Capítulo 13

510 52 8
                                    

Lennon.

Olhamos um para o outro durante alguns longos segundos antes de eu agarrar a coisa que estava mais perto de mim, eu não ia morrer sem lutar primeiro, mesmo que isso significasse que tinha de me defender com um rolo de massa.

E quando eu pensei que tinha visto a minha vida a passar à frente dos meus olhos e que nada pior que isto podia acontecer, mais homens desconhecidos equipados com armas apareceram. Eles tinham fuzis, metralhadores, pistolas, granadas e munições extras penduradas nos seus corpos como se fossem joias.

O homem com a faca virou-se para os seus companheiros e deu um sorriso presunçoso. O seu sorriso cresceu, a sua aura de maldade a sair dele sem dificuldade.

A minha respiração era alta e o oposto de rítmica. Estava quase a ter um ataque de pânico. A minha cabeça estava leve, senti-me enjoada e tonta e o pensamento do corpo a apenas um metro de mim a afogar-se numa poça do seu próprio sangue só piorou a situação.

O pensamento de começar a lutar daqui a pouco começou a parecer estúpido. Eles eram pelo menos cinco e eu estava sozinha. Eles tinham armas suficientes para armar um pequeno exército enquanto eu só tinha um rolo de massa. O fim já estava decidido mesmo antes de ter começado.

Agarrei o rolo de massa com o máximo de força que tinha, amaldiçoando silenciosamente o facto de ainda estar cheio de farinha espessa, o que não ajudava o meu aperto nele. Segurei a minha respiração e expirei lentamente e profundamente. Olhei uma última vez para a Nia que mal estava reconhecível. Engoli a bílis que queria sair da minha boca. 

Os homens estavam parados na porta mas rapidamente encheram a cozinha em todos os ângulos. Estava encurralada. A falta de comunicação que ele tinham tentado ter comigo deixava-me ainda mais ansiosa. Eu não queria nenhumas palavras de despedida ou qualquer coisa do gênero mas o silêncio tirando as respirações e os passos apenas estava a piorar as coisas.

A expressão nas caras deles quando segurei o rolo da massa pronta para lutar era memorável. Um dos homens, que tinha uma cicatriz pela cara, dobrou-se sobre si mesmo e riu com as minhas ações. Resisti à vontade de revirar os meus olhos e dizer algo sarcástico na cara dele porque ele estava a segurar uma arma carregada e eu não.

"A garotinha não se devia envolver nos assuntos dos crescidos." O homem com a faca que ainda estava a pingar sangue, ridicularizou.

"A garotinha devia ter ficado em casa." Outro falou.

"A garotinha devia aprender a não ser intrometida."

"A garotinha vai saber agora o porquê"

"A garotinha vai morrer agora."

O agudo e estridente eco de uma arma a libertar uma bala encheu a sala inteira. Um pequeno grito saiu da minha boca quando me baixei e escondi atrás dos armários. O meu coração estava a bater tão depressa que até tinha medo que batesse demasiado e parasse completamente. Pressionei as minhas mãos no meu tronco à procura de uma ferida de bala. Nada. Deixei sair uma respiração trémula e agarrei o rolo de massa que caiu aos meus pés.

"A garotinha devia saber que não se devia esconder."

A voz era rugosa e desagradável. O par de pés que apareceram ao meu lado, vestidos com um par desgastado de botas de combate, deu um pontapé na minha perna para que eu olhasse para cima. Relutantemente, eu olhei. O suor a correr pela minha cara oferecia um brilho distintivo. O homem tinha uma arma a centímetros da minha cabeça. Eu não era nenhuma especialista mas conseguia ver que estava carregada e a patilha de segurança estava desbloqueado. Isto parecia ser o fim.

"Garotinha, chegou a altura de dizeres adeus."

Ele sorriu para mim. O seu olhar maléfico causou arrepios pelo meu corpo. O vômito na minha garganta desesperado para sair. Eu não disse adeus. Ainda não era uma donzela em apuros. Eu ia morrer depois de lutar nem que essa luta durasse um minuto ou mais.

Decode - TraduçãoWhere stories live. Discover now