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Sexta-feira pela manhã

S/n

É manhã de sexta, eu estava dormindo. Acabei de acordar mas preferi ficar com os meus olhos fechados pra tentar dormir novamente mas o sol brinca com meu rosto e depois de tanto incomodar com a claridade do mesmo acaba me vencendo pelo cansaço e eu tento abrir um dos olhos. A janela não tinha sido fechada por mim ontem á noite... Mas pensando bem eu nem dava conta de mim como ia me lembrar da droga da janela? Fiquei com meu braço esquerdo elevado tentando fazer sombra com a minha mão mas logo o mesmo se cansou e eu debrucei ele na cama. Depois de muito relutar comigo mesma deitada decidi me sentar na cama, apoiei a palma das minhas mãos sobre a mesma e por um momento fiquei em estado de serenidade. Sem eu menos esperar vem em minha mente lembranças vagas, que eu faço um certo esforço para pelo menos tentar lembrar do que se trata mas sem sucesso, em seguida some imediatamente. De repente vem em minha mente um olhar com tom de castanho e bom de lembrar eu diria, é um olhar diferente de todos que eu já vi pra ser sincera. É um olhar com tranquilidade e ternura ao mesmo tempo, não sei explicar. Depois de vários minutos ardendo meu juízo pra tentar descobrir de quem era eu me levantei, fui com passos lentos em direção ao banheiro para um banho, um longo banho.

— Argh... acho que vou ficar pra sempre embaixo desse chuveiro.

Posso sentir meus longos cabelos dançando sobre minhas costas e meus ombros por consequência da água.

— Aigo! Mas que merda é essa agora?

Me veio lembranças do episódio horroroso com o Bernardo.... São lembranças meio fracas mas dava pra identificar.

— Para de pensar naquele dia nojento s/n! Não aprendeu ainda? Sua lixo. Burra burra burra!

Coloquei minhas mãos sobre a parede tentando prender o choro que já estava doendo na minha garganta e mesmo com a dor tomando conta cada vez mais da minha cabeça bati repetidas vezes com a mesma na parede enquanto repetia essas palavras pra mim.

— Porquê eu não consigo superar isso? O que eu tenho que fazer pra ter paz na minha vida pelo menos um dia? Só isso que eu queria, um dia me sentir digna de alguém olhar pra mim sem sentir nojo ou pena. Acho que eu não nasci pra ser feliz nessa vida... De quê adiantou eu ter vindo pra outro continente, se a minha vida continua uma merda. Aqueles imundos com certeza estão vivendo normalmente a vidinha miserável deles sem nenhum arrependimento ou culpa com certeza.

Eu não me aguento e uma lágrima começa a percorrer o meu rosto lentamente, consequentemente outras foram caindo. Cada vez mais eu fico angustiada e me sentindo a pior das piores.

Pensamentos vão e vem, um pior do que o outro.

— Aish! Eu quero parar de ter esses pensamentos agora! É pedir muito?

Nesse momento eu fechei os olhos e fiz muita força neles para os pensamentos ruins irem embora... E acho que deu certo.

— Nossa... — coloquei a minha mão na testa — ainda bem que esses pensamentos foram embora.

Quando eu me dou conta estou com memórias passando pela minha cabeça involuntariamente, mas agora é diferente. São imagens um pouco distorcidas e confusas demais. Uma hora estou andando sozinha na rua tropeçando em tudo, outra hora estou sendo segurada por alguém que eu não lembro mesmo.

— acho que não é pedir demais querer lembrar do que aconteceu ontem... e esses olhos? De quem será? Só queria dizer para essa pessoa "valeu por me deixar em estado de paz quando eu preciso". Porque é assim que eu fico.

Bem, depois de muito sofrimento interno dentro do banheiro eu decido sair e vou em direção ao guarda-roupa. A primeira peça de roupa que me vem em mente é uma camisa azul... É grande pra mim porque era do meu pai. Sempre tive ela comigo, quando me sinto insegura, triste, com medo ou qualquer tipo de sentimento negativo eu visto porque é como se fosse o meu escudo. É como se meu pai estivesse ali naquela hora me cuidando e me consolando.

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