Capítulo 2

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"Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação: a ser? E no entanto não há outro caminho. - Clarice Lispector"

Tainara

Reviro os olhos pela décima vez com o discurso da Lohane sobre o rapaz que a Nathálya estar ficando não valer nada.
Realmente, é um cara que não quer nada com ela e nem com a vida, porém é completamento intruso a forma como ela interfere na vida da nossa amiga.

Nathálya: Eu sei Lohane, mas a gente não escolhe de quem gostar. Fora que com ele me sinto feliz

Tainara: Mas se senti segura? -Lohane me interrompe

Lohane: Ele é segurança, nem deve ganhar bem- menospreza - fora que mora na favela ne? - como se ela vivesse no Leblon, aiai!

Nathálya: Como se você não fosse doida pra da um bote no patrão dele.

Lohane: Caso a parte, o Alemão tem dinheiro, muito dinheiro!

Tainara: Alemão? - Esse nome não me é estranho. Bem, não é algo que irá acrescentar em minha vida, não é da minha conta sobre quem estão falando.

Tainara: Vamos parar por aqui, tanta coisa pra vocês fazerem e ficam uma cuidando da vida da outra. Como por exemplo a matéria de calculo que você está com dificuldade Nathálya, poderia pedir a Lohane pra te da uma forcinha - estimulo elas a estudarem. Por mais que tenhamos a mesma idade, 20 anos, parece que carrego mais uns 15 nas costas. Já elas atrasam para os 15.

Lohane: Não é isso que estou querendo dizer, Tainara. Credo as vezes se comporta como uma senhora - respiro fundo pegando meu caderno e pronta para sair da escola-.  Estou dizendo que ele não pode bancar ela. Aliás, ele gosta de mulheres com corpões, peitos grandes e da cinturinha fina. Ele nunca vai olhar para ela. - reviro os olhos, como se aqui tivesse alguma modelo ou capa de revista. Realmente maioria é padrão (padrão: celulites, estrias, pneuzinhos, rugas) além disso, a Nathálya é uma das meninas mais lindas que já conheci. É baixa como eu, possuí olhos e cabelos claros e tem qualidades extraordinárias.

Tainara: Não cai nesse papo não- sou sincera. - Se ele for afim de mulher e afim de você, vai gostar desse seu jeitinho amiga - belisco suas bochechas

Nathy: Essa história pra mim já deu, vou para casa. Tenho aula as 14h ainda- É o mesmo que estou fazendo, fugindo desse lugar.

Tainara: Não liga para isso, você é linda. Até seu pé é lindo! -rimos- Mais tarde vou na sua casa, te levo no ponto de ônibus?

Nathy: Não precisa-  pisca- te espero lá as 20h.

Olho para alguns alunos que saem e outros que ficam. Não estudamos mais, porém damos monitoria em troca de 400,00. Sim, é pouco, mas ajuda a Nathálya na faculdade de artes, ajuda a Lohane nas roupas de grife e me ajuda a juntar o máximo possível para sair de casa. O real objetivo é encontrar um roteiro de vida melhor.

Lohane: Vai agora? -pergunta pegando o capacete da sua CPX, as vezes ela da uma carona, mesmo minha casa sendo lado oposto

Tainara: Precisava disso Lorrane? Sacanagem!- reclamo sobre a Nathálya

Lohane: Estou mentindo? Você sabe que ele não quer ela. - Não, não sei. Mal o vejo passar na rua

Tainara: Mentiu, porque na minha visão de pensamento ela é linda por dentro e por fora. Você só soube diminuir ela e criar inseguranças- falo grossa - aliás, é o que você faz melhor ultimamente.

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