Epílogo

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Uma maldição foi jogada sobre mim, infelizmente vou continuar o resto da eternidade desta maneira, sendo um gato negro, indesejável nos lugares, banido, temido e se me acolherem eu sofro, pois eu continuo vivo apenas observando meus donos morrerem, na verdade eles podem achar que são meus donos, mas estão apenas me dando abrigo, quase como se eu fosse um morador de rua, não que eu não seja.

Meu objetivo era claro me juntar às trevas quando humano, eu iria ajudar a destruir a luz, era meu destino, mas como sempre eu fui contra o que estava escrito e traçado, acredito que eu, somente eu, tenho controle sobre o meu destino e continuo achando, pois os meus atos vão trazer as minhas consequências, não os outros, eles somente irão influenciar.

E agora eu sou dono da minha eternidade, posso ficar sem comer isso não me afeta, posso ser atropelado nada vai me matar eu sou imortal, não consigo me comunicar com essas pessoas (e mesmo que conseguisse, elas seriam burras demais para me entender), eu fico observando tudo ao meu redor, às vezes das janelas, outras vezes da sacada, até mesmo dos muros altos da "minha" casa.

Se cruzar meu caminho vai pensar que sou um gato rebelde que odeia ser contrariado, que odeia carinho na barriga, mas que deixa o dia inteiro ser acarinhado atrás das orelhas e no pescoço.

Ninguém sabe sobre a minha existência, minha família já morreu a muitos séculos pensando que eu morri em alguma guerra, meu sangue não prevalece nas veias desses humanos estúpidos, não sei qual foi a última vez, só sei que de cinco em cinco séculos um puro-sangue nasce e acaba morto pelas sombras quando atinge a idade adulta, pelo que minhas fontes dizem não são muito poderosos, mas que as forças deles aumentam relativamente e está cada vez mais fácil de distingui-los, pedi para os corvos marcarem o próximo puro-sangue para assim que ele se aproximar eu possa distingui-lo e o esconder das trevas, elas também se fortaleceram ao decorrer dos séculos, mas já faz um bom tempo desde a ultima informação e nunca mais vi um descendente de meus mensageiros.

Gato NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora