Encantadora

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Ela era realmente encantadora, pensou Manoela, admirando aquele lindo sorriso e o brilho de divertimento nos olhos incrivelmente intensos de Giovanna. De súbito, flagrou-se imaginando como seria provar o sabor daqueles lábios rosados. Era isso que acontecia quando uma mulher se dava a liberdade de ficar comendo biscoitos de chocolate no meio da noite na casa de uma linda moça capaz de fazê-la ver o mundo sob uma nova perspectiva. Uma perspectiva que, para ela, ainda oferecia riscos.

- Não tem o tom irônico de seu pai nem o gênio artístico de sua mãe, mas tem um talento inusitado para o absurdo.

Giovanna riu com indignação.

- Ora, muitíssimo obrigada pela crítica construtiva.

- Não há de quê. - Manoela pegou o prato que ela havia separado para ela levar. - E obrigado pelos biscoitos.

Giovanna estreitou o olhar enquanto ela se dirigia à porta. Bem, ela iria ver quanto talento ela tinha para o "absurdo" ao longo das próximas tiras.

- Ei!

Ela parou e olhou para trás.

- Ei, o quê?

- Você tem nome, apartamento 8B?

- Sim, eu tenho um nome, apartamento 8A. Aliperti.

Dizendo isso, levantou no ar a latinha de cerveja e o prato, em sinal de agradecimento, e saiu, fechando a porta atrás de si.

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