capítulo 15

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Emma **

Já se passou um mês e meu relacionamento com o Will continua no mesmo bom dia, boa tarde e boa noite. De vez em quando rola uma conversa sobre o trabalho e só, realmente estou achando que nosso casamento está arruinado.

Falando em trabalho... Estou vivendo um pesadelo atrás de outro, tudo indica que John Black é na verdade um maluco viciado em torturar sua secretaria, e pra completar não perde uma oportunidade de dar em cima de mim e de qualquer outra pessoa que use saia. Sem falar no estágio no departamento de polícia de NY, o número de corpos encontrados aqui na cidade é incrivelmente alto, mas quase nunca se acha o assassino. Já faz um mês desde o assassinato do vice prefeito e não descobriram nada ainda ou pelo menos é o que querem que pensemos porque até agora Peter não sai do laboratório e não ajuda em outros casos. O que significa que eu tenho que me virar, posso me considerar uma perita profissional, desvendei uns nove casos nessas últimas semanas.

— Sete horas, dois minutos e trinta e sete segundos Leigh, está atrasada — não digo nada, apenas espero Houston terminar a frase — De novo, como você consegue fazer isso sempre e ainda não foi demitida?

— É que eu não chego atrasada na Black — droga, palavras erradas — Mas é claro que eu me atraso de vez em quando né ! Só pra não perder o costume. Você sabe não é Tommy? — tento enrolar mas não funciona, nunca funcionou. O cara parece estar super focado na hora que seus subalternos chegam, mais especificamente na hora em que eu chego.

— Pare de enrolar Leigh e vá fazer seu trabalho — ele entra em sua sala me deixando para trás no meio da multidão caótica de policiais.

Vou para o meu laboratório analizar algumas substâncias estranhas encontradas sei lá aonde, o cheiro é horrível. Depois de quase duas horas tentando descobrir o que eu estava analisando resolvo sair para pegar um ar e comer, preciso de um hot dog e de mais alguma coisa... CAFÉ. Com certeza eu preciso de um café puro e o único lugar onde posso encontrar esses dois é no Bolly's Coffee que fica a exatos 57 metros de distância do PDNY.

Saio discretamente e caminho pela calçada ainda molhada o céu está escuro e nublado, provavelmente vai chover de novo. A rua está movimentada como de costume e cheia de pessoas apressadas típicas de NY. Observo o movimento enquanto caminho tranquilamente até o café, faço o meu pedido a um atendente que mais parece um zumbi e depois de poucos minutos ele me entrega um copo cheio de café e um hot dog que parece estar delicioso.

— Ehh... Moça!— ouço o zumbi me chamar, me viro e ele continua— Hipoteticamente falando, se um homem não muito atraente e meio retardado te chamar pra sair você aceitaria? — eu o encaro e não consigo conter uma risada, isso faz com que seu rosto fique avermelhado.

— Hipoteticamente esse homem deve ser muito gente boa e fofo — digo da maneira mais normal que consegui — Provavelmente eu diria que sim ...

— LEIGH!? O QUÊ VOCÊ AINDA ESTÁ FAZENDO AQUI? — dou um pulo com os gritos de Houston.

— Desculpe a demora no pedido sra Leigh? É esse seu nome ? — ele enterrompe Houston, que ousadia desse rapaz, ele provavelmente será massacrado pelo gigante em sua frente.

— Estou atrapalhando algo ? Pensei que você fosse casada Leigh — Houston me encara sério como de costume quando me pega fazendo algo que vai contra seu senso de ética e moral.

— Espera aí, você é casada ? Mais que droga. Foi mal cara, eu não sabia que vocês estavam juntos — ele entrega o cupon fiscal com as mãos tremendo enquanto encara o chão, soldado abatido.

— No passado talvez — ele segura meu braço e me arrasta para fora enquanto tento desesperadamente morder meu lanche —  Quando você vai tomar jeito? Já não basta os Carson tem que seduzir o zumbi número 3?

Entre quatro paredesOnde histórias criam vida. Descubra agora