Com o término da apresentação, precisei voltar ao vestiário para tomar banho. Depois que me banhei, vesti uma calça jeans preta, com uma blusa branca, por baixo da jaqueta que Derek havia me emprestado, quando o achei depois do teste. Nos meus pés, calcei um all star preto e deixei os cabelos soltos, para secarem naturalmente. Eu parecia a versão genérica das mocinhas dos filmes clichês.
Saí do vestiário e caminhei pelos corredores do colégio. O bom era que a escola estava praticamente vazia e ninguém iria me ver com esses trajes
simples.De repente, a porta da sala do professor de química se abriu, alguém me pegou pelo braço e fui puxada para dentro da sala. Eu estava pronta para bater na pessoa que me arrastou, quando percebi que o miserável do Jason estava me observando com um sorrisinho sarcástico estampado em seu rosto. Assim que o meu ex-melhor amigo notou que eu estava usando a jaqueta do time de Derek, seu sorriso desapareceu.
Quem ele achava que era? Ele me arrastou para essa sala!
— Ficou louco, Jason? — gritei, cheia de raiva.
— Não, eu queria conversar com você. — respondeu.
— Se você não percebeu, o meu dia foi bastante agitado. Estou muito cansada para falar com você no momento. — cruzei os braços.
— Faz uma semana que estou tentando falar com você, Hannah. Por favor, vamos conversar. — suplicou.
Suspirei.
Eu tinha quase certeza que suas explicações seriam falsas, mas eu iria ouvi-las. Ele não iria me enganar.
— Pode falar. — Jason sorriu em forma de agradecimento.
— Eu não sabia que ia embora. A minha mãe queria se mudar fazia anos. Ela queria uma vida nova, longe de todos. Na cabeça dela só assim superaria a morte do meu pai. Três anos atrás, decidiu que queria ir para o Texas. — começou a falar.
Eu não acreditava nele. A mãe dele sempre gostou de morar aqui. Era quase impossível essa história ser verdade.
— Ela decidiu se mudar, sem me consultar. No dia da mudança, a minha mãe disse que iríamos visitar o meu primo, Carlos, no Texas. Eu só era um garoto de cartoze anos. Nunca ia imaginar que minha própria mãe me enganaria. — Ah, caramba! Eu estava começando acreditar nele! Eu era muito burra! — Margarida, minha mãe, decidiu que iríamos morar na fazenda do meu primo. A fazenda ficava bem no interior do Texas. Era quase um lugar isolado. Quando descobri, fiquei arrasado e chateado com a minha mãe. Fiquei semanas sem falar com ela. — Essa história era mais complexa do que pensei! — A única coisa que eu queria era arrumar um jeito de voltar para você.
— Por que não ligou para me avisar o que aconteceu? — perguntei, confusa.
Ele não pode estar dizendo a verdade.
— Não tinha sinal de telefone naquela região. Só na cidade grande, mas a minha mãe nunca me deixou ir até lá, porque tinha medo que eu fugisse. Foi horrível viver nessas condições por um ano. — Essa história parecia uma fanfic mal feita. Eu não sabia o que pensar. — Eu fiquei um ano morando no Texas. Minha rotina era frequentar a escola da roça e ajudar na fazenda. A relação com a minha mãe piorava a cada dia. Eu nem conseguia mais chamá-la de mãe.
— E como voltou para cá? — perguntei.
— Margarida recebeu uma proposta de emprego, por meio de uma carta. — Eu nunca pensei que alguém ainda recebesse cartas. Isso era bem coisa do passado! — Foi a minha salvação. No começo, ela estava em dúvida em aceitar ou não. A minha mãe se sentia feliz com sua vida na fazenda, mas acabou aceitando, por mim, porque ela sabia que eu estava infeliz.
— A proposta de emprego era em Evanston, Jason?
— Sim.
— Por que não ligou avisando que estava de volta? Você esteve aqui durante dois anos e nunca entrou em contato comigo.
— Eu tive medo, Hannah. Fiquei um ano sem falar com você, pensei que não iria querer me ver. — abaixou a cabeça, envergonhado.
— Por que foi à minha festa então? — estreitei o olhar em sua direção.
— Minha mãe resolveu visitar a minha avó. Eu cheguei de noite na casa dela e vi você no jardim. Naquele momento, parecia que o meu coração iria saltar pela boca. Percebi que tinha que parar de ser covarde e ir atrás da minha melhor amiga. O que eu não imaginava era que tinha uma festa rolando na sua casa e que você me beijaria. — Jason ressaltou a última parte com um sorrisinho no rosto.
Eram muitas informações para processar em um só dia. Era pior que matemática. Eu não sabia o que pensar ou o que sentir.
— São muitas informações, Jason. — Eu estava muito confusa. — Preciso ficar sozinha para processar tudo. — andei até a porta, mas Jason me puxou, novamente, fazendo com que o meu corpo se colidisse com o seu peito.
— Fica, por favor. — Jason fez uma carinha fofa para me fazer ficar. — Não quero que vá. — Ele pegou as minhas mãos e as colocou ao redor do seu pescoço.
— Eu não posso, Jason. Preciso pensar em tudo o que você me disse. — falei, com a voz falhando.
Cadê a Hannah que sempre responde com firmeza? Eu não estava me reconhecendo.
— Por favor! — ele colocou seus braços em minha cintura, depois se aproximou da minha boca. Seus lábios estavam praticamente roçados nos meus. — Você quer ir embora, Hannah? — sussurrou.
Eu não podia acreditar que estava sendo seduzida. O pior era que eu estava gostando!
— Não. — minha voz saiu quase como um sussurro.
Jason sorriu e me beijou.
Sim, eu retribuí o beijo. Na minha opinião, fiquei louca. Caramba, eu estava beijando alguém que me machucou no passado! Eu estava parecendo aquelas protagonistas clichês dos livros que se entregavam, fácil, aos beijos dos mocinhos. Eu nem poderia julgá-las, porque eu estava tendo um beijo de tirar um fôlego em uma sala vazia. A que ponto cheguei, né?
Tentei aprofundar o nosso contador, mas Jason se afastou de repente. Que sacanagem! Na hora que eu iria me entregar a esse beijo por completo!
Caramba, deu nem tempo de descrever o que eu estava sentido!
Porco, miserável e desgraçado! Que ódio dele!
— É bom saber que você não está me odiando. — ele se afastou de mim e caminhou até a porta. — Até qualquer dia, Hannah! — Jason saiu da sala, me deixando sozinha.
Que cretino!
Esse garoto está ferrando com a minha cabeça.
Desculpe pela demora dos capítulos!
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S.o.S Clichê (NOVA VERSÃO)
Romance1° livro da trilogia "S.o.S"! Clichê.... Existe vários tipos de clichês: Entre melhores amigos, entre a garota ingênua e o bad boy, e o mais famoso: Entre a nerd e o popular. Todo mundo ama essas histórias, menos Hannah Williams Queen. Na...