QUATRO

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Se havia uma coisa que Alexsandra havia aprendido assistindo O Poderoso Chefão é que se deve manter os amigos perto e os inimigos mais perto ainda, por isso quando recebeu o convite para o aniversário de Moretti Messina ela não teve muito o que pensar, aceitou de bom grado e enviou na manhã da festa o presente, uma garrafa de Henri Jayer Richebourg Grand Cru, considerado um dos vinhos mais caros do mundo.

Moretti Messina estava no cargo de Diretor Industrial a quase vinte anos e apesar de ter uma aparência agradável aos olhos de qualquer mulher que apreciasse um coroa, ele não passava segurança quando se tratava de negócios, era ambicioso demais e Alex percebeu isso na primeira reunião da diretoria da empresa.

— Tem certeza que quer ir a essa festa? – Camille questionou Alex enquanto a ajudava se arrumar.

— Não tenho saída. Quero manter um olho no Messina. – respondeu. — Tyler iria adorar essa festa, ele sempre estava enfiado em alguma. Era tão bom não precisar comparecer a elas. Péssima hora para ele sumir.

Camille soltou uma risadinha enquanto finalizava a maquiagem de Alexsandra.

— Não que eu esteja defendendo seu irmão, mas você sabe que ele lida com o luto melhor se estiver sozinho salvado vidas em algum lugar esquecido por Deus.

— Isso por que você não estava o defendendo, né? – Alex alfinetou a amiga, que revirou os olhos para a implicância.

— Pronto, maquiagem feita. – disse guardando o pincel de sombra na maleta. Alex abriu os olhos e se encarou no espelho. Camille realmente sabia fazer milagres com bases e corretivos. A mulher refletida no espelho nenhum pouco se parecia com a Alexsandra da parte da manhã. As olheiras roxas e a pele pálida haviam sumido e sua pele parecia corada naturalmente.

— Agora sim pareço uma pessoa. – disse arrancando uma risada da amiga que juntava as maquiagens esparramadas na bancada.

— Você realmente precisa descansar. Está parecendo um zumbi de The Walking Dead.

Alexsandra revirou os olhos e se levantou da cadeira.

— Não exagera, não estou tão mal assim.

— Claro que não, imagina, só tive que gastar quilos de corretivo para esconder essas bolsas roxas debaixo dos seus olhos. – disse observando a amiga, que franziu a testa para sua fala. — Alex, eu sei que está difícil, mas você não pode carregar o mundo nas costas. Você nem deixou o luto passar e se enfiou no trabalho. Olha para você, está só a capa do Batman.

Sem conseguir aguentar, Alex riu fazendo Camille revirar os olhos e desistir de falar qualquer outra coisa. Ela realmente não sabia de onde Camille tirava essas expressões, mas as adorava. Caminhou até a amiga e a envolveu em um abraço apertado.

— Sei que se preocupa, Cami, mas eu estou bem. Me enfiar no trabalho é a minha forma de lidar com as coisas. Se eu ver que estou exagerando, eu juro que dou um tempo. – prometeu soltando Camille e se virando, indo em busca do vestido que iria usar na festa.

Suspirando frustrada, Camille se deu por vencida. Terminou de juntar as maquiagens e se despediu de Alex, prometendo se encontrar com ela na festa mais tarde.

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A taça de champanhe em sua mão estava cheia a noite toda e apesar de adorar um espumante, Alex não sentia vontade de beber, então apenas desfilava pelo salão com a bebida na mão, circulando entre os convidados.

Ela havia chegado a mansão de Messina meia hora atrás e apesar de achar que o velho estava escondendo alguma coisa, não notou nada estranho. Ele agia como um anfitrião qualquer, conversava com os convidados, bebida e até dançou algumas músicas.

Conrad • Amores Corrompidos • 1Onde histórias criam vida. Descubra agora