Está Traçado.

capítulo#20

Em menos de duas horas todos os outros ja chegaram. Seria Exatamente 49 soldados de cada signo, com cada dom essencial, se Phil e Ayla não tivessem morrido. Como eu nunca havia percebido que era certo demais para ser algo não planejado? Como eu nunca havia notado?

-Bem, a partir do sequinte momento é aqui que treinaremos. Esse é um quartel general criado a muito tempo por nossos antecessores para o caso de precisão. Apesar de só termos mais dois dias o treinamento aqui não será dispensável. Aproveitaremos cada minuto do tempo que temos aqui.

-Cada minuto?- pergunta uma garota

-Aqui tem instalações necessárias para que possamos pernoitar. Dormiremos aqui o mesmo horário que dormiamos em Aretra, apenas 3 horas. Não será permitido a saida. Temos tudo o necessário aqui. Vocês terão três pausas ao dia, cada qual de 40 minutos, que poderão aproveitar da forma como acharem melhor. Se não estiverem dormindo, se não estiverem em pausa, estarão treinando. Essa é uma regra incontestável.- diz Jorge

-E se não quizermos?- pergunta alguém

-Bem, levando em conta que estamos com uma iminente ameaça de guerra a nossas portas, tendo somente mais dois dias para treinar, enquanto o exército inimigo teve quinze anos e 9 dias para o mesmo, nada é obrigatório. Ninguém aqui é obrigado a sobreviver- olho para Maison erguendo a sombrancelha. Ele não olha pra mim mas ainda assim tem consciência de que a frase que ele disse era minha- a porta é a serventia da casa.

Ninguém se meche nem fala nada. Kêssos toma a palavra.

-Na cama de cada um haverá uma mochila. Lá, tera a roupa necessária para o treino e para a batalha, roupa que se adapta ao seu poder. O mesmo grupo em que estão será o grupo com o qual irão conviver nesses dois dias. Terá sempre o mesmo general o guiando, e irá treinar com o mesmo esses dois dias.

-Como podemos confiar em alguém que possui o dom das sombras?- antes que qualquer um responda ou ao menos se pronuncie estou na frente do rapaz que disse isso.

-Qual o seu nome?

-Ryan Martins

-Eu sou a sua capitã, Ryan. Eu irei perguntar de novo e quero a resposta do modo certo. - respiro, antes de aumentar o tom de voz- Qual o seu nome?

-Ryan Martins, Capitã.

-Qual o seu dom?

-Eu sou um dominador de água, Capitã.

-Ótimo. Agora me explique: por que o seu dom é melhor que o dele?

-Capitã McQueen, ele já entendeu.

-Você não tem permissão para falar e muito menos para usar seu dom em mim, General Queen.- digo, sem olhar para Maison- Responda a minha pergunta, Soldado Martins.

-O dom das sombras é uma maldição dos Astros, Capitã. Ele carrega a morte por onde passa e é inclinado para a escuridão. Pode trair, matar e enganar, Capitã. Meu dom não é suscetível a tais coisas.

-Quantos anos você tem?

-20, Capitã.

-Você teve a chance de estudar na escola de Aretra. Você sabe a quem deve obediência. Ele, assim como eu, é um McQueen. Ele, assim como eu, esta lutando ao nosso lado na batalha. Eu não o estou defendendo por ser meu irmão, Ryan Martins, estou defendendo por ser um soldado. Se ele vier a errar ou a trair qualquer um de nós, eu mesma o tirarei a vida. Enquanto isso não acontecer, você o deve respeito.

-Se apresente e se desculpe ao General McQueen, Soldado Martins- diz Hillary, me interrompendo. Até eu me sinto inclinada a obedecer.

Ele vai até Kêssos e abaixa a parte superior do seu corpo, levantando a mão em continência e esperando que Kêssos faça também, mostrando que o desculpa.

Ele se vira pra trás, para voltar para sua posição sendo engolido por uma bola de água.

-Kesha, ele vai se afogar, solta- pede Maison.

-Kesha!- grita Kêssos.

O solto enquanto ele segura a garganta e tosce.

Me aproximo dele e me agaixo para falar em seu ouvido.

-O seu dom, mata tanto quanto o dele.

Me viro para os demais que me olham com medo. Não tem problema, do medo se deriva o respeito.

-Estão dispensados para a primeira pausa. Ao término um sinal soará.- todos ficam me olhando, então simplesmente viro e saio.

-Tem almoço no refeitório e 17R7 mostrará a vocês o alojamento. Dispensados— termina Jorge.

Escuto todos se dispersarem e os 11 generais me seguindo até a sala de comando.

A sala de camando se resume a um laboratório de observação que fica no alto do galpão. De lá, é possível ver tudo e todos.

Paro na ponta da mesa com 20 cadeiras e sento, ligando o computador.

-Você não precisava ter pegado pesado, Kesha. Não precisava de tudo aquilo.

-Ainda sou sua Capitã, Maison.

-Eu estou falando como amigo.

Ergo os olhos da telinha a minha frente o encarando.

-Agora é o meu amigo? Estava me tratando como se eu fosse a capitã agora a pouco.

Me levanto indo até a parede de vidro, vendo que os outros aguardam lá embaixo enquanto Mai conversa comigo.

-O que deu em você hoje?- ele diz, apertando o botão que cobre as paredes de vidro me fazendo prestar atenção nele- Acordou como se fosse a dona do mundo! Caramba, Kells, essa não é você.

-Sou sim. Sou a capitã.

-Mas do que capitã, você era amiga dos seus soldados. Estáa agindo como uma ditadora. O que deu em você?

- Estou nos guiando para a vitória, Maison Queens. Acho que me toquei disso.

-Esta caminhando para a arrogância.

Fico calada o encarando enquanto ele faz o mesmo, desmanchando então a careta série e adotando uma de zombaria.

-Um sonho? Sério! Acordou meio Hitler por um sonho?

-Para de ser hiperbólico.

-Kells, você está metendo medo, está sendo desumana! Ousou dizer que só sobreviverão os melhores, como se os outros não tivessem direito a vida. Por favor, para!

-Eu sonhei com uma traição, Maison!

-Eu sei!- ele se aproxima, segurando o meu rosto e dizendo um pouco mais baixo- sei disso! Mas não precisa ficar na retaguarda.

-Eu já perdi uma amiga por uma traição- digo, o afastando- não vou perder mais um.

-Não precisa se perder também- ele diz, se aproximando de novo.

-Vocês dois- diz Jorge entrando- precisam ver isso.

Maison se vira para sair. Quando passa por ele na porta faz uma careta.

-Credo cara, deixa de brisa- ele diz

- O que houve?- pergunto

-Veja por si- ele aponta para baixo

Um buraco. Um buraco negro está no meio do galpão.