capítulo 01

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  De dentro do carro em que eu quase bati saiu um homem muito bem vestido, com um terno lápis feito perfeitamente sob medida para ele. Só agora percebi que eu realmente risquei a lateral de um Lamborghini urus. Tô ferrada !!

- Ei ! Você do Audi ! - o cara bem arrumado se aproxima do meu carro e vem para o lado do motorista - Da pra pelo menos abaixar o vidro seu sem noção ? Faz ideia do quanto você me fez perder hoje ? - ele está do meu lado, meu Deus do céu, ele é um deus grego.

- Pra começar , me desculpe - falo descendo lentamente o vidro .

- Ok - o estranho sem nome está fazendo uma cara tão nervosa que fica perfeita nele - continua.

- Meu nome é ... - sou interrompida no meio da frase.

- Dane-se seu nome, você quem eu sou ? - ok , respira Emma, inspira , não faça um escândalo. Lembre-se que você está atrasada.

- Um imbecil que me cortou, e acabou tendo o carro acidentalmente riscado ? - ele fez sinal para eu descer do carro - Ok, tudo bem. - faço o que ele manda - Sabe você poderia pelo menos dizer o seu nome já que eu não faço a mínima ideia de quem é você.

- Como assim ? Eu sou o promotor público de Nova Iorque e juiz também .

- Tá, e daí ? Só por causa disso pode quebrar as leis de trânsito, a por favor ? - estou começando a ficar alterada, aconteceu alguma coisa na BlackCorp e eu não vou poder ir para lá - Aqui está o número do meu seguro, ligue quando quiser - jogo o cartão em cima dele é entro novamente no meu carro. Quando estou prestes a fechar a porta aquela mão gigantesca me impede e dá um jeito de tirar as chaves da ignição.

- Onde você pensa que vai ? Isso ainda não acabou - mais que droga - Como eu posso ter certeza que uma louca como você não vai causar outro acidente pior.

- O que você disse ? Louca ? Isso é desacato a uma autoridade - ou quase isso considerando que sou apenas uma perita estagiária - E aliás quem estava errado foi você .

- Já chega, vamos resolver isso em uma delegacia - a não, isso não.

- Olha eu já te dei o número do meu seguro, pedi desculpa, por que você não me deixa em paz ? - meu celular começa a tocar de dentro da bolsa.

- Como eu posso saber se você está me enrolando ? - ele faz uma cara de dúvida e raiva.

- Vou te dar o número do meu celular, aí você pode me ligar para cobrar - eu sou um gênio, se ele me ligar vou gravar o número aí posso " acidentalmente" ligar pra ele - Ou quem sabe algo mais.

-  Ótimo, espero que não esteja me enganando porque se não eu te coloco atrás das grades - aí sim . - Com licença e tenho um bom dia.

  Ele devolveu as chaves do meu Audi e foi em direção ao próprio carro. Gente, que homem maravilhoso era aquele, um promotor/juiz. Isso não se vê todo dia, dou partida no carro e continuo o percurso até a BlackCorp.

Depois de vinte intermináveis minutos no trânsito matutino de Nova Iorque, chego no endereço. A primeira vista vejo um tumulto de gente, a maioria funcionários da empresa pela roupa .

- Sai da frente caramba - grito para que me deixem passar.

Lá, deitado no chão, estava Leopoldo Magnânimo o vice prefeito da cidade. Já sem vida com o corpo rodeado de cacos de vidro, olho para cima na tentativa de ver de qual andar ele caiu e para minha surpresa veio do penúltimo andar do prédio, logo abaixo da sala do CEO.
O tumulto continua a crescer, vindo gente de diversos locais para ver e gravar o que havia acontecido, os policiais não estavam conseguindo conter os intrometidos nem os repórteres. Bom , até que o chefe resolveu aparecer .

- Mais que porra é essa ? Quem deu permissão pra vocês ultrapassarem a faixa da polícia ? - ele grita com todos - Cadê a droga do meu perito ?

- Estou aqui senhor - ele me encara como se estivesse me executando com os olhos.

- Eu quero saber o que aconteceu com esse homem. - limpo a garganta para responder, clara e objetiva Emma, lembre-se disso.

- Ele está morto senhor .

- Não me diga Leigh, você tá achando que eu tenho cara de palhaço - faço sinal que não - Então me diga o que aconteceu. E não ouse dizer que foi a queda que matou o vice prefeito.

  Me aproximei do corpo do que um dia fora o nosso vice prefeito e foi assim que notei marcas de sufocamento no pescoço e havia um tecido desconhecido em suas unhas, logo peguei uma amostra para análise. Ouço um estrondo vindo do prédio em frente ao local. Algo foi jogado lá de cima, todos saem correndo e apenas Houston e eu ficamos ali, o objeto parecia estar vindo em nossa direção.

- Droga Leigh se afasta ! - ele tenta se desviar e a única coisa que me lembro é de sentir meu corpo cair feito concreto no chão.

Entre quatro paredesOnde histórias criam vida. Descubra agora