DOZE

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Os leves raios de sol começavam a invadir a sala de Alex, quando Conrad acordou. A mulher loira, estava deitada em seu peito, os cabelos bagunçados e os lábios semiabertos. Era novidade para ele ter dormido com alguém, ele nunca passava a noite, sempre ia embora após estar satisfeito, mas por algum motivo que estranhava, não se sentia atraído a sair e deixar a bela mulher sozinha.

As pernas longas de Alex estavam enroladas na dele e com cuidado ele começou a se afastar dela, agradeceu o sofá por ser grande, tirou a cabeça dela de seu peito e colocou uma almofada no lugar, apoiando a cabeça dela, afastou as pernas de Alex das suas e se levantou, buscando por sua cueca e calça, as vestiu e em seguida caminhou para a cozinha, vasculhou os armários, buscando os ingredientes para preparar um bom café da manhã.

Meia hora mais tarde, Alex abriu os olhos, piscou algumas vezes e sorriu lembrando da noite anterior. Ela se sentia renovada e como se, depois da noite que teve, pudesse vencer o mundo. Criando coragem, ela se levantou, buscou por suas roupas e deixou uma ruga se formar em sua testa ao notar a camisa masculina jogada no chão, perto dos sapatos. Por ela ter acordado sozinha, imaginou que ele já tinha ido, mas se surpreendeu ao notar que ele ainda estava ali, em seu apartamento. Vestiu sua calcinha e a camisa masculina, passou os dedos pelos fios de seus cabelos, ajeitando-os e caminhou para a cozinha, se surpreendendo com Conrad ao fogão, com uma frigideira na mão.

— Oi! – ele não se assustou com a voz feminina, ele escutou seu caminhar suave.

— Bom dia! Fiz panquecas, espero que não se importe.

— Não me importo. Ainda estou meio dormindo. – ela disse fazendo com que ele risse.

— Fiz café também. – anunciou virando a última panqueca e desligando o fogo. Colocou ela no prato e por fim se virou para Alex. Absorveu a beleza dela de manhã, antes de a puxar para seus braços e beijar levemente os lábios dela. Ela sorriu após ele se afastar. Buscou por uma xícara e se serviu de café.

— Você é um anjo. Eu apenas fico desperta depois de uma boa dose de cafeína. - Conrad riu dela, pensando que a comparação não podia estar mais errônea, ele era tudo, menos um anjo. Conrad pegou a travessa com as panquecas e as levou para a mesa, em seguida a cafeteira, empurrou Alex delicadamente para que se sentasse e buscou por pratos e talheres.

— Você realmente sabe onde tudo fica. – ele travou com o comentário, mas logo se recompôs.

— Tive bastante tempo para ficar a par das coisas, enquanto a senhorita dormia.

— Ninguém acorda cedo em pleno domingo. Além, do mais, eu estava exausta. – ele piscou para ela, enquanto lhe servia, um sorriso prepotente brincando em seus lábios. Alex experimentou da panqueca feita por Conrad e ronronou como uma gata, em aprovação. O sabor açucarado tomando conta de seu paladar. — Isso está maravilhoso!

— Obrigado! – ele agradeceu, após bebericar seu café. Ele não tinha costume de comer pela manhã, mesmo com todo o esforço feito na madrugada, ele não sentia fome.

Após terminarem o café da manhã. Conrad se preparou para ir embora. Passava um pouco das 10h00min, e ele tinha compromissos que não podiam ser adiados. Alex, agora estava vestida com as roupas do dia anterior e observava o homem calçar os sapatos, quando a campainha tocou assustando os dois.

— Vou olhar quem é. – disse ela, se levantando e caminhando rumo a porta, se ergueu na ponta dos pés e um ar de surpresa atravessou seu olhar ao ver quem era a figura morena do outro lado. Ela se apressou em destrancar e abrir a porta. Seus olhos verdes se encheram de lágrimas e ela se jogou contra o corpo masculino que a abraçou, apertando-a em seus braços.

— Tyler! – sussurrou contra o peito dele.

— Oi maninha! – disse ele após beijar o topo da cabeça de Alex. Ela se afastou analisando-o. O garoto que não aparentava ter seus vinte e quatro anos, carregava uma mochila jogada sobre o ombro, os cabelos castanhos que antes eram mais curtos, estavam agora quase no rumo do queixo. Os olhos escuros carregavam olheiras profundas e ele estava mais magro do que se lembrava. — Posso entrar? – perguntou ele, ela assentiu e deu espaço para que ele entrasse. Tyler tinha uma expressão suave no rosto, mas que logo se tornou uma carranca ao notar a figura masculina dentro do apartamento da irmã.

Antes que tivesse tempo para questionar a irmã sobre quem era o homem. Conrad tratou logo de se apresentar:

— Sou Conrad. Namorado de Alex. – a palavra namorado saltou tão rápido de seus lábios que ele não teve tempo de se corrigir. Apenas ficou com a vontade de chutar a própria bunda ao notar o que havia falado.

— Tyler. O irmão. – respondeu apertando a mão do homem e encarando-o seriamente. Conrad estava achando engraçado a reação do homem à sua frente, arqueou uma sobrancelha e deixou um sorriso debochado desenhar em seus lábios.

— Quando você chegou? – Alex o questionou notando a tensão entre os dois homens.

— Ontem de madrugada. Estive aqui, mas você não estava. – ele disse, fazendo com que Alex se recriminasse por não estar em casa, quando o irmão chegou à cidade.

Conrad não sabia o que Tyler estava fazendo em Chicago, mas iria descobrir. A localização do celular do garoto mostrava que ele estava à milhas de quilômetros dali. Ele não gostava de ser pego de surpresa, não gostava que as situações não estivessem sob seu controle e não gostava do rumo em que as coisas estavam indo. Tinha algo muito errado acontecendo e ele descobriria o que era.

— Bom, eu preciso ir. – disse se aproximando de Alex e beijando levemente os lábios dela. — Te ligo mais tarde. – ela assentiu. Conrad se virou para Tyler, que ainda o olhava com a cara fechada. — Prazer em te conhecer.

— Uh-rum. – respondeu apenas. Conrad passou por eles e caminhou para a porta, abriu e antes de fechá-la atrás de si, escutou Tyler falando: — Eu não gostei dele.

Conrad • Amores Corrompidos • 1Onde histórias criam vida. Descubra agora