SEIS

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O sol brilhava fraco, a temperatura havia caído mais essa semana. Desse modo, o chão estava gelado, ele sentia o frio entrando por seu casaco grosso, enquanto mantinha o corpo esticado sobre o piso do sétimo andar de um prédio em construção, próximo ao Instituto de arte de Chicago, onde a poucos minutos começaria o discurso de Dalton King, candidato a prefeito da cidade. Sua missão era liquidar a vida de King, ele nunca perguntava o motivo pelo qual estava sendo contratado, apenas cumpria sua missão com eficácia e ficava cada vez mais rico com as mortes.

Observando o movimento da rua pela mira do rifle, ele assistia à movimentação das pessoas em busca de um lugar para assistir o discurso do candidato. King, estava com mais de sessenta por cento de aprovação do público, as pessoas o adoravam e estavam certos que ele seria eleito, mas seu cliente tinha outros planos, ele queria Dalton King fora do caminho e ele teria.

A multidão aplaudiu quando o homem louro de trinta anos subiu ao palanque distribuindo acenos e sorrisos para seus eleitores.

Controlando sua respiração, movimentou o rifle AS50 – de calibre. 50BMG – um pouco para a direita, ajeitou o corpo sobre o chão e respirou fundo, o vento estava a seu favor e com isso ele não teria problemas com a precisão do tiro. O ritmo de seu coração estava calmo e ele contava as batidas enquanto ajeitava a mira da arma semiautomática.

Ele teve quatro horas para se preparar para o trabalho. Encontrar o lugar perfeito para o tiro não foi problema, bastou ele analisar o lugar pessoalmente e assim ficou fácil optar por um prédio abandonado com uma vista limpa para onde o palanque havia sido montado.

Dalton King começou seu discurso agradecendo a presença de seus eleitores, mas Conrad não prestava atenção ao que o homem discursava, ele estava concentrado em fazer o seu trabalho e eliminar o alvo. Travando a respiração, ele podia escutar as batidas altas e ritmadas de seu coração antes de destravar a arma, focar a mira e puxar o gatilho. A arma deu um coice para trás, mas ele a firmou, estava acostumado com o ricochete dela.

O corpo grande de King tombou para trás com o impacto do projétil, a cena parecia ocorrer em câmera lenta, o sangue jorrava do corpo do homem, enquanto seus assessores e seguranças o rodeavam no chão. A equipe de segurança de King, logo se esparramou pelo local à procura de descobrir de onde havia vindo o tiro.

Conrad afastou o rifle da janela e começou a desmontar seu brinquedo, guardando as peças cuidadosamente na mochila preta grande, pegou a cápsula da bala no chão e a jogou dentro da mochila, não deixando rastro de sua presença.

Ele não precisava ficar e observar a cena se desenrolar a sua frente, sabia que a vida de King havia se esgueirado do corpo, assim que o homem caiu no chão, o tiro em seu coração foi certeiro.

Passando a alça da mochila pelo ombro se pôs para fora da sala abandonada descendo as escadas rápido e saindo pela porta dos fundos do prédio. Ele podia escutar as sirenes dos carros de polícia, assim como a da ambulância, logo as ruas de Chicago seriam bloqueadas e a polícia estaria pedindo a cabeça do assassino de King em uma bandeja, mas nunca descobririam quem tinha sido. Ele era bom em esconder seus rastros, nunca iriam ligar ele ao assassinato.

Destravando as portas do MKX Concept dourado entrou no veículo saindo o mais rápido que podia do lugar.

Passava um pouco das onze horas da manhã, quando entrou no estacionamento do subsolo da D'short, deixou o carro em uma vaga, jogou a mochila sobre o ombro após sair do veículo, travou o mesmo e caminhou a passos largos rumo ao elevador que dava no salão do clube. O grande salão estava iluminado e seu irmão se encontrava sentado em frente o balcão, tomando uma cerveja, enquanto jogava conversa fora com outro membro do clube.

Conrad • Amores Corrompidos • 1Onde histórias criam vida. Descubra agora