Capítulo Três

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John Walker

Em pé diante da grande parede de vidro, assisto a movimentação nas ruas de Boston. O dia chuvoso e frio combinam com meu mal humor o que de certa forma me faz relaxar.

Ah dias em que não consigo me concentrar no trabalho e então faço como hoje, peço a Violett, minha secretaria, que cancele todos meus compromissos, e fico aqui diante dessa parede olhando o mundo ao meu redor.

Minha empresa fica localizada no Centro de Boston e graças a isso há sempre muito movimento. O edifício alto e espelhado facilita para que os funcionários assistam as ruas movimentadas. Graças aos últimos cinco anos em que vivo enfiado nessa sala adquiri esse hábito. As vezes me sinto até estranho quando estou em casa e não tenho essa visão. O telefone toca em minha mesa e bufo irritado.

- Disse que não queria ser incomodado Violett! - Grito e sorrio ao lembrar da cara de pavor que ela sempre faz. - Por acaso é surda?

- Ela não é surda mas você é mal educado! - Minha mãe diz entrando na sala com meu pai. - Isso é jeito de falar com uma mulher moleque?

- O que estão fazendo aqui? - Indago batendo o telefone.

- Olha o tom garoto. - Papai reclama me abraçando. - Nunca está em casa, e também nunca aparece. Então viemos ver nosso filho ingrato!

- Sem drama, por favor. - Mamãe me abraça e beija meu rosto. - Como estão?

- Bem querido. - Mamãe sorri sentando ao lado do meu pai. - E a namorada?

- Mamãe ela não era minha namorada. - Repito e ela suspira. - Aquele garota é superficial e egocêntrica, o tipo de mulher com quem um homem tem boas noites de sexo e só!

- John Walker. - Papai me repreende e reviro os olhos. - Já está na hora e encontrar uma boa moça, ter um filho. Na sua idade eu já era pai, aliás você já tinha seis anos!

- Queremos um neto John. - Mamãe pede e ja ouvi isso diversas vezes. - Quando nos dará um herdeiro?

- Logo! - Conto e eles sorriem. - Vou contratar uma barriga de aluguel...

- Como é? - Mamãe levanta assustada. - Mas filho isso...

- É legal mãe, não estou cometendo nenhum crime! - Meu pai me encara estático e começo explicar. - Quero um filho, mas não quero um casamento, ou uma mulher, todos sabem que não sou o tipo de homem que casa e vive feliz para sempre.

- Mas filho, um dia vai encontrar alguém e... - Papai tenta.

- Não quero! - O corto. - Se eu a encontrasse fugiria antes de estar preso demais. Como eu disse não quero um relacionamento, apenas o filho.

- Isso é uma decisão muito radical John. - Mamãe avisa. - Vai ter um bebê pra criar sem a ajuda da mãe!

- Tenho vocês. - Vejo o lampejo de um sorriso e sei que os convenci. - Pensei em ficar um tempo com vocês até pegar o jeito, o que acham?

- Seria ótimo. - Mamãe avisa. - Ter nosso filho e um neto em casa, o que acha Steve?

- Bom, meu bem. - Papai admite e sorrio. - Mas ainda acho isso um tanto errado.

- Já está decidido pai. - Ele suspira e assente. - Vou conhecer duas moças hoje depois do expediente. Uma delas vai gerar o neto de vocês!

Sobrevivendo ao Amor - Série:AMORESOnde histórias criam vida. Descubra agora