Dejavú

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S/N

"As vezes é bom relembrar o passado" enquanto penso nessa frase me pergunto: é bom? mas para quem?

É um jeito depressivo de começar um pensamento mas as situações em que fui colocada me levou a ter esta opinião, e cá pra nós todo mundo já passou ou passa por algo desagradável ou perturbador. Atualmente estou com 17 anos, e logo se aproxima o meu aniversário, enquanto pessoas estariam enchendo saco dos pais por presentes, já convocando os amigos pra uma mega festa de arromba fútil e inútil, eu quero esquecer dessa data que me canso de ouvir dizer que é especial aargh! — cara de nojo  — Se alguém pudesse me ouvir iria me dizer que eu sou louca por pensar assim. É difícil acreditar mas já fui uma menina doce, inocente, amável, prestativa, uma típica personalidade de quem é do bem, mas como nada dura pra sempre esse meu lado cute girl foi pelo ralo e simplesmente morreu. Meus pais? Se separaram quando eu tinha 7 anos, antes da separação minha mãe até era atenciosa, me cuidava ou pelo menos eu achava que ela fazia isso... Mas depois que meu pai seguiu ela se transformou, me culpou por papai ter ido embora, no início da separação ela se tornou uma típica madrasta má, me agredia verbalmente e fisicamente, eu que me cuidava sozinha, mas apesar disso eu era inocente e achava que era só uma fase e que iria passar, não demorou muito e ela me jogou na casa dos meus avós (pais dela) alegando que eu era insuportável, malcriada, terrível que assim não dava pra continuar e eu não ia ser boa filha nunca.

Flashback on

— Estão vendo essa garota aqui? Boa sorte com ela pois eu desisto! Se não aguentarem dêem ela para adoção ou devolvam para o pai, porque eu mesma não faço questão nenhuma de ficar com ela!

Flashback off

Ela falava aquelas barbaridades enquanto me olhava em um conjunto de ódio e império. E eu como criança só fazia soluçar e implorar a ela que não me deixasse ali, por mais que eu não entendesse o porque eu sentia que ela estava me deixando de vez, meus avós me amavam mas ela era a mãe, ela estava fazendo eu me sentir abandonada.

Flashback on

— M-m-mamãe e-eu te am-mo mamãe, n-não me d-eixe aquiiii — Eu falava ou tentava entre os soluços na tentativa de fazer ela desistir daquela loucura que só eu achava que era

Flashback off

Depois desse meu lamento ela foi se aproximando da porta e eu me agarrei em suas pernas numa última tentativa que a fizesse desistir daquela loucura mas com 100% de falha ela me empurrou com as pernas, me gritou dizendo que nunca mais queria me ver em sua frente e saiu. Sobre mim? Achei que fosse morrer, eu tinha 7 anos apenas, minha vó Valentina chorava sem parar horrorizada com aquilo, enquanto meu avô Martin me agarrou nos braços e disse me consolando

— Não fique assim minha pequena, nós cuidaremos de você, não faltará nada, sua mãe não sabe o que estava fazendo um dia ela irá se arrepender disso e lhe pedirá perdão e caberá a você decidir se vai perdoar ou não.

Eu nunca me esqueci dessas palavras também nunca esqueci do que Regina fez, sim o nome da mãe que eu não tenho mais é Regina. O tempo foi passando, cada dia mais aquele amor que eu tinha por ela se tornou revolta, e prometi a mim mesma nunca perdoá-la por tal crueldade. O tempo passou e aos meus 12 anos eu tinha uma vida relativamente boa aos olhos dos outros, tinha pessoas que eu considerava amigos — Meus avós moravam um pouco distante do centro, e por isso eu continuava na mesma escola em contato com as mesmas pessoas, a diferença é que eu tinha que começar a me acostumar a andar de ônibus — Tinha liberdade de fazer o que eu queria, eu amava meus avós, as vezes tinha pena pois minha vó Valentina tinha Alzheimer e a cada ano que se passava ela ficava mais esquecida e frágil, meu avô cuidava dela muito bem, às vezes pegava ele chorando sozinho depois de conter a minha vó e dar os calmantes dela quando ela tinha crises e esquecia dele, o batia e empurrava dizendo pra ele que tinha marido e gritava muito ameaçando chamar o nome dele mesmo que na mente dela não era aquele homem na frente dela que isso ela já tinha esquecido há 1 segundo atrás, foram anos difíceis, mas quando eu tinha 12 anos ela estava mais controlada e melhor aparentemente, as crises não estavam mais tão constantes. Um tempo se passou e um certo dia uma pessoa que eu jamais imaginei ver novamente apareceu na casa dos meus avós... Isso mesmo, é exatamente esta pessoa que veio a sua cabeça, a Regina. De primeira eu parti em sua direção e comecei a destratar ela

Garota Do Século 21 - Imagine Park Jimin 1° temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora