Capítulo 14

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"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.- William Shakespeare"

Tainara

Desço as escadas correndo assim que escuto a voz da minha irmã .

Tainara: aaaah - grito lhe abraçando- como você tá linda com esse barrigão!

Thaís: E você não tá nada bonita hein - olha pra mim de cima abaixo despenteada- o que aconteceu? Você ta abatida.

Tainara: Vem, vamos lá pra cima - puxo ela

Puxo ela, subindo as escadas, Thaís não para de falar de como a casa é bonita e enorme. Assim que entramos no quarto, deito na cama e ela se senta do meu lado.

Thaís: Trouxe os remédios que me pediu, não esquece de tomar certinho.

Tainara: Obrigada, mas já marquei uma consulta no ginecologista e talvez troque o remédio. Como está a Victória?

Thaís: Bem graças a Deus. E você?

Tainara: Do mesmo jeito de sempre. Eu tento ajudar ele, mas é difícil. Não teve mais episódios como aquele, joguei tudo que ele usava fora. A alguns dias atrás ele chegou diferente, reconheço pelos olhos, mas acho que se usou foi bem longe de casa. Na verdade eu mal o conheço ainda...

Thaís: Deita aqui - aponta pro seu colo e eu me deito- Você sabe que você tem eu e a Toia. Eu nunca vou te deixar, somos a sua família- ela assente.

Tainara: Ele se machuca e nos machuca tanto, não como um agressor, é como se fosse para aliviar sua própria dor porque depois ele não consegue lidar. Não é a mesma pessoa Thaís, eu tenho tanto medo de um dia ele chegar morto. As crianças não iriam suportar - sorriu fraco, achando graça ela definir os cunhados como crianças- Não estou tentando romantizar nem nada, mas eu sei que não é o mesmo Vinícius. E eu juro que tento ajudar, mas ele é intocável.

Thaís: Você sabe que não precisa submeter a essa situação. Cadê a Tainara que eu conheço? Você não acha que esta envolvida demais?

Tainara: Sim, nem eu mesmo me reconheço, nunca quis ficar tanto com uma pessoa e ter tanta curiosidade de participar da vida dele. - suspira fundo-  A Yasmim faz terapia desde os 10 anos de idade, o Lucca é completamente dependente da gente. Eu quero ter liberdade, mas não de sair e não voltar mais. A liberdade de ir e vim. Eu quero de fato tentar! A alguma coisa nele que me faz ficar, mas também não quero ser mal correspondida.

Thaís: Você sabe o que deve fazer. Seu coração sabe, não duvide.

Tainara: Meu coração só sabe bombear sangue - riu

Thaís: Engraçadinha

Tainara: Vamos mudar de assunto. Como está sendo morar com o Tody?

Thaís: É legal nossa convivência. Porém assim, tem as mulheres que ele leva, a minha mordomia...

Tainara: Você está gostando dele - afirmo e ela balança a cabeça meio cabisbaixa

Thaís: Infelizmente. E ele só deve me ver como amiga.

Tainara: Se joga. Fala com ele sobre seus sentimentos, quem sabe ele não te dá uma chance.

Thaís: Não tenho coragem Tainara.

Tainara: Confia! O Victor é um cara incrível! - riu por ela saber o nome dele.

Ficamos batendo papo a manhãmeio dia inteiro e até esquecemos de descer para comer. Mas o Lucca trouxe dois pratos que a Juliana fez pra gente.

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