A sweet dancer returns

She's back

Point of view Dinah

-Dinah?

- Normani!?

Durante a semana eu tinha lido alguns boatos na internet  de que Normani Kordei, a rainha do mundo da dança, estava encerrando sua carreira e estava de malas prontas, voltando para Miami, mas eu não levei muita fé. Não é por mal, na internet inventam cada coisa, que muita das vezes é mentira, por isso não levei muita fé. Mas agora, quando eu pensei ter superado, ela simplesmente volta. Como assim ela volta? Por que ela volta? Como ela pode sorri assim para mim depois de dez anos? Isso é injusto!

Lembranças de alguns momentos que passamos juntas invadiram a minha mente como um farol alto. Lembranças a qual eu fazia esforços para tentar esquecer mais que vire e mexe teimavam em voltar. E nesse exato momento isso estava acontecendo. Acho que  passei tempo demais parada imóvel no mesmo lugar. Mas eu estava sem reação. Completamente sem reação. O nosso primeiro beijo, a nossa primeira briga, quando eu levei ela para conhecer meus pais, quando ela me pediu em namoro, tudo, até o dia que ela foi embora e me deixou.

Meus olhos começaram a se encher de água. Eu não poderia demonstrar que a sua presença ainda me afetava. Reprimi o nó que estava se formando na minha garganta e me virei de costas para ela, sem olhar nos seus olhos. Ally continuava ali, parada a minha frente.

-Eu tenho que ir!- minha voz saiu baixa.- Nós vemos depois, Ally!

-Dinah, espere!- foi tudo que eu consegui ouvir antes de sair pela porta do local, quase que correndo.

Entrei no meu carro, bati a porta com forças e girei a chave saindo de lá. Eu não queria ir para minha casa. Então dirigi para o lugar onde eu teria um abraço me esperando e uma xícara de café quentinho, a casa dos meus pais.

-Filha, o que aconteceu?- minha mãe perguntou assim que abriu a porta. Eu nada disse, apenas me joguei em seus braços e deixei as lagrimas rolarem dos meus olhos.- Entra, meu amor!

Nós caminhamos até o sofá da sala, onde minha mãe sentou na ponta e eu deitei sobre suas coxas. As lagrimas saiam dos meus olhos sem intensão de parar. Os meus soluços invadiam a sala. Eu não estava me importando de estar parecendo uma idiota nesse momento. Queria apenas colocar para fora tudo que eu estava sentindo. Toda aquela dor e raiva.

-O que aconteceu, filha?- perguntou passando suas mãos pelo meu rosto.- Porque você está chorando? Me diz!

-Ela voltou, mãe! Ela está de volta!- um soluço alto escapou da minha boca, enquanto mais lágrimas treinavam e rolar.

-Ela quem, amor?- perguntou calma.- Quem voltou de onde para te deixar nesse estado?- seus dedos faziam carinho no meu colo cabeludo.- Não me diga que...

-Sim, mãe! Normani está de volta!- ela me puxou mais contra o seu peito e me abraçou.- Eu pensei que já tinha superado, mãe. Eu tinha certeza de que não me importava com ela, de que já tinha superado tudo que sentia por ela, mas não, mãe. Assim que meus olhos encontraram com os delas, todas as lembranças e nossos momentos juntas invadiram minha mente. E eu percebi o quão fraca e trouxa eu sou!

-Você não é fraca! Muito longe disso, meu amor! Você é a pessoa mais forte que eu conheço na vida. Você lutou pelos seus sonhos e objetivos e hoje tem tudo que  sempre quis. Você é famosa, ganha seu próprio dinheiro e conquistou isso tudo com seu suor e seu esforço. Sem a ajuda de ninguém. Se tem uma coisa que você não é, é ser fraca.

-Mas porque a presença dela me afeta, mãe? Porque que assim que meus olhos encontraram os seus eu travei e chorei? Me diz, mãe!- me sentei rápido no sofá ao seu lado. Ela sorriu docemente antes de me responder:

-Porque você ainda a ama, filha! Você nunca a esqueceu!- ela me puxou novamente contra seu peito, onde eu me permitir chorar baixinho.- Isso não é errado, amor! É a coisa mais linda que se tem na vida!

-Chorar, mãe? Sentir um dor tão grande que parece que seu peito vai se rasgar no meio? Como isso pode ser lindo?

-Não é disso que eu estou falando!- soltou uma risadinha baixa.- Estou falando do amor! Esse é o motivo das suas lagrimas, da dor que cobre seu peito. Você está assim porque ainda a ama filha. O amor é a coisa mais linda!

-Eu não a amo! Ela me deixou para seguir seu sonho de ser a melhor dançarina do mundo, e conseguiu. Mas me deixou aqui com o coração partido. Se eu a amasse depois disso, estaria fazendo papel de trouxa.

-Então meu amor, sinto muito em ter que te dizer, que você é trouxa!

-Mãe!

-Dinah, você pode tentar negar, dizer que não sente, que não ama. Mas é tudo da boca para fora. Não é o que seu coração está sentindo!- apertou seus dedos no meu ombro em forma de consolo.- Eu seria hipócrita em dizer que não fiquei extremamente chateada e com raiva quando você me contou o que tinha acontecido naquele dia e de ter visto a minha filha no estado em que ela ficou por meses. Mas eu sei que você a ama, não tem como negar!

-Eu não posso, mãe! Eu não posso ama-la!

-Felizmente seu coração não concorda com isso!

Ela levantou-se e me levou junto. Me abraçou mais uma vez e depois se afastou.

-Vem, vamos tomar um café e conversar mais sobre isso!

Continua....