Capítulo#16

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Antes que alguém me salve me seguro em uma parte da coluna, montada exatamente para que pudesse ser escalada.

—Ela ainda não caiu!— diz Jorge, fazendo com que suspiros de alívio e grunhidos de frustração se espalhe.

Subo rápido me pondo acima de uma coluna a três colunas de distância de Jorge.

—Quer que eu largue o squetauro?— ele pergunta

—Um inimigo não faria isso por mim num campo de batalha, você também não fará.

Luto com mais empenho ainda, agora que estou sem arma, até conseguir desarmar Jorge.

Ficamos no corpo a corpo por uns 10 minutos, até que May percebe que isso está nos machucando de modo não muito bom e mande que usemos os dons.

—Vai me desculpar— Jorge diz.

—Vai ter que me vencer pra depois pedir desculpas por perder, Jorgito— digo

Ele sorri e desaparece. Ao meu redor tudo é preto.

Algo me acerta e me derruba. Apoiando as mãos no chão, planto bananeira esperando acertar as colunas, enquanto vou virando de uma pra outra como se fosse uma ginasta.

—Pare com isso, Kells. Vai acabar se machucando.

Olho ao redor, percebendo minha mãe um pouco ao longe. Vou em sua direção, mas a mesma me empurra para longe e some.

Eu sei que isso é efeito das ilusões de Jorge, mas parece tão real.

Apanho dele por mais um tempo, enquanto o mesmo me mostra diferentes pessoas. Alex, Ket, meu Pai, Octavian Bens (que me pergunta por que eu deixei que sua filha morresse), Less, Beni e os outros comandantes.

Não estou quase me aguentando mais quando ele me mostra Ayla, ensanguentada.

—Me ajuda, Kells. Não me deixe morrer.

É ai que só então me lembro que é uma ilusão. Ayla nunca me pediria ajuda. Ayla nunca me chamaria pelo meu apelido.

Me lembro que há chão embaixo dos meus pés e que ambas as colunas estão interligadas pelo solo la embaixo. O meu poder, é uma extensão de mim. Se meus olhos me enganam, meus sentidos não.

Abruptamente faço a coluna em que Jorge se encontra o empurrar para cima, fazendo com que ele desconstrua a ilusão. Uma lufada de ar o empurra para longe e uma bola de água que tirei de dentro de árvores dispostas la embaixo o engloba, o deixando como um peixe no aquário. Todos estão em silêncio, observando, até que ele tenta bater a mão na água, mostrando sua desistência.

Eu e Jorge, Kêssos e David, May e Thom, Less e Hanna, Beni e Cris, Hillary e Nanda.

May Ganhou de Thom
Hills perdeu pra Nanda
Kêssos, por um motivo que desconheço, se rendeu junto a David, anulando a luta deles.
Less perdeu de  Hanna
Cris ganhou de Beni

Eu e Jorge definiriamos os vencedores e ele se rendeu. Eu venci.

—GANHAMOS!— grito e toda a equipe A se levanta e comemora também

Após arrumar-mos o terreno todo, não deixando qualquer rastro da luta, vou falar com Kêssos.

—Por que se rendeu?

Ele bagunça o cabelo, olhando para mim.

—Eu estava indo bem, sabe?— ele diz, após um tempo— eu estava me sentindo vivo depois de tanto tempo. Essa batalha, mesmo que de treinamento, fez com que eu me sentisse como a anos atrás, antes de tudo isso ocorrer. — ele suspira— Eu e David estávamos tendo uma luta ótima, ele se mostrou um bom rival, até que eu o percebi cedendo. Eu achei que eu estava ganhando, por se bom, capaz, forte...

—E não estava?— questiono.

—Não. Quando forcei meu squetauro sobre o de David o fazendo se ajoelhar perante a mim percebi. Eu estava vazando matéria escura, uma fumaça negra e espessa que sai da minha mão sempre que uso o poder. A questão é que ela enfraquece qualquer um que não tenha um poder das sombras. David não estava perdendo porque eu era forte, capaz e bom. Tava perdendo porque a matéria escura o estava enfraquecendo e ele nem se queixou. Ia aceitar a derrota mas isso não seria certo. Nem com ele, nem comigo. Então, nos rendemos ao mesmo tempo .

Me aproximo e o abraço.

—A gente vai dar um jeito nisso, Kêss.

Ele nega

—Não, não vamos. Eu sou um monstro e vou continuar sendo um monstro.

Abro a boca para responder quando novamente no céu surge a imagem de Kerolyne Cam.

—Oras, vejo que meus pequenos Aretranos ja estão reunidos.

Olho em volta, percebendo todos darem passos a frente para verem melhor. Em outros tempos, todos recuariam e esperariam, agora se aproximam.

Ando até me por a frente dos meus, assim como os outros generais. Formamos uma fileira a frente do nosso exército.

—Kesha e Kêssos McQueen. É uma honra vê-los vivos e a frente de um exército. Pena que isso não se seguirá por muito tempo.

—Não se dirija a nós como perdedores antes da hora, Kerolyne Cam— digo, de uma forma tão confiante que nem eu me reconheço.

— Quantos são vocês comparados a mim? São não muito mais que 500 Aretranos? Eu tenho um planeta inteiro, pronto para combate-los.

—Essa desigualdade de soldados é o medo da derrota?— pergunta Maison.

Que homem!

—Não temos medo de uma derrota que não virá, Maison Queens. Vocês tem poderes que nós não temos.

—Vocês tem armas e equipamentos que nós não temos— diz Jorge.

Isso virou debate?

—Dou a vocês mais três dias— diz Cam— Três dias para se virarem. Espero que a falta de equipamentos não te torne um mal perdedor, Jorge Cleiman.

—Não precisamos do seu tempo— digo.

—Não foi uma proposta— ela responde e some.

Murmúrios começam a se espalhar atrás de nós.

—Vocês estão dispensados— digo a todos—Os lideres por favor. Embarquem em naves e me sigam.

—Thom, Nanda e Hillary tiveram suas naves destruídas, Kells— diz Kêssos.

Por que ele sempre ta a frente de tudo? Argh!

—Peguem a de Ayla, entrem na de alguém, mas me sigam!

Vou até minha nave e decolando.

—Srtª Kesha, devido ao uso da nave sem a espera do uso devido após o concerto, o piloto automático não está funcionando.

—Desde que você ative o piloto manual enquanto me da instrução de voo eu consigo controlar.

—Assim será feito, Srtª Kesha.

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