Capítulo II - O Castelo Misterioso

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Maurice havia realizado uma boa negociação. Conseguira um bom lucro e assim pudera comprar os presentes que suas filhas queriam, além do livro que sabia que Damien iria gostar.

Permaneceu na cidade durante uma noite para descanso e prosseguiu na manhã seguinte. Conduzia Phillipe, seu cavalo de carga, com calma. O animal era manso e forte, fácil de manejar. Prosseguiram os dois naquela calmaria por longas horas, até que o céu se tornou escuro, ameaçando uma tempestade.

Preocupado, Maurice incitou o animal a se apressar, mas não conseguiram evitar a chuva. O que era uma garoa rapidamente se tornou uma chuva torrencial que impedia-os de enxergar direito. O velho comerciante conhecia o caminho bem o suficiente para não se perder, já o fizera diversas vezes graças à sua ocupação, mas a tempestade derrubara uma árvore no meio da estrada, tornando-se impossível passar com a carroça.

— Vamos, Phillipe, vamos procurar um caminho para contornar. — Mandou o animal recuar.

Alguns minutos depois na estrada, já ensopados até os ossos, Maurice avistou um caminho de terra batida, uma trilha abandonada, grande o suficiente para que conseguissem passar. Esperançoso, seguiu naquela direção esperando que a estradinha o levasse para casa.

Quanto mais seguiam naquela direção, mais frio parecia ficar. Em pouco tempo era possível ver suas respirações condensando diante deles. A chuva parou subitamente, mas as coisas tornaram-se estranhas, pois o caminho adiante estava congelado.

— Neve...? — Perguntou, intrigado. Como poderia nevar em pleno verão?

Era melhor volta, pensou com um calafrio na espinha. Puxou o estribo para fazer Phillipe virar, mas o uivo que ouviu, seguido de outros mais, o fizera gelar mais do que estar enxergado em pleno inverno.

Pares de olhos amarelos surgiram por entre as árvores. Os lobos famintos bloqueavam sua passagem de volta e rosnavam mostrando os dentes e lambendo os beiços. Nem Maurice ou Phillipe pretendiam virar o jantar daquelas criaturas, então o mercador atiçou o cavalo para frente, o único caminho livre que tinham.

Os lupinos não gostaram nada de ver suas presas fugindo e seguiram em perseguição. Phillipe bufava apavorado enquanto forçava caminho na estrada congelada, carregando aquele peso atrelado a si.

Quando Maurice já cogitava a ideia de desatar a carroça ao animal, a salvação surgiu adiante. As árvores escassearam dando origem a muros altos de pedra, com um grande portão duplo de metal congelado. Assim que estavam diante deles, os portões se abriram permitindo sua passagem. O cavalo aumentou ainda mais o galope e passou em alta velocidade para dentro dos muros e os portões fecharam-se em seguida. Os lobos avançaram contra o metal, tentando abri-lo em vão. O líder da alcatéia rosnou e olhou eriçado para o grande castelo de pedra atrás de Maurice, então uivou e os lobos se afastaram retornando para o abrigo das árvores.

A Maldição de VilleneuveOnde histórias criam vida. Descubra agora