiu. Não faz sentido, ne?

-Chegamos!- ignorou o que eu estava falando, puxando uma cadeira e se sentando.

-Bom dia! Já sabem o que irão pedir?- uma garçonete de baixa estatura perguntou assim que se aproximou da nossa mesa.

-Um sorvete de chocolate com cobertura de morango!- Dinah disse.

-Eu vou querer o mesmo, só que sem cobertura.- ela anotou os nossos pedidos e saiu.

-Normani, você pode ir direto ao assunto?- ela perguntou brincando com os guardanapos da mesa.- É que eu não gosto muito de enrolação.

-Okay!- limpei a garganta antes de continuar.- Eu sempre tive uma queda por você desde que entrou na academia. Eu vivia falando de você para Lucy, minha melhor amiga. Ela me dizia sempre para eu te chamar para sair e tals mas eu tinha vergonha e medo. Medo de receber um não de você. Quando eu te vi falando com a sua mãe no telefone, aquele dia, eu tinha me encorajado mais cedo e estava indo te chamar para sair. Mas parece que toda a coragem foi embora enquanto eu me aproximava.- Eu ri sem jeito e ela fez sinal para que eu continuasse.- Quando eu te vi chorando no banheiro eu fiquei arrasada. Eu só queria te abraçar e fazer toda a sua dor passar. E quando você me beijou no mesmo dia no carro, fez o meu dia terminar ótimo. Então eu tive a ideia de te levar chocolates e ver como você estava, mas não estava nos meus planos te beijar, porém aconteceu. E eu queria repetir isso mais vezes, se você permitir!

-O que você quer diser com tudo isso?

-Eu queria que você me desse uma chance, Dinah. Eu sei que foi errado da minha parte te beijar quando eu tinha outra pessoa. Mas agora eu não tenho e queria fazer certo dessa vez!

-Sabe, Normani. Se eu te disser que também sempre tive uma queda para você e nunca tive coragem de te dizer você acredita?

-Sério?

-Sim. A Lauren me chama de trouxa até hoje. Mas se não fosse pela minha falta de coragem, eu não estaria aqui hoje tomando um sorvete ouvindo minha crush se declarando para mim.

-Então isso quer dizer que você vai me dar uma chance?

-Só não me decepcione, por favor!

Continua.....