Capítulo 5- Diários de Leonard Athander

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Ontem li pelo resto da tarde, no entanto foi no inicio da noite que me surpreendi, o senhor que colecionava aqueles livros realmente tinha bom gosto, eram clássicos da literatura, eu havia lido uma trilogia muito boa, estava em busca de novos livros das guerras antiga acabando por encontrar os diários de Leonard Athander aquilo realmente chamou minha atenção, página após página constatava descobertas inimagináveis do mundo de Flairgyntas, a nova dimensão. Meu conhecimento pela magia é pouco, antes quando humanos compartilhavam de seus bens com criaturas místicas e exótica do nosso conhecimento existia quatro portais estrelares, o que os cientistas costumam chamar de buraco de minhoca, a bilhões de anos luz da Terra e ate mesmo do nosso sistema solar, pensará que isso era apenas um mito, mesmo sabendo sobre a existência desses seres, nunca ninguém conseguiu sair de nenhum portal ou ate mesmo entrar, era impossível, somente o próximo escolhido conseguiria com a ajuda de seu conselheiro, essa é a lenda, contada na tribo Norte de Lintopiles a divisora entre raças, Leonard conseguiu fazer uma pesquisa de campo onde detalhadamente anotou suas descobertas, e cada vez mais quero descobrir sobre o passado dessa família, na primeira página falava dos primeiros dias que ele passou na divisa de Lintopiles:

Após conversar com o líder do povo Norte ele me aconselhou assistir o por do sol, pergunte-lhe a razão e ele sumiu, uma característica muito forte sobre eles, utilizam seu poder da mente de uma forma inexplicável, aprenderam com o seu ser maior, somente esse truque, nada a mais, respeitam muito o seres da natureza e intimidam muito, são altos e fortes, usam tiras de tintas naturais nos braços destacando seus músculos, só podem entrar no seu território quem consegue provar o merecimento, me deitei no gramado ao lado de meu pequeno acampamento ao céu aberto observava o Sol ser ocultado pelas arvores e uma pequena colina. Quando apenas alguns raios permaneciam no céu pequenas criaturas saíram do meio da floresta, especificamente das árvores, eram pequenas com alguns milímetros, cintilantes e brancas, uma grande quantidade me cercou, uma mistura de cores apareceram a minha frente e a lembrança de hoje foi representada com poucos fatos, depois desse acontecimento de semanas atrás começo a denominá-las como Momentos, elas entram em sua mente em busca de lembranças e nem sempre serão tão boas como essa, elas também pode ocultar lembranças ruins, ou revive-las... 

Li toda a informação com tamanha preocupação, esses seres parecem muito com o que vi há algum tempo, e se revelam lembranças, qual era o sentido das memórias de Niall... Continuei lendo as páginas até algo me atrair bastante, os cristais, Leonard escreveu:

A energia de um cristal pode ser decidida através de quem a manusear, disfarçadamente roubei uma pedra diferente hoje, você não vê isso nos lugares habitado por humanos, ela muda de cor conforme a emoção de quem a utiliza, algumas possuem os elementos, a que eu achei infelizmente não sei o significado, ela tem a forma de um olho é colorida, guardarei ela em meus objetos pessoais e a observarei durante algum tempo...

Acabei de descobrir algo muito importante sobre o Tembaku (nome da pedra), seu olho possui uma ampulheta estrategicamente na horizontal se misturando com a íris amarelada, deve significar algo relacionado ao tempo, perguntarei quando voltar para casa a meu irmão arqueológico talvez ele ajude... 

Podia ler aqueles diários durante horas, eram tantas informações, o pior é que não tinha nome, ou nada comprovado, nem mesmo sabia onde ficavam aqueles locais, peguei o livro com a boca e andei novamente a prateleira guardando-o, quando iria sair pela janela vi algo voar no chão, era um mapa, a localização de um dos quatro portais, agora só me resta saber onde realmente estou e com o que estou lidando...

Quando voltei para o jardim Niall estava sozinho arrumando as coisas, parecia mais consciente e seus amigos haviam ido embora, me juntei a ele pulando no mármore da pia.

-Gatinho, você sente saudades da sua família? Sei lá, é estranho tudo isso... Estou tão louco conversando com um gato.

Eu queria tanto responder; não, é claro que não tenho saudades da minha família, eu tenho nojo, odeio todos que eram da minha família! Eles me abandonaram, deixaram-me assim como um gato imundo! Acho que não podemos sentir saudades de algo que nunca tivemos, e eu nunca tive uma família! Nesse mundo somos todos loucos, eu diria que possuímos níveis diferentes de loucura, depois de tanto tempo sem falar, nem sequer ter vontade de fazê-lo esse interesse se despertou em mim. 

Enquanto tentava lembrar dos membros de minha família, Niall se distanciou para pegar algumas garrafas que estavam na mesa, escutei um bater de asas e olhei em direção ao céu, um corvo se aproximava, ele pousou a minha frente como esperava estava preste a lhe pedir urgente que achasse o próximo puro-sangue se Niall não tivesse interrompido.

-Gatinho se afasta do corvo! -Niall estava assustado sua voz era tremula e preocupada, acabando por se quebrar no final.

Naquele momento o grande pássaro abriu suas asas e voou em direção ao Niall, seus olhos estavam vermelhos e determinados, sentia o sangue passando por entre eles, afinal o que queria com o pobre garoto, assustado, tentando se esconder do pássaro que estava determinado em lhe atacar, rapidamente ataquei o corvo, porém Niall foi arranhado por uma das grandes garras do animal que voltou para o céu, olhei para o braço de Niall não acreditando no que via, era o símbolo, o Niall era o puro-sangue esteve ao meu lado o tempo todo e minha teimosia me cegava, sua idade, os livros tudo está relacionado, Niall é o escolhido, depois de marcado corre muito perigo, agora o céu e inferno estão atrás de nós, como fui idiota, esse era o meu destino, sempre foi...

Niall olhava para onde o pássaro havia voado assustado, diversas lágrimas escorriam pelos seus olhos, o tom de azul foi substituído por algo sombrio, às estranhas criaturas voltaram, uma cantiga foi dita baixa na tentativa de acalmar o garoto que tremia de medo, foquei meu olhar nas cores que dançavam a sua frente, sabia agora que eram as memórias de Niall, poderia revelar o motivo de seu medo, pássaros e mais pássaros tomavam conta do local, tons monocromáticos, era assustador ver o medo nos olhos de alguém indefeso como o Niall, um garoto inocente, porém gosto de ver o medo nos olhos de uma pessoa sabendo o causador de seu temor, quando tende a ter o habito de matar pessoas nada lhe deixa melhor do que saber o medo que você impunha, o poder que possuía em suas mãos, esse demônio interior que me traz adrenalina, que consegue vencer meu bom senso em questões de segundos, é tão glorificante, um sorriso psicopata aparece em minha face, não tem como detê-lo, o sofrimento psicológico e emocionais são os mais interessantes e essas criaturas não parecem ser tão angelicais quanto demonstram... Tudo tem um lado mal não é mesmo? Sábios chineses já dizem isso a mais tempo do que eu, de qualquer modo vale ressaltar que até mesmo os anjos possuem seus próprios demônios, uma das maiores glorias pode ser também a pior das maldições, poderem pensar, raciocinar, às vezes seu inimigo é si mesmo e por momentos não conseguimos enxergar, pois estamos cegos por nossos extintos mais naturais e ignoramos os sinais, não aceitar é perder a batalha para si própria, parece impossível, afinal dos dois jeitos iria ganhar não é mesmo? Mas, e se talvez estivermos errados? Já tive anos para pensar... Como uma pessoa é capaz de se perder dentro de si mesmo? É mais fácil do que imagina, sua mente pode ser controla por si mesmo, porém nunca saberá de todos os seus conhecimentos, por isso os sonhos sem sentidos, os déjà vus, é tão fácil que nem conseguimos compreender. 

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⏰ Última atualização: Jul 08, 2014 ⏰

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