Capítulo VIII - Fique quieto

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Eu não fazia ideia de quanto tempo havia passado. Imagens, flashes desconexos passavam pela minha mente. Vozes. Vultos de pessoas ao meu lado falando entre si. Alguém cuidando de mim. Não sabia se o que acontecia era real ou fruto de delírios. Só sabia que me sentia mal. Com frio e com dor.

Porém, depois de um tempo as sensações se abrandaram. A dor diminuiu até se tornar apenas um incômodo e o frio passou. Inconscientemente percebi que não estava mais em uma cela. Eu estava em algum lugar aquecido, confortável. Ainda não conseguia entender as vozes, mas sentia que estava seguro... ao menos por enquanto.

Lutei contra as pálpebras pesadas e enfim consegui abrir os olhos. Eu estava em um quarto limpo e organizado, coberto com mantas pesadas e deitado sobre uma cama macia. Fogo crepitava na lareira. Onde eu estava? O que acontecera? Eu só me lembrava vagamente de ser salvo daquelas masmorras e de subir muitos e muitos lances de escada antes de apagar. Pensei que pudesse ter morrido, mas sabia que não tinha tanta sorte.

— Ah, finalmente acordou! — alguém falou ao meu lado. — Como se sente?

Olhei na direção e estremeci ao ver o candelabro vivo. Como eu queria que aquilo tudo tivesse sido apenas um pesadelo.

— Melhor... — respondi com a voz rouca e pigarreei. O gesto fez meu pescoço doer, mas não com a mesma intensidade que sentia antes.

Ergui a mão e toquei onde estava machucado. Havia bandagens sobre minha pele, alguém tratara de meus ferimentos. Mas quem? Eu duvidava que tivesse sido aqueles dois, eles não tinham mãos hábeis para fazer algo assim.

— A febre passou e ele acordou... Uma recuperação muito boa, logo estará saudável de novo — outra voz chamou minha atenção. Arregalei os olhos ao ver que fora uma maleta quem falara.

— Mas o que...?

— Esse é o doutor Vasile. Ele quem indicou como o mestre deveria tratá-lo — Lumière explicou.

—... Mestre? — demorei um tempo até raciocinar. — Aquele monstro?!

— Sim — o candelabro concordou com a cabeça. — Nenhum de nós tinha condições de cuidar do senhor apropriadamente... E já que foi o mestre quem o feriu, era dever dele fazê-lo.

A Maldição de VilleneuveOnde histórias criam vida. Descubra agora