𝟎𝟐

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Newt

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Newt

A noite foi longa, as risadas preencheram a clareira e comemos até o estômago estufar. Era uma das sensações mais, acolhedoras deste lugar. Mesmo estando em, um inferno para uns e um lar para outros, algumas noites apenas abraçamos a ideia do esquecer, esquecer onde estamos levando junto as preocupações que nos anseiam todas as manhãs. Sorrir até às bochechas doerem, rir até perder o ar e ignorar oque nos circunda e nos ameaça. Mas, isto passa. Como apenas um suspiro cansado, que clareia o céu e nos traz de volta a manhã, com tarefas, preocupações e uma vida a viver e preservar. Minhas pálpebras se ergueram, e meus olhos reagiram a luz. Movi meu corpo a pouco na rede, cruzando a clareira, lá estava Minho e em comando de outros corredores para dentro das paredes. Ainda era cedo, o céu não havia se aberto ao sol, se mantinha no meio termo confortável de nuvens com a luz escassa e acizentada. Movi minhas iris por toda a minha volta, várias das redes e sacos de dormir já estavam vazios. Corredores, cozinheiros e abatedores. Alguns ainda dormiam, que ainda não haviam se encaixado certamente em uma posição de responsabilidade que os obrigavam a acordar cedo. Como Thomas e Gabriela. Outros, apenas pareciam cansados pela noite anterior. Como Gally e Chuck. Despejei grande ar por meus lábios em um suspiro, e logo, me ergui. Em um piscar, já haveria me vestido e caminhava sobre a grama, meus pensamentos estavam torbulentos. Uma garota, em anos. Meu peito apertava e ansiava, pensando no que o fato nos traria.

-Newt.-Meu corpo estremeceu por surpresa ao a voz sonolenta do pequeno garoto soar pelo ar e sua mão pousar sobre meu ombro. Meus olhos se desviaram do ponto cego anterior, até o mesmo. O rosto ainda parecia amassado pela noite mal dormida.-Bom dia.
-Bom dia, Chuck.-Pousei minha mão em seu ombro.
-Está com uma cara de poucos amigos, dormiu mal?
-Digamos que sim, estou de cabeça cheia, nada com oque se preocupar.-Buscava mudar de assunto, ou apenas o cortar.
-É por conta da garota?-Umidessi meus lábios, encarando o menino e logo cruzando meus braços a frente de meu peito desviando meu olhar. A garota, o bilhete, Gally, Thomas, quem era Teresa? Por que não deveríamos confiar nela? Os pensamentos e dúvidas atingiram-me como um soco no olho.
-Por que seria?-Ele deu de ombros.
-Eu não sei, pareciam próximos na última noite.
-Ela estava assustada. Não a julgo, apenas...a ajudei.-Ele acenou com a cabeça.
-Gosta dela?-Arquiei minhas sobrancelhas.
-Oque?-Questionei em uma risada em arfo.-Eu não sei, mal a conheço, escuta por que você quer saber? Eu preciso saber de algo?
-Uau, calma eu apenas te perguntei.-Ele dizia em uma risada fraca. Revirei meus olhos pousando minhas mãos em minha cintura.
-Quer saber? Por que não vamos a cozinha de ajudar o caçarola no café, está bem? Vamos lá.-Guiei meus olhos em uma passada rápida pelas redes a notar que Gabriela permanecia adormecida, logo comecei a caminhar a frente de Chuck em direção a cozinha.

Thomas

Minhas pálpebras se ergueram, minhas íris encararam o revestimento a cima de mim. Um suspiro pesado saiu de meus lábios me aliviando o peito, não se passou de um sonho, um mero pesadelo. De flashs. Aquela, garota. Qual ainda tive a falsa esperança de ser Gabriela. Pelo menos alguma de minhas milhares de questões seria respondida, mas não. A garota tinha cabelos negros e medios, olhos grandes e azuis, lábios pequenos e nariz quadrado. Gabriela tinha, cabelos longos, castanhos ondulados, olhos verdes, lábios robustos e desenho de seu nariz era diferente. Tinham, belezas próprias. Fechei meus olhos novamente, e meu coração pode se acalmar. Meus pensamentos começaram a fluir, as questões dentre eles, corredores, abatedores e jardineiros. Podemos morrer, e ainda não deixava de pensar em Winston com suas mãos dentro daquele pobre porco. Meus olhos se abriram novamente, a um suspiro assustado soar pelo ar. Guiei minhas iris pelo lugar, notando-a, sua respiração estaria acelerada, sua mão se pousou sobre seu abdômen enquanto trêmula. Creio que não fui o único a ter pesadelos durante a noite, apoiei minhas mãos a rede, me sentando antes de me erguer chamando a atenção de Gabriela. Meus passos foram rápidos, até abaixar-me a seu lado. A pele pálida estava suada e vermelha.

𝐁𝐄𝐓𝐖𝐄𝐄𝐍 𝐖𝐀𝐋𝐋𝐒-𝑈𝑁𝐷𝐸𝑅 𝑆𝐴𝑁𝐷𝑆 (𝚂𝙴𝙽𝙳𝙾 𝚁𝙴𝙴𝚂𝙲𝚁𝙸𝚃𝙰)Onde histórias criam vida. Descubra agora