Capítulo VI - Cuide dele

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Dor. Dor era tudo o que eu sentia. A fera havia me jogado com força dentro daquela cela fria e úmida. Meu corpo todo estava dolorido, mas o que mais doía era o meu pescoço. Eu toquei o local e um gemido choroso escapou dos meus lábios. Os talhos feitos pelas garras do monstro estavam abertos. O sangue quente contrastava com o chão e as paredes congeladas, encharcando cada vez mais minhas roupas rasgadas.

Aquilo seria a minha morte. Se a perda de sangue ou o frio não me matassem, os ferimentos certamente infeccionariam e eu morreria lento e dolorosamente. E eu não saberia se meu pai e minhas irmãs estavam bem. Fui um tolo em acreditar que os salvaria vindo no lugar delas.

Tossi e vi estrelas com a dor que aquilo me causou. Ouvi sons do lado de fora e me encolhi imaginando ser a besta que havia me trancado. No entanto, eram barulhos mais suaves e metálicos. Pouco depois surgiram o relógio e o candelabro em meu campo de visão.

— Você está bem?! — O candelabro perguntou preocupado, segurando nas grades.

Eu tentei responder, mas tudo o que conseguir emitir foi um gemido.

— É claro que ele não está bem, seu idiota! — O relógio parou ao lado dele, olhando-me também preocupado.

— Ele está sangrando muito. Se não o tirarmos logo daqui pode ser tarde demais. — O candelabro falou e se afastou para o lado, além do que eu podia ver.

— O que está pensando em fazer?! — O relógio se afastou das grades.

— Soltá-lo.

— Está louco?! O mestre irá nos fatiar se fizermos isso!

— Prefere deixar o garoto morrer?

O relógio olhou para mim e se calou. Pouco depois eu ouvi o som do mecanismo e a porta se abriu. O candelabro se aproximou de mim e eu encolhi as pernas por reflexo. Ele notou o meu medo e se aproximou mais devagar, com suas mãos-velas erguidas em sinal de paz.

— Não se preocupe. Eu só quero ajudar. Ajude-nos a te tirar daqui.

Eu o olhei por um tempo e concordei de leve com a cabeça. Tentei me levantar, mas ainda me sentia dolorido, afinal aquela maldita besta me arrastara até ali, além de ter me jogado contra a parede duas vezes. Eles se entreolharam.

A Maldição de VilleneuveOnde histórias criam vida. Descubra agora