Safiras e Pérolas

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Apertei o passo e logo adentrei aquela enorme sacada. Realmente era uma visão linda de se ver. "Já perdeu muito tempo, Naruto idiota, vá. É agora ou nunca mais".

— Errr.... – fiz um barulho como se estivesse limpando a garganta e consegui sua a atenção. Mas, por pouco tempo.

Hinata levantou os olhos e me fitou por alguns segundos, em seguida virou o rosto. Sua expressão oscilava da vergonha a raiva, passando por tristeza, dor, decepção e angústia.

— Hina...

— Não diga nada, Naruto! Desculpas, mas não quero ouvir. Apenas o que posso dizer antes de lhe pedir para me deixar sozinha é: obrigada por ter chegado naquela hora! – sua voz transparecia dor e eu fiquei impressionado com a firmeza com que disse essas palavras.

Dei um risinho baixo. — Nossa, onde foi parar o –kun? Pediu para dar uma volta? – falei descontraído.

— O momento não me parece apropriado... – disse com o olhar ainda baixo.

Aproximei-me devagar. Fiquei em pé no parapeito olhando a paisagem, enquanto ela permanecia sentada no banco encostado por ali.

— Olha, Hinata, não precisa se levantar e nem me olhar. Quero que fique à vontade. Mas, você vai me ouvir! Se não quiser, terá que sair daqui. Eu não vou te impedir, mas saiba, de antemão, que irei até você quantas vezes for necessário até que ouça o que tenho a dizer.

— O que você pretende com tudo isso?

— É o que te pergunto.

— Como assim?

— Responder perguntas com outras não levam a lugar nenhum. – suspirei pesado. — Há algo que queira me dizer?

— Não sei do que está falando...

— O papel que você fez hoje não combina com você. Não com a doce Hyuuga Hinata que conheci quando ainda tinha três anos. E que aos 12 me defendia de valentões. E que sempre que podia levava um obento para mim na escola. Ou que sempre preparava um ramém de próprio punho para me presentear. Que sempre me encorajava a seguir meus sonhos loucos. E que fez de mim o melhor atacante do time de futebol que a Academia de Konoha já teve.

— Eu fiz?

— Claro. Seu incentivo, suas palavras, seus conselhos, seu apoio e sua torcida. Você sempre estava lá. Eu sei!

— Sempre pareceu concentrado demais na Sakura ou na Shion....

— Você não precisava ser líder de torcida para ser notada, Hinata!

— ...

— Vai me contar o que está acontecendo? Ou preciso ter um surto para que você fale? Quais das opções? Porque eu já estou beirando a loucura com tudo o que aconteceu essa noite.

— Não tenho nada a dizer! – falou um pouco exaltada demais. — Desculpe, Tenten, vou quebrar nossa promessa! – sussurrou de forma quase imperceptível.

"Que promessa ela tem com a Tenten?" Aquela frase realmente me deixou curioso. Tomei o ar para os pulmões e desenfreei a falar.

— Bom, se você não tem nada a dizer, eu tenho e muito. Hinata, eu odeio pontos finais, por isso tenho medo de dizer certas coisas a você. Então, principalmente hoje, prefiro que o ponto final fique apenas nesta frase. E que seja um novo começo para nós.

— ....

— Eu não consigo esquecer o nosso encontro no parque, Hinata! Quando cheguei aqui hoje, eu ainda sentia o gosto dos seus lábios... – encostei os dedos nos meus como se sentisse os delas me tocando novamente. De rabo de olho, espiei a Hyuuga e a flagrei fazendo o mesmo que eu. "Então ela ainda sente o beijo?". Fiquei animada com a possibilidade. — Aquela dança me deixou em ponto de ebulição. E, quando nos beijamos novamente, foi como se eu tivesse atingindo o Nirvana. Céus, tem noção do poder que você tem sobre mim?

Senhor OtimismoOnde histórias criam vida. Descubra agora