A velha varanda

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Eu pensei que nunca mais;
Iria escrever sobre você
Que toda a dor,
Tivesse se tornado poesia.

Mas a velha varanda
Não cala em meu coração
O vento nos cabelos
A luz do poste,
Iluminando o seu rosto.

Você sorria
E só ria,
Tinha uma leveza no viver
Uma coragem no existir.

E eu,
Lampião de meia pataca
Perguntando,
"E se o seu pai aparecer?"
"E se a sua mãe vier do quarto?"
Ela sorria, e dizia:
- Ué, irão nos ver, Seu Moço.

Passei lá em frente
Alguns dias atrás
A cadeira de balanço vermelha
Ainda estava lá.

Peço que me perdoe
Mas os óculos escuros
Não esconderam,
As lágrimas que desceram.

Os pensamentos
As perguntas,
Não saem da minha cabeça:
"É filha de quem?"
"Houve o que com ela?"
Isso ainda me dói.

Eu encaro a varanda,
Ela, em silêncio me questiona
Onde está Gabriela?
Odeio portar más notícias
Mas hoje ela não vai voltar.




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