Capítulo 4- Almoço com "Amigos"

42 3 3
                                    

No dia seguinte pela manhã a energia retornou ao normal, logo de inicio Niall saiu e acredito que seja para ir ao mercado, decidi nesse meio tempo procurar pelas estranhas criaturas que conseguiram dominar meus sonhos da noite anterior, me deitei nos galhos da mesma árvore que atingiu o Niall no dia anterior, tinha a esperança que algo acontecesse, infelizmente logo o Niall chegou me fazendo descer, havia outro homem com ele, seus cabelos e olhos eram castanhos e ele possuía uma barba rala, depois de ser mimado pelos dois, voltei para o jardim, às pequenas partes da conversa que eu pude escutar me deu a entender que Niall chamaria algumas pessoas para o almoço, e sem querer ser grosso, mas odeio ter que ficar com pessoas a minha volta, é irritante. Hoje o tempo estava bem melhor que ontem, permaneceu nublado pela manhã, e próximo ao almoço estava mais quente, algo ascendeu em minha mente e decidi rondar em volta da árvore em busca de algum local, um mísero buraco por onde elas tenham surgido, encontrei um buraco, entrei e não achei nada de interessante e provavelmente foi causada pelas raízes da árvore já que no buraco foi à única coisa que achei.

Emburrado, deitei-me no sofá de jardim localizado debaixo do que deveria ser uma parreira de rosas, porém a única coisa que lá havia era galhos ressecados e mortos, tão triste, e depressivo que consigo me imaginar como a flor, no seu auge ela era bonita, esbanjava o quanto de vida possuía, já agora, estava velha, feia, e morta, permanecendo no mesmo local de sua morte, atraindo hospedes nem um pouco agradáveis, infelizmente não havia nada a ser feito, essa roseira já estava morta e não voltaria a florescer.

Permanecia meu olhar fixo naquela árvore, não que eu queira, na verdade não consigo deixar de procurar qualquer brecha que for, por mais que tente nunca havia visto essa árvore antes do ocorrido então não posso dizer que ocorreu alguma diferença, logo Niall apareceu, varrendo as folhas da área de lazer de sua casa, limpou a pia, churrasqueira, e entrou de volta para dentro de casa, já de olhos fechados o que restava era minha audição, escutei o barulho da água, provavelmente está tomando banho, eu poderia dizer que estava relaxando, não possuía sono, e não havia nada a ser feito, depois de alguns minutos Niall voltou com peças de carnes e com um avental escrito "beije o chefe", um pouco depois de colocar as carnes na grelha a campainha tocou, Niall arrancou o avental e praticamente correu para atendê-la, ele sorria tão abertamente que sentia inveja, parecia realmente feliz, não vejo qual o motivo são apenas pessoas na casa dele, o que tem de feliz nisso?

Dois homens entraram, um eu reconheci, era o que esteve mais cedo aqui, parecia que seu nome era Liam, o outro era garoto aparentemente da mesma idade, usava um gorro verde que foi arrancado pelo Niall e colocado em sua própria cabeça, Liam fechou o zíper de sua jaqueta de couro e se sentou no longo banco de madeira junto à mesa e começou a mexer no celular, Niall que já havia colocado novamente seu avental e estava cortando algo na pia enquanto, o outro garoto que ainda não sei o nome o ajudava, ele se aproximou de Niall e o virou dizendo.

-Beijei o chefe, isso é muito perigoso de se usar, alguém realmente pode te beijar...

Sua cabeça se aproximava cada vez mais de Niall.

-Alguém especificamente?

Niall perguntou sorrindo ainda mais conforme o garoto se aproximava em seguida os lábios dele se juntou com o do garoto enquanto Niall o puxava para mais perto com os dedos em seus cabelos castanhos e lisos, era estranho ver Niall tocando alguém assim, o jeito como agia, ele se separou corado do garoto (que não sei o nome e nem me importa saber), não gostei dele, há algo de estranho com sua alma, ele não parece ser tão inocente. Miei de descontentamento e pulando do sofá, isso fez o Niall sair de transe e prestar atenção em mim.

-Esse é meu gatinho! 

Disse se aproximando de mim e me segurando em seu colo, esfreguei minha cabeça contra seu peito e sua mão começou a me acariciar.

-Que fofo...

Disse o garoto de cabelos castanhos levantando a mão em minha direção enquanto eu grunhia olhando diretamente para seus olhos que notei serem azuis.

-Acho que ele não gostou muito de você, Louis.

Louis, estão esse era o seu nome, fui largado novamente e me sentia cada vez mais revoltado com a presença daquele ser a volta do Niall, estava me sentindo confortável no colo de me dono, frustrado comigo mesmo por estar sentindo-me de tal forma fui aos pés do Liam que sorriu quando pulei no banco ao seu lado, posso dizer que não fui muito gentil da ultima vez que nos encontramos, e comecei a pensar de outra maneira em respeito ao Liam, ele parece ser interessante.

O dia se passou com eles bebendo, haviam ingerido tanto álcool que estavam bêbados, o estado de todos era lastimáveis, Niall estava corado e cantando musicas irlandesas girando o gorro verde acima da cabeça, Liam ria de tudo principalmente do amigo tentando filmar o que acontecia com a câmera do celular e Louis chorava em um canto bebendo mais e mais, seus olhos estavam com um semblante assustado e ele sussurrava sozinho para os ventos lhe ouvirem. Caminhava calmamente a frente dele e fui puxado pela cauda quando já estava de costas.

-Você sabe... Eu não queria! Desculpa! Desculpa! Desculpa! Forçaram-me... Eu não queria! 

Algo na suas palavras me intrigou de muitas maneiras, minhas hipóteses eram as mais obvia, ele traiu o Niall, por quais outras razões ficaria assim? Sabia que ele não era inocente e o álcool fez que sua consciência pesada se manifestasse, o que não fazia sentido no momento era ele estar conversando com um gato, o mais obvio é que ele esteja bêbado, porém não acredito fielmente nisso. Quando fui largado me dirigi para o escritório, tentei abrir a porta, no entanto ela estava trancada a chave; decidi tentar a sorte pela janela, parei na frente dela olhando para os trincos enferrujados, depois de algumas tentativas consegui abrir com muita dificuldade, o barulho se espalhou pelo local solitário, pulei para dentro e calmamente andei pelas estantes.

Gato NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora